Conseguirá o Fluminense exterminar o fantasma de Quito? Tricolor volta ao palco de goleadas sofridas para a LDU
No estádio Casa Branca, equipe equatoriana conseguiu duas goleadas sobre o Flu, que foram fundamentais para as conquistas da Libertadores e da Sul-Americana contra o clube carioca
Quarta-feira, 13 de setembro de 2017. A torcida do Fluminense compareceu ao Maracanã para se deparar novamente com seu maior algoz em nível internacional. Lá estava a Liga Deportiva Universitária de Quito, responsável pelas derrotas mais dolorosas dos tricolores nos últimos anos. Afinal, a LDU impediu que o clube das Laranjeiras conquistasse dos títulos inéditos em sua história: a Libertadores, em 2008, e a Copa Sul-Americana, no ano seguinte. Em um curto espaço de tempo, os Albos se consolidaram com um grande trauma para o Flu.
Voltando ao duelo da semana passada, nos primeiros 90 minutos das oitavas de final entre os dois times, os brasileiros conseguiram a diferença mínima. Em uma situação normal, a vitória por 1 a 0 é interessante, principalmente pelo fato de que a meta não foi vazada. Basta um empate ou mesmo uma derrota por um tento de frente, a partir de 2 a 1, para comemorar a qualificação para as quartas de final. No entanto, em duas partidas, o Fluminense sofreu nove gols dos equatorianos no estádio Casa Blanca, palco do confronto de volta, que será realizado amanhã (21), às 19h15 (horário de Brasília).
Os títulos que a LDU tirou do Tricolor das Laranjeiras foram muito bem encaminhados nos 2.800 metros de Quito – 4 a 2 (2008) e 5 a 1 (2009). Para seguir na Sul-Americana 2017, os equatorianos precisam de um triunfo por dois gols de margem ou devolverem o marcador do confronto de dia, que levaria a decisão das vagas para os pênaltis. Sendo assim, será que teremos uma trilogia de lágrimas dos cariocas ou a consumação da tão sonhada revanche? São hipóteses que esmiuçaremos a seguir.
LDU 2008-2009 X LDU 2017
Guerrón, Bolaños, Bieler, Urrutia, Campos e Cevallos, um dos maiores ídolos da LDU e principal responsável pela primeira e única Copa Libertadores da América, que hoje é exposta na sala de troféus do clube. Afinal, na decisão por pênaltis, no Maracanã, o então camisa 1 dos Albos defendeu as cobranças de Conca, Thiago Neves e Washington.
Era um time de respeito, à época comandado por Edgardo “El Patón” Bauza, que conquistaria a América de novo, em 2014, com o San Lorenzo, e esteve no São Paulo antes de assumir a seleção argentina nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. Mas a péssima campanha da Albiceleste custou o emprego de Bauza, que foi substituído por Jorge Sampaoli.
Um alento para o Flu é que a versão 2017 da Liga Deportiva Universitária de Quito não inspira tanto temor. Nazareno no gol e a companhia de Narvaéz, Tagliapetra, Salaberry, além de outros ilustres desconhecidos – pelo menos em nível sul-americano. Justiça seja feita à estrela solitária da companhia, o atacante Hernán Barcos, que teve grande passagem pelo Palmeiras, mas foi apenas regular no Grêmio.
Mas a fragilidade do time não é traduzida somente pelo elenco, bastante inferior em comparação ao de quase dez anos atrás, mas sim pela péssima campanha em 2017, quando o risco de rebaixamento no Campeonato Equatoriano, do qual não conquista desde 2010, é real. A regra da competição é a seguinte: com a somatória dos pontos dos dois turnos, os dois últimos de 12 clubes participantes caem de divisão. Hoje, a LDU ocupa a 10ª colocação (um jogo a menos), com oito pontos de distância da zona da degola.
PROVÁVEIS ESCALAÇÕES
O grande desfalque do Fluminense será o artilheiro Henrique Dourado, o Ceifador, que recebeu o terceiro cartão amarelo na Sul-Americana, na semana passada, e terá que cumprir suspensão automática. Mais uma vez, Abel se vê na obrigação de escalar a zaga reserva, com Frazan e Nogueira, já que Henrique e Renato Chaves seguem vetados pelo departamento médico.
LDU: Nazareno, Narvaéz, Tagliapetra, Salaberry e Aníbal Chalá; Vega, Intriago, Alex Bolaños e Anderson Julio; Jonathan González e Hernán Barcos – Técnico: Pablo Repetto
Fluminense: Júlio César, Lucas, Frazan, Nogueira e Marlon; Orejuela (Sornoza), Douglas, Wendel e Gustavo Scarpa; Wellington Silva e Robinho (Peu ou Pedro) – Técnico: Abel Braga
PALPITE
O próprio hino do Fluminense fala em esperança quando cita a cor verde. Finalmente, chegou a hora de pregar o caixão da LDU. Trata-se de uma analogia mórbida, mas os Albos são um fantasma recorrente nas memórias mais amargas da torcida tricolor. Porém, os motivos para acreditar na classificação às quartas de final da Sul-Americana são apoiados em três fatores: o primeiro é que o time da casa vem mal das pernas na temporada. O segundo detalhe é que a altitude não parece um problema para os cariocas, que eliminaram a Universidad de Quito, na fase anterior, com um triunfo por 2 a 1, em plena capital equatoriana. Por fim, o empate basta. Aliás, este será o desfecho do confronto.