Os próximos desafios de Amanda Nunes
Nocautear a maior estrela da história do MMA feminino em apenas 48 segundos renderá muito ainda a Amanda Nunes. Mas a chance que a brasileira tem nas mãos deve ser tratada com atenção. Mais do que curtir a vitória histórica e o feito espetacular conquistado contra Ronda Rousey, a baiana pode elevar seu status dentro do mundo das lutas, alcançar uma popularidade até então inimaginável e garantir a evolução de sua carreira.
Quando se tornou campeã peso galo, em julho, ao finalizar Miesha Tate no UFC 200, Amanda pouco trabalho fez de mídia. Fora inúmeros compromissos bem feitos no Brasil logo após a conquista, a lutadora não teve o mesmo espaço — ou a mesma disposição — para realizar um trabalho extenso nos Estados Unidos. É bom lembrar que só a nível de comparação, Ronda Rousey, Holly Holm e Miesha Tate, antecessoras de Amanda, realizaram uma verdadeira bateria exaustiva de entrevistas, presenças em programas e compromissos com a imprensa logo após suas conquistas. Esse tipo de ação serve para aproveitar a “crista da onda” na qual as atletas se colocam quando vivem uma boa fase, e assim maximizar sua popularidade. Quanto mais popular um lutador é, mais público ele atrai para suas lutas.
Isso sem contar que a popularidade atrai novo patrocinadores. Estes, oferecem mais dinheiro em contratos. Com esse dinheiro, a brasileira pode investir na própria carreira, contratar melhores profissionais, usar equipamentos mais modernos e assim evoluir esportivamente.
Outro ponto a favor de Amanda é que suas últimas duas vitórias — uma por finalização e outra por nocaute — aconteceram contra duas das três lutadoras mais populares da modalidade: Miesha Tate e Ronda Rousey. Os fãs dessas duas atletas passaram a conhecer o poder da brasileira e, por que não, talvez alguns tenham até se tornado seus novos fãs.
A confiança de Amanda é outro fator que contribui a seu favor. Lutadores com autoestima elevada atraem mais atenção. E a brasileira tem esbanjado confiança desde sua chegada ao UFC, degrau a degrau até se tornar campeã. Fora que nocautear aquela que é considerada por muitos a maior lutadora da história do MMA em 48 segundos é uma injeção de confiança sem tamanho.
Não custa nada dizer que há limites para qualquer tipo de ação. Fazer muita mídia cansa, ser muito popular tem seus ônus — e nem todo atleta está preparado para isso — e muita confiança pode se tornar arrogância. Seja lá qual caminho Amanda Nunes tomar, a brasileira tem nas mãos uma oportunidade de ouro. Com o trabalho certo, a cabeça no lugar e o apoio das pessoas certas, ela pode se tornar uma nova referência no mundo das lutas e, esperançosamente, alcançar o posto de ídolo no Brasil.
Amanda Nunes tem tudo para fazer seu brilho durar muito mais do que 48 segundos.