Para o Grêmio é melhor enfrentar River ou Lanús?
Final da Libertadores terá o tricolor gaúcho e a equipe argentina que sobreviver à semifinal das 22h15 (de Brasília) desta terça (31)
Sejamos francos: o Grêmio já está na decisão da Libertadores da América. Depois de ganhar do Barcelona do Equador por 3×0 em plena Guayaquil, maior vitória de um visitante na semifinal da competição, a dúvida do Tricolor Gaúcho agora vai ser ver quem avança na chave argentina, com o áspero confronto entre o gigante River Plate e o destemido Lanús. O duelo de volta será no Estádio Fortaleza, casa do Lanús, às 22h15 (de Brasília) desta terça (31).
River é melhor, mas ofereceria menor dificuldade
Vale lembrar: a partida de ida, no Monumental de Núñez, terminou 1×0 para o River, gol do “intratável” Nacho Scocco, autor de sete gols nesta Libertadores – nada menos que seis nos últimos dois jogos. Se o Grêmio ganhou de 3×0 do Barcelona-EQU, o River poderia também ter feito 3×0 no Lanús. O time comandado por Marcelo Gallardo chutou uma bola na trave e sofreu com um escandaloso pênalti não-marcado nos instantes finais.
O River tem mais time. Dos seus habituais titulares, nada menos que dez jogadores têm passagens por seleções. São nove na equipe nacional argentina e um da seleção paraguaia, o lateral-direito Moreira. O River conta também com aquele que os argentinos cansam de tratar como o melhor técnico do mundo no momento, o realmente brilhante Marcelo Gallardo.
Mas por incrível que pareça, o melhor adversário para o Grêmio seria realmente a equipe de Núñez.
A principal razão seria pelo fato de o tricolor gaúcho poder definir o título na sua arena, em Porto Alegre. Caso o vencedor da semifinal argentina seja o Lanús, a finalíssima ocorreria também na Fortaleza, nos arredores de Buenos Aires.
E é aí que mora o perigo.
Quem conhece um pouco da história da Libertadores sabe muito bem: os argentinos não medem esforços e nem trapaças para faturar a competição. A Copa existe desde 1960, e somente em duas ocasiões as equipes do país vizinho perderam decisões em casa – em 1963, com o Santos de Pelé vencendo o Boca de Sanfilippo na Bombonera, e em 1979, com o Olimpia tirando a conquista do Boca de novo na capital portenha.
Os visitantes costumam passar muito mal em Lanús – foi lá que houve a batalha campal, há exatos 20 anos, que desfigurou a cara do técnico Emerson Leão, então no Atlético-MG.
Uma equipe limitada e valente
É claro que este Lanús não é só a força (ou a agressividade) da sua casa. O time tem um técnico – Jorge Almirón – que preza por equipes bem organizadas e conta com uma dupla de ataque que pode fazer estragos em qualquer defesa do mundo. Estamos falando de Laucha Acosta, que foi até titular da seleção argentina nessas Eliminatórias, e do veterano Pepe Sand, um dos jogadores mais discretos e eficientes do futebol sul-americanos nesses tempos.
A defesa também costuma ser firme, assim como os volantes. A grande dificuldade da equipe é a armação de jogo, como ficou bem claro na partida da semana passada no Monumental de Núñez. O Lanús não chutou sequer uma bola ao gol – menor índice de uma equipe na semifinal da Libertadores nos últimos cinco anos.
Esta certa covardia jogando fora de casa tem razão de ser: o Lanús está provando que pratica a máxima copeira de que “empatar ou perder de pouco fora de casa é vitória”.
O time mostrou que tem gás para reverter placares mesmo quando o adversário faz 2×0, caso do San Lorenzo nas quartas, que não segurou a virada do Lanús nos pênaltis. Por jogar em um estádio acanhado, e conseguir preencher bem os espaços quando precisa atacar um time que inevitavelmente tem o contra-ataque à disposição, o Lanús sabe que uma organização 1000% defensiva quando atua no estádio adversário faz total sentido. É um time frio e treinado para isso.
Da parte do Grêmio, resta saber se o Tricolor estará frio e treinado também para esquecer a sua história de ser freguês dos argentinos.
O time tem dois vices na Libertadores, e os dois com derrotas para equipes portenhas. A primeira foi em 1984, para o impecável Independiente do “maestro” Ricardo Bochini (sim, sabemos que o “Rojo” é de Avellaneda, nos arredores de Buenos Aires, assim como o Lanús, mas vá convencê-los de que não são portenhos). Em 2007, outro “maestro”, Juan Román Riquelme, fez o que quis pelo Boca e calou o saudoso Monumental Olímpico.
Acabamos de entrar em uma semana inesquecível, muchachos.
Semifinais da Libertadores da América 2017
Terça-feira, 31 de outubro
- 22:15 – Lanús x River Plate – Palpite: River
Quarta-feira, 1º de novembro
- 21:45 – Grêmio x Barcelona-EQU – Palpite: Empate