Brasileirão Série A

Jô “renasce” para o futebol nacional e se torna protagonista do título corintiano na 35ª rodada do Campeonato Brasileiro

Foto: Agência Corinthians

O atleta que voltou ao Corinthians cercado de desconfiança deu a volta por cima e foi peça funtamental na conquista do título de Campeão Brasileiro de 2017

Depois de rodar o mundo e disputar uma Copa – a do Brasil – em uma carreira cheia de altos e baixos (mais baixos, na verdade), o prata da casa Jô voltou ao Corinthians no final de 2016 para disputar a temporada 2017 e suprir a ausência no elenco do Timão de um centro-avante de ofício. Fábio Carille admitiu em mais de uma entrevista que ao ligar para outros clubes para saber de Jô ficou “de cabelo em pé” com o histórico de problemas extra-campo do atleta. Mesmo assim, Jô foi integrado ao elenco – com um status abaixo de Kazim, o turco-inglês presepeiro que caiu nas graças da Fiel.

Sem contar com a confiança total de seu comandante, Jô precisou mostrar no dia a dia que sabia que esta era sua última chance no futebol de ponta e que não iria desperdiçá-la – como não desperdiçou. Quando o Corinthians – na verdade, Fábio Carille – enfrentou sua primeira instabilidade no Campeonato Paulista, Jô saiu do banco de reservas para decidir a favor do Timão (com um a menos) o clássico contra o Palmeiras, aos 42 minutos do segundo tempo. Saiu do banco para nunca mais voltar.

Titular absoluto, foi o atleta mais importante – e regular – do Corinthians “operário” que sem estrelas derrubou elencos mais caros e poderosos e conquistou seu 7º título de Campeão Brasileiro na última quarta-feira ao vencer o Fluminense no Itaquerão. E com 2 gols dele, Jô, que encontrou em Clayson um parceiro perfeito para chegar às redes adversárias. Foi assim no jogo que garantiu o título e foi assim durante toda a temporada: mudaram-se os parceiros – Romero, Jadson, Kazim, Clayton, Clayson – mas Jô seguiu o mesmo: o matador que o Corinthians precisava.

O título foi merecido. Premia uma temporada  impecável de Jô, que conquistou a confiança de Carille para depois conquistar o Brasileirão.

 

Corinthians 3 x 1 Fluminense

A primeira virada do Corinthians no Brasileirão significou também a conquista de seu 7º título de Campeão Brasileiro diante de cerca de 46 mil torcedores que encheram o Itaquerão para assistir ao duelo do Timão contra o Fluminense. E o time carioca bem que tentou colocar água no chope alvinegro: Henrique, de cabeça, abriu o placar para o tricolor das Laranjeiras com 1 minuto de jogo.

Em desvantagem no placar, o Corinthians teve que fazer aquilo que não faz bem: propôr o jogo. Concentrando suas ações ofensivas pelo lado direito do ataque, com Romero, o alvinegro desperdiçou 45 minutos e pouco ameaçou o gol de Diego Cavalieri.

Fábio Carille, então, mexeu na equipe e com Jadson no lugar de Camacho viu o Timão começar a jogar pelo lado esquerdo, com Clayson que em menos de 4 minutos do segundo tempo participou dos lances dos dois gols de Jô que deram a virada para o alvinegro. Abatido com mais um revés, o Fluminense se tornou presa fácil do sistema defensivo corintiano e pouco ameaçou o gol do inseguro Caíque França. Ao final, Jadson, que deu outra mobilidade ao meio-campo alvinegro, marcou o seu, deu números finais à partida e levou a Fiel à loucura em Itaquera.

Os 4 títulos conquistados na era dos pontos corridos fizeram do Corinthians, ontem, o maior campeão brasileiro com o torneio neste formato. Falamos um pouco dos títulos do Timão pós-Série B aqui.

Com a derrota, o Fluminense estaciona nos 43 pontos e com 9 ainda em disputa segue perigosamente perto do Z-4.

 

Grêmio 1 x 0 São Paulo

Usando sua força máxima – com objetivo de se preparar para o duelo de ida contra o Lanús pela final da Copa Libertadores – o Grêmio recebeu o São Paulo e diante de sua torcida derrotou o tricolor paulista com um gol quase sem querer de Kanneman após um corte mal-feito pelo zagueiro Arboleda, ainda no primeiro tempo.

