Humor

Paixão Nacional: obrigado pelos bons serviços prestados

Estava mais do que na cara que isso iria acontecer – até comentamos a possibilidade em nossas Caneladas ontem: após mais uma derrota no Campeonato Brasileiro (3 a 0 para o Bahia), Milton Mendes não é mais o técnico do Vasco.

Em entrevista coletiva ontem, segunda-feira, ao lado do técnico, o presidente do clube, Eurico Miranda, justificou a demissão com a seguinte declaração:

“Eu tive hoje uma conversa com o Milton em que nós conversamos sobre diversos assuntos. Eu para ele, e ele para mim. Também colocou diversas situações. Chegamos à conclusão que diante de tudo que estava acontecendo, que o importante é sempre a instituição, o Vasco. Mais até do que qualquer interesse pessoal. Seria o melhor para o Vasco que o Milton Mendes nos deixasse. Não tenho qualquer tipo de restrição ao trabalho dele. Mas, ao final de tudo, se não se traduz em resultado, nós somos obrigados a tomar a posição que tomamos”.

O que chega a ser engraçado na situação toda – além , é claro, de todo o “cerimonial” vascaíno para demissão que inclui a coletiva com a presença obrigatória dos dirigentes do futebol, do presidente e do demitido da vez – Milton sai sem “restrições ao seu trabalho”, de acordo com Eurico. Mas… se não há restrições, significa que o trabalho é bom. E se é bom, por quê demitir? Não faz muito sentido demitir um funcionário cujo trabalho não possui restrições…

É como o artifício que os mágicos usam para entreter a platéia: cria-se uma distração (a demissão do técnico) para se desviar a atenção do que realmente importa (o time do Vasco, pra variar, é ruim demais e tem tudo pra cair mais uma vez).

E para o final apoteótico, o Gran Circus de São Januário deverá apresentar Zé Ricardo – que há cerca de 3 semanas era técnico do Flamengo – como seu novo comandante, o que na prática será o mesmo que trocar 6 por meia dúzia.

Sem meias palavras, a verdade parece ser uma só: você tira cruzmaltino da Série B, mas não tira a Série B do cruzmaltino.