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Ronda Rousey desafia Amanda Nunes no UFC 207, mas precisa lidar com outro rival primeiro

Foto: Matthew Stockman/Getty Images

Ronda Rousey enfrenta a brasileira Amanda Nunes no UFC 207,
mas a batalha psicológica já começou

Esqueça Amanda Nunes do outro lado do cage. Embora a brasileira seja uma ameaça real a Ronda Rousey dentro do octógono, não é ela a maior rival da americana. Antes de pensar em vencer a brasileira na disputa de cinturão peso galo feminino que acontece nesta sexta-feira, pelo UFC 207, em Las Vegas (EUA), a estrela do Ultimate tem de provar que seu psicológico está recuperado. Sua cabeça parece ser sua maior fraqueza rumo à redenção.

Antes de enfrentar Holly Holm, em novembro do ano passado, Rousey ostentava um comprometimento enorme com o “business” que se tornou o MMA. Então campeã do UFC, a americana cumpriu incansáveis compromissos promocionais para o UFC 193. Entrevistas, gravações e encontros com patrocinadores são apenas alguns exemplos das tarefas que parecem ter sufocado a ex-campeã. Depois que perdeu a luta, Ronda sumiu.

Seja por vergonha devido à perda desconcertante de seu trono ou pelo justo descanso que mereceu após tantos meses de dedicação ao desenvolvimento do MMA feminino, promoção de suas lutas (em grande parte sucessos de vendas de pay-per-view) ou seu trabalho de popularização da própria imagem, que a fez ganhar imensa notoriedade no mundo dos esportes, o sumiço de Ronda aponta uma fraqueza psicológica.

Evitar a imprensa e os fãs sinaliza que a americana, um ano depois de sua derrota, ainda está esgotada em relação a críticos e afins. Isso também foi evidenciado após rumores de que Rousey teria pedido para não dar entrevistas antes de sua volta ao octógono durante a semana pré-luta. Eu acho uma péssima ideia para Ronda. Já que ela vai voltar a lutar, que faça direito. Compromissos promocionais com a imprensa, entre outras coisas, poderiam ajudá-la a voltar ao “modo luta” antes de seu retorno. Pisar no octógono para alcançar sua redenção após tal sumiço pode afetar seus inconsciente. Isso não é normal. Um atleta precisa entrar no clima na semana da luta e tais compromissos oficiais ajudam a manter o foco.

É claro que Ronda Rousey pode calar os críticos que tanto a magoaram após sua queda. Ela tem capacidade de sobra para isso. Ela pode vencer Amanda Nunes, recuperar o título da categoria e, quem sabe, se aposentar do esporte estando “por cima”. Mas, para tornar a tarefa mais possível, é importante que ela esteja com a cabeça no lugar e entre no octógono focada apenas em fazer o que sabe.

Mais uma vez, Rousey vai parar o mundo dos esportes ao pisar no octógono. Mais do que acompanhar o retorno da estrela e a apresentação de uma atleta tão cativante e empolgante, sua apresentação ou revelará sua capacidade de ressurgir das cinzas, ou a deficiência de não conseguir se recuperar após o traumático nocaute sofrido em 2015.