Em seu último teste antes da Libertadores, o tricolor gaúcho pressionou o São Paulo desde o início do primeiro tempo, mas não conseguia municiar seus atacantes com qualidade até o lance aos 33 minutos que definiu o placar. Atordoado com a pressão do Grêmio, o tricolor paulista segurou o jogo na base de muitas faltas – tantas que Arboleda, Jucilei e Hernanes foram para o intervalo com cartões amarelos.

O São Paulo voltou melhor para o segundo tempo e chegou a marcar com Lucas Pratto – mas o atacante estava impedido e o gol foi corretamente anulado. O Grêmio, por sua vez, ficava com o contra-ataque armado e por três vezes teve a chance de ampliar o placar. Nos minutos finais o São Paulo foi pra cima e criou boas chances, mas elas pararam na boa fase de Marcelo Grohe que já faz por merecer uma nova chance para a vaga de terceiro goleiro na Seleção Brasileira.

O resultado não foi bom para o São Paulo que estacionou nos 45 pontos e faltando 3 rodadas para o final vê o sonho da vaga na Libertadores 2018 cada vez mais distante. O Grêmio, com 61 pontos, consolida-se na vice-liderança do Brasileirão.

 

Palmeiras 5 x 1 Sport

Os números acima podem passar uma impressão errada do que foi o jogo de ontem no Allianz Parque. Recebendo um Sport desesperado para fugir do Z-4, o Palmeiras foi presa fácil para o adversário durante todo o primeiro tempo. Tivessem seus atacantes um pouco mais de qualidade, o Leão teria complicado a vida dos donos da casa ainda nos primeiros 45 minutos – o que não agradou nem um pouco à torcida palestrina.

Mas Alberto Valentim aproveitou os 15 minutos de intervalo para colocar a casa em ordem e o Palmeiras voltou mais ligado para o primeiro tempo e abriu o placar com Deyverson aos 11 minutos. O atleta – que havia sido vaiado pela torcida – não quis comemorar o gol e foi às lágrimas pouco antes do reinício do jogo. Precisando do resultado, o Sport foi pra cima e abriu a porteira para o contra-ataque palmeirense e o segundo gol nasceu no bom cabeceio de Luan aproveitando cobrança de escanteio de Dudu aos 18 minutos. Aos 33 Deyverson marcou o terceiro (seu segundo) aproveitando-se da bagunca que virou a defesa do Sport. Mas ainda cabia mais.

Aos 37, Diego Souza marcou o seu e diminuiu para o Sport. A alegria, entretando durou pouco. Dudu aos 44 marcou o quarto gol palmeirense e ainda teve tempo para Keno, aos 46 fechar a fatura.

O Palmeiras, no segundo tempo, jogou como se esperava que tivesse jogado durante todo o Campeonato Brasileiro. Como acordou apenas na reta final do torneio, terá que se contentar com a vaga na Libertadores que já está garantida – com os 60 pontos alcançados o alviverde não pode mais ser ultrapassado pelo Vasco, o 8º colocado que ainda luta para entrar no G-7. A briga do Verdão agora é para se manter no G-4 e conquistar a classificação sem precisar passar pela pré-Libertadores.

O Sport, com 36 pontos se afundou de vez no Z-4 e, assim como o Avaí, espera por um milagre para seguir na Série A em 2018.

 

Bahia 3 x 1 Santos

Recebendo um desanimado Santos na Arena Fonte Nova, o Bahia encontrou forças para manter a sua boa fase no Campeonato Brasileiro e venceu, de virada, o duelo por 3 a 1. Os gols foram de Alisson (contra), Edigar Junio e Mendoza para os donos da casa. Bruno Henrique abriu o placar marcando para o Peixe.

Com a vitória o Bahia chegou aos 49 pontos, não corre mais risco de rebaixamento e ainda pode beliscar uma vaga no G-7 – está a apenas 1 ponto do Flamengo, o 7º colocado que vem colecionando resultados ruins nesta reta final de Brasileirão.

Para o Santos, nada mudou: continua em 4º lugar com 56 pontos e dificilmente perderá sua vaga na Libertadores.

