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Lyoto Machida e Demian Maia são derrotados no UFC São Paulo. E agora, Brasil?

Foto: Divulgação/UFC

O UFC São Paulo, ocorrido no último sábado (28), podia ser encarado como uma oportunidade de “levantar a moral” do fã brasileiro de lutas. Eu falei sobre isso no texto pré-show. Passado o evento, após 12 brasileiros entrarem em ação na noite de lutas, o saldo foi de nove triunfos de representantes do país. No papel, é um resultado para lá de positivo. O problema é que duas das três derrotas da noite foram dolorosas e vieram em péssima hora. Além de Hacran Dias, superado no card preliminar, Demian Maia acabou derrotado por Colby Covington e Lyoto Machida foi apagado com um nocaute brutal aplicado por Derek Brunson. A fase do Brasil no UFC é mesmo preocupante.

Por alguns momentos, Machida mostrou que estava inteiro, com o tempo certo, apesar dos dois anos afastado. Ele começou trabalhando muito bem os contragolpes. Mas depois de uma entrada de Derek, ele se descuidou e acabou acertado por um cruzado de esquerda, que imediatamente o abalou e o fez cair. No solo, Brunson aplicou mais alguns golpes para apagar Lyoto e garantir a vitória aos 2m30seg do primeiro round.

Gosto de lembrar que toda luta transmitida pela Rede Globo tem um peso enorme no futuro do MMA no Brasil. O brasileiro gosta de vencer, seja na disputa de bolinha de gude ou no futebol. Não importa. Se somos bom em algo, merecemos a torcida. Com o MMA foi assim. Só conseguimos notoriedade e espaço no país porque quando o UFC retornou ao Brasil, em 2011, tínhamos vários campeões. Hoje, o número de títulos diminuiu. Para se ter uma ideia, passamos a temporada em branco quando se fala em vitória na TV aberta. O fã que acompanhou o UFC pela Globo se machucou com os nocautes sofridos por Vitor Belfort, José Aldo e Lyoto Machida. Foram três derrotas por nocaute para o Brasil nas três lutas principais dos eventos do UFC no país em 2017. Esse torcedor vai pensar duas vezes antes de consumir algo sobre a modalidade.

Amanda Nunes e Cris Cyborg são grandes campeã. Elas são as únicas brasileira detentoras de títulos na organização atualmente. O problema é que ambas vivem nos Estados Unidos, o que dificulta um trabalho midiático por parte do UFC. Sem contar que elas não têm (por enquanto) um poder de popularidade para se tornarem referências do esporte brasileiro. Precisamos urgentemente que um “medalhão” renasça das cinzas ou que uma promessa se destaque de forma consolidada.

Justiça seja feita, o UFC São Paulo contou com grandes vitórias de Francisco Massaranduba, Antônio Cara de Sapato, Vicente Luque, Pedro Munhoz, e mais. Todos são potenciais para se tornarem astros do evento. Mas o caminho é longo, e o cenário nacional pede uma referência vitoriosa urgentemente.

Após as derrota de Lyoto Machida e Demian Maia, agora é levantar a cabeça e seguir a luta. Não há tempo para lamentar. Até porque o primeiro passo para uma nova fase no Ultimate pode ser dado neste sábado, no UFC 217, que acontece em Nova York (EUA). Entre tantos astros, o show conta com o retorno da promessa Paulo Borrachinha, que encara o ex-campeão Johny Hendricks. O brasileiro é uma das esperanças do país para chegar ao topo.

Vamos em frente. E que dias melhores estejam a caminho.