Paixão Nacional: questão de orçamento
A vida não está fácil para o superestrelado – e supercampeão – José Mourinho. À frente do Manchester United, o técnico português vem fazendo uma temporada muito abaixo do que deveria (ou pelo menos muito abaixo daquilo que se espera da grife “Mourinho”). No mais novo fiasco, o United sofreu para arrancar um empate (em casa) por 2 a 2 contra o modesto Burnley (7º colocado na Premier League) na rodada do Boxing Day. Após ficar em desvantagem por 2 a 0, o United se aprumou e, nos acréscimos conseguiu o menos vergonhoso empate (como eu bem disse que poderia acontecer).
E é por conta deste tipo de vacilo que a direção dos Red Devils parou as negociações para renovar o contrato de Mourinho. São poucas as chances do renomado técnico continuar em Old Trafford na próxima temporada.
Quando cobrado pelos maus resultados (e ciente de que a sua batata segue assando), Mourinho não deixou por menos e respondeu, na lata, que a culpa era do baixo orçamento do United para montar o atual elenco. Desde a chegada do técnico, no meio do ano passado, o clube investiu 300 milhões de libras na montagem do time. Um valor que, nas palavras do português, “não foi o suficiente”.
Com isso, ele de certo modo quer dizer que Paul Pogba (93,2 milhões de libras), Romelu Lukaku (75 milhões de libras) e Nemanja Matic (40 milhões de euros) não foram bons investimentos – ou pelo menos não bons o bastante para os padrões de Mourinho que, quando questionado sobre City – comandado por seu desafeto Pep Guardiola –, respondeu que “o City pagou por zagueiros valores que se pagam por atacantes”.
Se o objetivo era continuar à frente do Manchester United, este, com certeza, não foi o discurso mais adequado.