 

Vasco 1 x 1 Atlético-MG

Apesar do placar mixuruca, Vasco e Atlético-MG fizeram um jogo bem movimentado na quarta-feira e, diferente do que o resultado faz parecer, buscaram a vitória o tempo todo. Com seis minutos de jogo o público já tinha visto uma chance de gol para cada lado e uma bola na trave de Victor. O Vasco era ligeiramente melhor e saiu na frente com Andrés Rios. Em resposta o Atlético colocou duas bolas na trave de Gabriel Félix.

O Atlético voltou mais ligado no segundo tempo e Fred, após belo passe de Leonardo Silva, deixou tudo igual. O Vasco então se recompôs, assumiu o controle do jogo e foi pra cima, obrigando Victor a fazer pelo menos 5 defesas importantes. O Galo, obviamente, se aproveitava do ataque, mas apesar da emoção e velocidade do duelo, o empate insistiu em se manter no placar. Um resultado chato que deixa Vasco e Atlético-MG ainda fora do G-6 (ou 7, se preferir). Pior para o Vasco segue perdendo chances de subir na tabela – foram 4 empates e 1 vitória nos últimos 5 jogos – apesar dos tropeços de Flamengo e Botafogo (6º e 7º colocados).

 

Botafogo 1 x 2 Atlético-GO

Falando em tropeços, o Botafogo fez de novo e perdeu a terceira partida seguida como mandante. Desta vez coube ao Atlético-GO as honras de abusar a hospitabilidade do Fogão.

Fazendo mais uma jornada muito abaixo do que pode – mesmo com suas limitações – o Botafogo fez um primeiro tempo sem nenhuma emoção diante do Dragão. Somente aos 40 minutos o jogo ficou bom com Jorginho abrindo o placar para os visitantes. 3 minutos depois, João Paulo empatou para os donos da casa.

O Botafogo voltou para o segundo tempo tentando pressionar, mas a falta de criatividade e os constantes erros irritaram a torcida até que Luiz Fernando, sem marcação, colocou o Atlético-GO de novo na frente. Nervoso, o Botafogo não conseguiu reagir.

Com a derrota o alvinegro está a 5 pontos do Santos – que fecha o G-4 – e vê a vaga para a fase de grupos da Libertadores cada vez mais longe. Para o Atlético, a vitória significa uma chance matematica de escapar do Z-4: o time precisa de pelo menos 6 pontos nas últimas 3 rodadas e contar, é claro com tropeços de Ponte Preta ou Vitória. Difícil, mas não impossível.

 

Coritiba 1 x 0 Flamengo

Seguindo o exemplo do Botafogo, o Flamengo também fez mais uma partida sonolenta no Couto Pereira contra o Coritiba e sem oferecer muita resistência ajudou o Coxa a retribuir a festa que a torcida fez para recebê-lo conquistando os 3 pontos – que lhe ajudaram a abrir 4 de distância para a Ponte Preta, primeiro time do Z-4. Pode ser que o rubro-negro esteja se poupando para a Sul-Americana – a torcida, pelo menos, espera que seja isso – e o fato de o Z-4 estar cada vez mais longe e o Vasco cada vez mais perto parece não fazer muita diferença para Reinaldo Rueda e seus comandados. De todo, o zagueiro Cléber Reis – autor do único gol do jogo – agradeceu a moleza e os 3 pontos.

 

Cruzeiro 2 x 2 Avaí

Recuperado de uma lesão que o afastou dos gramados por 912 dias, Judivan voltou a atuar com a camisa do Cruzeiro e foi o autor do gol da virada celeste pra cima do valente Avaí, que saiu na frente na cobrança de pênalti de Júnior Dutra, fechou-se na defesa tentando manter o placar, mas, no segundo tempo, foi vencido pela estrela de Thiago Neves, que com 16 gols se tornou o artilheiro do Cruzeiro na temporada. A virada veio no polêmico pênalti de Douglas Friedrich em Robinho: Judivan bateu e fez seu primeiro gol em seu retorno aos gramados.

Quando tudo parecia definido, Júnior Dutra (sempre ele!) subiu livre na área para cabecear para o fundo do gol de Fábio, deixando tudo igual.

