Sem Cristiano Ronaldo, Portugal vê herói improvável brilhar, bate a França e conquista Euro
Não poderia ser mais dramático e emocionante! Não teve para Cristiano Ronaldo e não teve para Griezmann. O herói improvável da final da Eurocopa 2016 foi Éder, atacante reserva da seleção portuguesa. Em uma final tensa, com lesão do maior ídolo e esperança dos visitantes e com gol na prorrogação, Portugal derrotou a França por apenas 1 a 0 em pleno Stade de France neste domingo (10) e finalmente conquistou o primeiro título de relevância internacional para sua história.
Poucos esperavam um desfecho como o que se viu em Paris. Treinada pelo técnico Fernando Santos, a equipe portuguesa chegou à final apostando claramente todas as suas fichas em um único jogador: Cristiano Ronaldo. Mas a esperança virou drama e decepção logo aos 23 minutos do primeiro tempo, quando maior jogador da história de Portugal teve que ser substituído por conta de uma pancada que levou após uma dividida com Payet, onde o árbitro sequer marcou a falta.
O astro do Real Madrid deixou o gramado com fortes dores, chegou a tentar voltar no sacrifício, mas na primeira bola em que teve a oportunidade de dar uma de suas famosas arrancadas já percebeu que não conseguiria continuar no jogo. Chorando, Cristiano Ronaldo desabou no gramado francês e pediu por substituição. O treinador optou por colocar Quaresma em seu lugar e CR7 teve que deixar a partida de maca, aplaudido por franceses e portugueses.
Se com Ronaldo a tarefa já era complicadíssima para os visitantes, sem ele só poderia piorar. Antes da partida, de acordo com o site de estatísticas ‘OddsShark.com/br’, o apostador que colocasse 100 dólares no triunfo de Portugal, levaria para casa 345 dólares, uma margem considerável e que deve ter ficado ainda maior sem a presença do camisa 7 em campo.
O primeiro tempo foi dominado pelos franceses, que tiveram sete chances de gols contra três dos visitantes. Apesar da maior pressão, as oportunidades criadas pela equipe da casa não causaram grandes sustos ao goleiro Rui Patricio. O melhor momento da França foi logo aos 9 minutos, quando Payet cruzou e Griezmann deu um toque sutil na bola que fez com que o goleiro português se esticasse todo para espalmar e afastar. Mas, estranhamente, a lesão de CR7 parecia esfriado os ânimos dos comandados por Didier Deschamps.
Na segunda etapa, os anfitriões voltaram levando mais perigo. Aos 20, Coman, que entrou no lugar do apagado Payet, cruzou na cabeça de Griezmann. Livre, o artilheiro da Eurocopa acabou tocando para fora. Dez minutos depois, foi a vez de Giroud arriscar uma pancada que foi defendida por Rui Patricio.
Do lado português, Nani, que herdou a faixa de capitão do camisa 7, tentava sem sucesso comandar as investidas em contragolpe para assustar o gol de Lloris. Bem postado na defesa, faltava poderio ofensivo a Portugal, e, percebendo o crescimento da França, Fernanda Santos resolveu mexer. Mas, para espanto de muitos, o treinador português optou por tirar a jovem revelação Renato Sanchez, que vinha bem na partida, para colocar o desacreditado atacante Éder aos 33 do segundo tempo.
Brilha a estrela improvável de Éder
Nascido na Guiné-Bissau, Éder se mudou para Lisboa com apenas 3 anos de idade. Como seus pais não tinham condições financeiras para criá-lo, acabou crescendo em um orfanato e se naturalizando português. Muito questionado pela torcida local, o atacante viveu boa fase no Sporting e foi vendido ao Swansea, de País de Gales, mas coincidentemente agora está emprestado ao Lille, da França.
A entrada do camisa 9 fez Portugal crescer. Com um atacante de referência, os lusos passaram a conseguir prender mais a bola no ataque. Um chute de Nani e uma bicicleta de Quaresma assustaram os franceses. Ainda assim, aos 46 do segundo tempo, Gignac teve o jogo na mão. Após um corte brilhante no zagueiro Pepe, ele bateu rasteiro, mas não pegou em cheio e a bola caprichosamente acertou a trave de Rui Patricio.
Prorrogação e festa portuguesa
Com o fim dos 90 minutos, o jogo foi para a prorrogação. Acostumados com essa situação, os portugueses estavam fazendo sua terceira partida que foi além do tempo normal. Mas a definição da Euro 2016 veio apenas no segundo tempo do “extra time”. Logo depois de uma excelente cobrança de falta de Raphael Guerreiro que explodiu no travessão, Eder pegou a bola na intermediária e foi brigando com o marcador. De fora da área, de longe, ele arriscou. O chute saiu rasteiro e morreu no fundo do gol de Lloris para delírio da minoria portuguesa no Stade de France.
Depois do gol, a França praticamente se entregou e pouco criou. Título para Portugal, que antes do início da Eurocopa sequer figurava entre as cinco seleções favoritas ao título. Segundo o site ‘OddsShark.com/br’, os comandados por Fernando Santos estavam atrás de França, Alemanha, Espanha, Inglaterra e Bélgica.