Dá para confiar na reação do Boston Celtics?
O 0-2 nos playoffs diz alto: a equipe (ou melhor, Isaiah Thomas) precisa voltar a ser o que era. E com urgência!
Amassado. Não há outra palavra para descrever como o Boston Celtics passou a se sentir na noite desta terça-feira (18). Jogando no TD Garden, em Boston, os Celtics não viram a cor da bola: só anotaram depois a placa – ou melhor, o placar. O Chicago Bulls atropelou Isaiah Thomas e companhia com 111×97.
Com isso, a série agora está 2×0 para os Bulls. E os próximos dois, jogos, sexta e domingo, serão no United Center, onde o Chicago é historicamente forte.
Não há como não falar dos Celtics sem passar pela tragédia familiar de Isaiah Thomas, que perdeu a irmã caçula no sábado, vítima de um acidente de carro, e desde então tem jogado verdadeiramente no sacrifício emocional. Tanto que logo depois da partida desta terça ele viajou de Boston a Seattle para ficar com sua família. Sua cabeça estava em outros lugares que não a quadra. E isso, no altíssimo rendimento, como a NBA, faz – e fez – toda a diferença.
A queda no nível de Isaiah ficou bem clara nesta terça. Ele terminou o jogo com apenas 20 pontos – 13 a menos que a média – e, o mais preocupante: só 2 no último quarto, quando costuma ser a grande estrela decisiva não só do Boston, mas de toda a NBA.
Outro número escancara bem o quão fora de sintonia Thomas esteve: ele acertou só uma de cinco tentativas de cestas de três pontos. Uma tristeza.
Os grandes times se caracterizam pelo suporte às grandes estrelas. Quando Michael Jordan não estava bem, Scottie Pippen, Dennis Rodman e até Toni Kukoc saíam de suas condições de coadjuvantes para empurrar aquele histórico Bulls para as grandes conquistas. Exemplos não faltam. Mais um? Tim Duncan, Manu Ginóbili e Tony Parker nos Spurs de 2003.
Pois foi o que o Boston escancarou nessas duas últimas partidas. O time não é um time. É um “exército de um homem só”, como cantava os Engenheiros do Hawaii. Os companheiros de Isaiah Thomas talvez hoje sequer estejam no nível de pós-temporada. Al Halford e Avery Bradley pouco têm contribuído à equipe – e justamente quando os Celtics mais precisam.
O Chicago, enquanto isso, aproveita. E craques como Dwyane Wade mostram que os playoffs são mesmo feitos para um tipo específico de jogador: mais maduros, atrevidos, daqueles que sabem o papel que precisam cumprir. Apagado na temporada regular, ele fez a diferença nesta terça com 22 pontos – e quatro de cinco acertos de bolas de três.
E o que dizer dos monstros Robin Lopez (18 pontos e 8 rebotes) e Rajon Rondo, grande ídolo dos Celtics, trocado em 2014, e que agora acertou as contas com todos aqueles que não viam nele um armador capaz de seguir na equipe? Rondo fechou a partida com simplesmente 11 pontos, 9 rebotes e 14 assistências. Um espanto.
Dá para confiar na reação dos Celtics? É de se imaginar que a equipe vença pelo menos uma das próximas duas partidas e adie a definição desta série. Mas o 2-0 e o nível de jogo de Wade-Lopez-Rondo (e Buttler!) mostram que o Chicago deve avançar. E fazer, somente pela sexta vez na história, a proeza do cabeça-de-chave 8 eliminar o 1 no primeiro playoff.
Em 24 segundos…
…As outras duas partidas da noite de terça encaminharam suas séries com 1×1.
…Mas com um certo aperto: Raptors 106×100 Bucks e Clippers 99×91 Jazz.
…Destaque para a nova grande atuação de Giannis Antetokounmpo, com 25 pontos, 14 rebotes e 7 assistências. E ao trio Griffin-Jordan-Paul, dos Clippers, que juntos cravaram 61 pontos frente ao Jazz.
…Às 20h, o Washington tenta abrir 2×0 frente ao Atlanta, algo bem possível de se imaginar. Olho em Marcin Gortat, dos Wizards, de grande jogo defensivo na primeira partida.
…Às 21h, o novo duelo de craques, Harden x Westbrook, Rockets x Thunder. O primeiro jogo teve fácil vitória do Houston que mostrou de novo: tem um time. O Thunder tem Westbrook. Os playoffs podem ser épicos, mas não é lugar para truques de mágica. Por isso, será uma grande surpresa se a noite não terminar com um Rockets 2×0 na série.
…Às 23h30, Golden State x Portland, outro jogo de fácil prognóstico, com vitória tranquila dos Warriors em casa. O primeiro jogo já foi assim, 121×109, e mesmo com a baixa pontaria de Klay Thompson, de apenas 15 pontos. Sua média na temporada vinha sendo de 25.