O resultado para o Cruzeiro, que fez muitas experiências de olho em 2018, não muda nada: Campeão da Copa do Brasil, a Raposa apenas usa o Brasileirão como um campo de provas para a próxima temporada. Com 55 pontos, Mano Menezes sabe que seu time seguirá na parte alta da tabela até o final do torneio. O Avaí, por outro lado, pode considerar o empate um resultado ruim e precisa, neste momento focar em conquistar os 9 pontos que restam até o final do torneio para ter alguma chance de seguir disputando a Série A em 2018 – missão muito difícil neste momento.

 

Ponte Preta 2 x 1 Atlético-PR

A superação de Danilo Barcelos foi o símbolo da vitória da Ponte Preta na última quarta-feira. Gripado, o meia era dúvida até momentos antes do início do jogo, mas ele insistiu que jogaria no sacrifício e, com 2 gols, manteve vivo o sonho da Macaca de continuar na Série A em 2018.

Mas não pense que a Ponte dominou o jogo. Longe disso. O Atlético-PR era melhor e se aproveitava do nervosismo dos donos da casa, mas seguia falhando no momento de concluir – o maior pecado da equipe neste Brasileirão. Foram precisos 23 minutos para a Ponte finalizar no gol do Furacão e 37 para Danilo Barcelos, em cobrança de falta abrir o placar para os donos da casa.

O segundo tempo começou morno até que Lucho finalizou assustando Aranha. O lance acordou todo mundo em campo e Nino Paraíba cruzou na medida para Danilo marcar o segundo. Com a vantagem de 2 gols no placar, a Ponte controlou o jogo até o final mesmo sofrendo o gol de Sidcley aos 33 do segundo tempo. O Furacão pressionou até o final, mas era dia dos donos da casa.

O resultado mantém o Atlético-PR no meio da tabela, com 45 pontos em 12º lugar. A Ponte Preta, mesmo com a vitória, segue no Z-4 e tem mais 3 chances (ou 9 pontos) para escapar do rebaixamento.

 

Chapecoense 2 x 1 Vitória

Não deu para Vagner Mancini em seu reencontro com a Chapecoense. Mas bem que ele, e o Vitória, tentaram. Em um jogo tecnicamente muito pobre – em parte por culpa da chuva no segundo tempo – David de aproveitou da falha de Jandrei (mais uma) e abriu o placar na Arena Condá para os visitantes aos 19 minutos da etapa incial. Reinaldo cobrou lateral com perfeirção na cabeça de Artur Caíke aos 24 e o atacante mandou para o fundo do gol: 1 a 1.

A forte chuva que começou a cair no final do primeiro tempo prejudicou o jogo – que não era lá essas coisas.  Na volta do intervalo, as péssimas condições do gramado tiraram qualquer chance de um duelo mais “técnico” e os times passaram a arriscar de longe, assustando os goleiros até que aos 32 do segundo tempo, Túlio de Melo aproveitou rebote de cabeça e virou para os donos da casa. O Vitória foi pra cima na busca pelo empate na parte final do jogo, mas a noite era mesmo da Chapecoense que chega aos 47 pontos e está, matematicamente, livre do rebaixamento.

O Vitória, estacionado nos 39 pontos, está em 16º lugar e viu a Ponte Preta, 17ª colocada, encostar com os mesmos 39 pontos. Qualquer um dos dois (ou até mesmo os dois) ainda pode cair.

 

Jogos, resultados e palpites da 35ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A 2017

Quarta-feira, 15 de novembro

  • 17:00 – Ponte Preta 2 x 1 Atlético-PR – meu palpite foi: Atlético-PR
  • 19:30 – Cruzeiro 2 x 2 Avaí – meu palpite foi: Cruzeiro
  • 19:30 – Grêmio 1 x 0 São Paulo – meu palpite foi: Empate
  • 21:45 – Corinthians 3 x 1 Fluminense – meu palpite foi: Corinthians
  • 21:45 – Vasco 1 x 1 Atlético-MG – meu palpite foi: Empate

Quinta-feira, 16 de novembro

  • 20:00 – Botafogo 1 x 2 Atlético-GO – meu palpite foi: Botafogo
  • 20:00 – Chapecoense 2 x 1 Vitória – meu palpite foi: Vitória
  • 20:00 – Palmeiras 5 x 1 Sport – meu palpite foi: Palmeiras
  • 21:00 – Bahia 3 x 1 Santos – meu palpite foi: Bahia
  • 21:00 – Coritiba 1 x 0 Flamengo – meu palpite foi: Flamengo