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Podcast MMA Ganhador #10 – Os bastidores da chance pelo cinturão de Demian Maia e palpites para o UFC 213

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Fala, galera do mundo das lutas! A décima edição do Podcast MMA Ganhador está no ar. Nesta semana, contamos com a participação de Eduardo Alonso, empresário de Mauricio Shogun e Demian Maia. Ele revelou os bastidores da negociação que garantiu a Demian a chance pelo cinturão dos meio-médios contra o campeão Tyron Woodley, no dia 29 de julho, em Anaheim (EUA), pelo UFC 214. Além disso, ele contribuiu com seus palpites para as lutas principais do UFC 213.

Mande sua pergunta nos comentários e iremos responder na próxima edição!

Apresentado por Coutinho, o podcast traz entrevistas exclusivas com astros do mundo das lutas, participações especiais de jornalistas especializados e muito debate. Dê o play e confira!

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PODCAST MMA GANHADOR #10

Apresentação: @luis_coutinho
Convidados: @eduardo_alonso
Edição: @adonias_marques
Duração: 01:07:36

 

Confira alguns trechos da entrevista com Eduardo Alonso

Oficialização da luta pelo cinturão de Demian Maia

Serei muito sincero… (A chance pelo título) é fruto de um trabalho árduo, mas como empresário, não me sinto orgulhoso com a marcação dessa luta. Fugiu muito do que achávamos ideal e justo. O Demian conquistou essa disputa, não foi nada fácil.

Pressão do UFC por luta com Jorge Masvidal

Veio uma colocação muito direta que se o Demian não lutasse, ele não disputaria o cinturão, e a única maneira era lutar e vencer mais uma luta. Por isso aceitamos a luta com o Masvidal. Quando se tem um cara de 39, no auge da carreira, você não sabe quanto mais tempo esse cara vai conseguir competir em alto nível. A partir do momento que se coloca claramente – justo ou injusto – que a chance pelo título não vai acontecer se ele não ganhar uma luta, aí não tem mais razão para o Demian ficar parado. Naquele momento não tinha sentido, o Masvidal tinha muito mais a ganhar do que o Demian. Mas acontecem coisas de bastidores que não podemos falar. Foi colocado de maneira clara que se o Demian não lutasse nada iria acontecer. Foi uma situação difícil, de muita pressão. Aceitamos por não ter outra alternativa. Foi uma luta mais dura do que esperávamos, mas vencemos.

Pós-vitória no UFC 211

O UFC logo chegou a nos sondar sobre a luta pelo título no dia 8 de julho (UFC 213). O Demian tinha muitos compromissos com contrato assinado, inclusive com o UFC, que não tinha como desmarcar. E ninguém imagina fazer uma luta de cinturão menos de dois meses depois (da última luta), a não ser que seja um substituto. Eles nos sondaram sobre essa data, expliquei que não havia possibilidade. O UFC compreendeu e perguntou quando seria o mais cedo possível que o Demian poderia lutar com o Woodley. Eu disse que o mais cedo possível era fim de agosto, mas o ideal seria em setembro. O Demian foi cumprir seus compromissos, e isso o fez passar por uma inatividade grande – e isso não é desculpa, estou falando a verdade, não significa que não estamos treinando e não daremos nosso melhor. Por ter tantos compromissos o Demian não teve uma constância nos treinos. Ele só começou mesmo e voltou a treinar no meio de junho. Foi quando me procuraram com a oferta para a luta no dia 19 de agosto, em Seattle (EUA), e aceitamos. Ele foram então falar com o Woodley, mas nesse tempo começou a novela da superluta entre Floyd Mayweather e o Conor McGregor, até que chegou uma mensagem e nos foi dito que o evento (UFC 215) tinha caído e a única data disponível era 29 de julho.

Tempo curto de preparação para luta pelo título

Sem entrar em muitos detalhes, mas te garanto que se tivéssemos outra hipótese, eu não teria pego essa luta – o Demian, sim, ele é lutador. Mas acho que o Demian merecia o tempo adequado para treinar. Essa chance não caiu no colo dele, ela foi conquistada. É irônico que em 26 lutas do Demian no UFC essa vai ser – de longe – a que ele vai ter menos tempo para se preparar. O que me foi dito é: “O Woodley tem que lutar no dia 29 de julho, e ele vai lutar no dia 29 de julho. Se vocês quiserem, ótimo, caso contrário não podemos garantir nada”. O que você pode fazer? A verdade é que realmente não tivemos outra escolha. O Demian sempre quis desde o primeiro momento. No fim das contas, não queríamos correr o risco de o Demian se aposentar e olhar para trás e ele ter perdido a chance pelo cinturão. Entendo o ponto de vista do evento, mas acho que o grande “vencedor”, quem mais lucra com isso é o Woodley. Para ele, é um grande negócio. Vai ter participação nos lucros do UFC 214, que deve vender muito bem, e vai ter a suposta vantagem de enfrentar um desafiante -fosse o Demian ou outro – sem o tempo de preparação ideal. Com tudo isso, dito, a partir do momento que aceitamos a luta, vamos trabalhar. Vamos fazer o melhor possível, é uma condição diferente do ideal, mas é um desafio interessante.

Alívio pela chance ao cinturão ser oficial?

Não estou sentindo sensação de alívio. Cheguei em um ponto, e acredito que o Demian também -pode até parecer piada -mas as coisas foram tão difíceis que começamos a nos importar até menos com o cinturão. Você começa a perceber que não depende mais do teu trabalho e do mérito esportivo. A maior ameaça a chance do Demian foi o estado atual do nosso esporte. Anos atrás ele já teria disputado o cinturão com muito menos.

Demian Maia Vs Tyron Woodley

O Woodley é luta dura para qualquer atleta do UFC abaixo dos meio-pesados, pelo simples fato de ser um cara que tem uma “marreta” na mão, é muito explosivo e forte. Acho que o Woodley é um cara, sem querer ser mal interpretado, fácil de mapear. Ele tem duas ou três armas e acabou. Mas essas armas dele são muito boas e perigosas. Então mesmo ele sendo fácil de se mapear, não se pode ter margem de erro com ele. O Demian tem condição de colocar para baixo qualquer um, inclusive o Woodley. Ele é um cara fácil de se mapear, mas a execução da estratégia pra ele tem que ser perfeita.