Copa Sul-Americana

Racing e Independiente tentam provar que a Copa Sul-Americana também é da Argentina (e não do Brasil…)

Foto: AP Photo/Luis Benavides

Maiores campeões da história da Libertadores, argentinos têm chance de ampliar domínio também na Copa Sul-Americana

A grande rivalidade entre Brasil e Argentina no futebol de clubes na América do Sul não é sustentada pelos números. Na Libertadores da América, a “soberania argentina”, como gostam de dizer os orgulhos vizinhos, é muito clara com os 24 títulos conquistados pelos argentinos. A diferença é tão grande que significa quase a soma das taças obtidas por Brasil (17) e Uruguai (8), países que vêm a seguir.

 

Brasil: Muitas derrotas e muitas desculpas

Os brasileiros, claro, têm uma lista vasta para justificar a pobreza de currículo diante dos argentinos na Libertadores.

Uma das grandes justificativas, com certo sentido, indica que os clubes do Brasil só passaram a dar importância à Libertadores nos últimos 25 anos, desde a conquista do São Paulo de Telê Santana sobre o Newell’s Old Boys de Marcelo “El Loco” Bielsa.

A Sul-Americana não padece deste passadismo que os brasileiros apontam.

Criada em 2002, ela, afinal, já é uma cria do futebol globalizado no qual os torneios internacionais são pedidos pelas torcidas como verdadeiras “obsessões”.

E mesmo assim, com esta sanha brasileira, a lista de países campeões da Sul-Americana mostra de novo um domínio incontestável da Argentina, com sete taças, mais que o dobro do Brasil, com três.

A distância é tão perceptível que vale a pena ser especificada. Vamos lá.

Os times argentinos que conquistaram a Sul-Americana foram Boca Juniors (2004 e 2005), River Plate (2014), San Lorenzo (2002), Arsenal de Sarandí (2007), Independiente (2010) e Lanús (2013).

O Brasil ergueu a Sul-Americana com Internacional (2009), São Paulo (2012) e a Chapecoense, declarada campeã depois da tragédia aérea do ano passado.

Voltamos a falar de algo que certamente incomoda o torcedor brasileiro, mas que vai continuar incomodando até que seja realmente reconhecido e trabalhado: precisa mesmo doer até sangrar que os times brasileiros, com orçamentos tão acima dos vizinhos, prossigam dando os vexames que dão nas competições sul-americanas.

Não tem cabimento que o futebol da economia – disparada! – mais forte do continente siga dando papelões como os desta Libertadores, com tantas quedas bizarras como foram as de Santos, Palmeiras, Flamengo e Atlético-MG.

Falta ritmo, os projetos são destruídos, não há continuidade nos elencos do Brasil, que trocam de técnico a qualquer ventania?

Falar isso é faltar com a verdade e desconhecer o que ocorre na Argentina, cuja instabilidade é muito maior – basta lembrar que as equipes começaram a Libertadores em greve porque os jogadores não recebiam salários. E é claro que neste cenário caótico os clubes sofrem com um êxodo ainda maior de talentos que vão, afinal, buscar um lugar com melhores condições de trabalho.

Um grande exemplo disso é o River Plate, que reformulou todo o seu elenco com a competição em andamento e mesmo assim é o grande favorito ao título da Libertadores.

Libertadores e Sul-Americana.

Para grande desgosto brasileiro, é bem provável que haja dobradinha azul e branca no pódio das duas conquistas continentais desta temporada.

 

Racing e Independiente devem avançar às semis

São cinco clubes tidos como grandes na Argentina: River Plate, Boca Juniors, San Lorenzo e os dois que disputam esta Sul-Americana, o Racing e Independiente, ambos do município de Avellaneda, na Grande Buenos Aires.

O Racing abre seu mata-mata de quartas de final da Sul-Americana ante o perigoso Libertad, do Paraguai. A primeira partida será em Assunção, às 22h45 (de Brasília) desta terça-feira (24). O jogo de volta será no Cilindro, onde o Racing eliminou ninguém menos que o Corinthians, virtual campeão brasileiro.

O compromisso do Independiente é um pouco mais tranquilo. Enfrenta o Nacional, também do Paraguai, um clube que surge com menor força para incomodar o “Rei de Copas”, como o Independiente é conhecido por ser o clube com o maior número de conquistas na Libertadores – simplesmente sete; e de pensar que os recordistas brasileiros são Santos e São Paulo, com três cada um.

O Independiente vai repetir o enredo do vizinho Racing: inaugura o mata-mata no Paraguai, jogando na quarta-feira (24), às 20h15 (de Brasília), para depois decidir em casa. Todas as partidas de volta ocorrem já na semana que vem.

Que ninguém espere nada diferente que uma semifinal Racing x Independiente – repetindo a semifinal 100% argentina da Libertadores, entre Lanús e River Plate.

Seria excelente que houvesse também uma semifinal só de brasileiros no outro lado da chave da Sul-Americana, e as chances são boas.

O Sport enfrenta o Júnior Barranquilla, da Colômbia, com a desvantagem de decidir a vaga fora de casa. E o outro duelo de quartas de final é um Fla-Flu que promete ser bem interessante, com o Flamengo levando uma pequena vantagem sobre o Fluminense. O momento rubro-negro é consideravelmente melhor que o do Tricolor.

 

Jogos das quartas de final da Copa Sul-Americana 2017

Terça-feira, 24 de outubro

  • 22:45 – Libertad-PAR x Racing-ARG – Palpite: Empate

Quarta-feira, 25 de outubro

  • 20:45 – Nacional-PAR x Independiente-ARG – Palpite: Nacional

Quinta-feira, 26 de outubro

  • 21:45 – Flamengo x Fluminense – Palpite: Flamengo
  • 21:45 – Sport x Júnior Barranquilla-COL – Palpite: Sport