Paixão Nacional: Agora tá explicado
O Campeonato Brasileiro tem mostrado claramente que não adianta nada trocar o técnico se o planejamento foi mal-feito e se o elenco não foi bem montado. Os resultados estão aí, bem à vista de todos. Palmeiras e São Paulo são, talvez, os melhores exemplos das duas situações.
No Palmeiras, equívocos de planejamento estão dando frutos agora. Cuca sofre para encontrar um time com o elenco montado – e pensado – por Eduardo Baptista (obviamente, em sintonia com a direção do clube). O próprio treinador admitiu que ainda “não encontrou o time” – e já estamos na segunda quinzena de julho com o primeiro turno do Brasileirão perto do fim. Embora não possa admitir publicamente, o objetivo do treinador para salvar o ano é “encontrar um time” nos 8 dias que passará em Atibaia treinando para tentar vencer ou Libertadores (mais complicado) ou Copa do Brasil (um pouco mais fácil), além, é claro, de se garantir no G-4 do Brasileiro (o mínimo que se espera de um time com as estrelas que o Palmeiras tem).
No caso do São Paulo o problema é um pouco maior. O clube começou o ano com Rogério Ceni como técnico e um grupo de jogadores definido. No início do Campeonato Brasileiro, o grupo de jogadores já não era o mesmo que havia começado o ano. Titulares foram sendo negociados e as reposições ficaram abaixo da expectativa – e ainda não acabou, visto que Rodrigo Caio está próximo de sair. Tirando Lucas Pratto e Jucilei, todas as outras contratações feitas pela diretoria tricolor ficaram abaixo da expectativa – dos que chegaram nos últimos dias, talvez Arboleda e Petros correspondam. Ceni caiu e Dorival Júnior chegou. Mas nada mudou. No domingo, contra a Chapecoense vimos o São Paulo de sempre nesta temporada: alguma organização tática que cai por terra sempre que o adversário consegue um gol (aqui). Segue, merecidamente, no Z-4.
Coincidentemente, são dois times que trocaram de técnico durante o Brasileirão. Como também trocou o errático Santos que ainda não engrenou sob o comando de Levir Culpi. Sem falarmos, é claro, de Vitória, Atlético-GO, Bahia (este trocou por força das circunstâncias e não por vontade da diretoria), Chapecoense e Atlético-PR.
Talvez o único exemplo realmente bem-sucedido de troca de comando, nesta temporada, seja o do Sport que trocou Ney Franco por Vanderlei Luxemburgo e não apenas cresceu na competição como viu o “profexô” fazer – até aqui – um bom trabalho (longe de seus melhores dias mas, ainda assim, bom).
Ainda temos todo o segundo semestre pela frente, mas é fato que Palmeiras e São Paulo (principalmente) jogam para salvar uma temporada péssimamente planejada – torcendo para que 2018 chegue logo e com ele um recomeço mais estruturado.