Croácia recebe a Argentina na final da Copa Davis
Europeus são favoritos, mas argentinos rezam por nova façanha de Del Potro
Competição que fecha o calendário do tênis em enorme estilo, a Copa Davis deste ano terá uma final que antes mesmo de começar já está na história. A Croácia recebe a partir desta sexta-feira (25) em Zagreb a decisão que vai colocá-la frente a frente com a Argentina, que busca seu primeiro título na competição.
Os croatas, campeões em 2005, tentam sua segunda “Saladeira”, como é chamado o troféu da competição que existe desde 1900.
Os dois países chegam à final com tenistas de estilos bem diferentes. A Croácia aposta tudo no jogo de força de Marin Cilic e Ivo Karlovic, dois tenistas de saques brutais que certamente vão abusar da violência dos golpes na quadra rápida montada na Arena Zagreb. Ambos vão atuar nas partidas de simples. A partida de duplas que constitui o terceiro ponto (o confronto tem cinco) deve ser jogada por Borna Coric e Ivan Dodig – o último sim um duplista de destaque, ao contrário de Coric, que pode ser guardado também para um confronto de simples.
A equipe croata, no ranking, chega mais qualificada que a Argentina. Cilic é o sexto do mundo e Karlovic, o 20º. Coric completa a lista dos “singlistas” atuando como o 48 do mundo.
A Argentina joga todas as suas fichas em Juan Martín del Potro, tenista 38 do ranking que encantou o esporte ao voltar ao tênis em grande estilo depois de uma lesão no punho que o tirou do ritmo normal das competições por quase dois anos.
Del Potro conquistou a medalha de prata na Olimpíada do Rio, eliminando Novak Djokovic e Rafael Nadal e parando na final apenas em Andy Murray, escocês que assumiria o número 1 do mundo logo a seguir.
Ao lado de Del Potro, de 28 anos, aparecem tenistas intermediários como Federico Delbonis, Guido Pella e Leonardo Mayer.
Não há ninguém à altura de “Delpo” como já houve, por exemplo, o igualmente espetacular David Nalbandian. Mas algo que a Argentina atual não pode ignorar é o bom ambiente de sua equipe, algo que o país historicamente sofre para conquistar.
Os confrontos serão designados pelos capitães de cada país na quinta-feira, quando haverá o sorteio que decide quem jogará com quem – se o duelo será aberto, por exemplo, por Del Potro x Cilic ou Karlovic x Mayer.
A Davis conta tradicionalmente com dois duelos de simples na sexta, um de duplas no sábado e, se necessário, mais dois de simples no domingo.
De antemão, dá para se saber que a Croácia surge como favorita nas cotações de apostas levantadas pelo Oddsshark.com/br. O triunfo croata ao final da série em Zagreb paga R$ 1,50 a cada R$ 1,00 investido, enquanto a vitória da Argentina rende R$ 2,55 a quem apostar em seu título ao final.
O caminho croata até chegar à decisão deste ano pode também ser considerado mais árduo que o argentino.
Jogando fora de casa, os croatas eliminaram Bélgica e Estados Unidos. Atuando na Croácia, eliminaram a França na semifinal. Mas as três séries até aqui contam com a marca do sofrimento. Elas só foram decididas no quinto e decisivo ponto – algo importante a se levar em conta na hora de cravar uma aposta.
A Argentina, como quase tudo o que ocorre no esporte do país, também chegou à decisão aos trancos e barrancos.
Atuando fora, também precisou do quinto jogo para despachar a modesta Polônia na estreia. Veio depois uma passagem mais tranquila – 3×1 – sobre a Itália e uma épica vitória sobre a Grã-Bretanha na semifinal.
Épica pelo placar – de novo 3×2 – e pela atuação de Juan Martín del Potro, que derrotou o número 2, Andy Murray, que instantes depois viria a ser o número 1. Murray jogava em casa e foi batido em um partidaço de mais de cinco horas.
Os jogos da competição entre países carregam o modelo adotado por Grand Slams como o Aberto da Austrália e o US Open: cada set, se necessário, é decidido no tie-break. E a partir deste ano, o quinto set, que antes era longo, passa a ter também um tie-break para decidir o confronto.
Tal mudança tem uma mão argentina e outra brasileira. Tudo porque a decisão foi determinada depois da partida entre Leonardo Mayer e João Souza em 2015, quando ambos se enfrentaram em um jogo que só acabou no 16/14 do quinto set depois de 6h43min de disputa em Buenos Aires. Esta partida estará para sempre como a mais longa da centenária história da competição.