Rafael Nadal x Novak Djokovic: a grande briga do saibro está de volta.
Ídolos brilham em Madri e mostram que podem se cruzar também em Roma e Roland Garros
As lesões e incertezas ficaram para trás. E tanto Rafael Nadal, atual número cinco do mundo, quando Novak Djokovic, vice-líder do ranking, demonstraram nesta semana no Masters 1000 de Madri, disputado nas quadras de saibro, que estão a pleno vapor para colocar novos capítulos na histórica briga entre os dois.
É preciso voltar alguns anos no tempo para reencontrar os inesquecíveis duelos entre o espanhol e o sérvio na terra batida. Ambos fizeram duas finais em Roland Garros, em 2012 e 2014, ambas vencidas por Nadal, mas vale lembrar que o atual campeão no sagrado saibro francês é Djokovic, que despachou Andy Murray em tranquila decisão vencida por 3 sets a 1 no ano passado, quando Nadal nem pôde avançar no torneio devido a uma lesão no punho.
No atual torneio de Madri, onde os dois têm todas as chances de medir forças neste sábado em uma aguardada semifinal, jamais houve uma decisão Nadal-Djokovic. E sim algumas semis inesquecíveis, como a de 2009, quando o espanhol venceu o sérvio só no tie-break do terceiro set, em um duelo de quatro horas da mais alta qualidade.
Alta qualidade que ambos voltaram a demonstrar nesta semana, e isso é o que mais anima dos fãs do tênis.
Uma ajuda japonesa
Novak Djokovic avançou às semifinais sem se esforçar na “Caja Mágica”, como é chamado o monumental complexo de tênis de Madri.
Ele enfrentaria o japonês Kei Nishikori em uma das quartas-de-final nesta sexta-feira, mas Nishikori deu WO – com uma lesão no punho, informou que não tinha condições de jogar e sequer entrou em quadra.
Com o avanço, Djokovic ficou alinhado na chave para enfrentar em uma das semifinais o ganhador do confronto entre Rafael Nadal e o belga David Goffin, que se enfrentam nesta sexta – e só um muito otimista pode achar que Nadal não vai se impor perante o rival de 26 anos.
Qualquer resultado que não uma vitória de Nadal e sua reedição do confronto contra Djokovic seria uma zebra – mas se não ocorrer agora, em Madri, com os dois gigantes exibindo sua melhor forma, dificilmente escapará das próximas competições do saibro, que são o Masters 1000 de Roma, na próxima semana, e o Aberto da França, em Roland Garros, a partir do dia 28.
Para se ter ideia de como esta instância de torneio vem sendo rara para Djokovic, vale lembrar que esta é sua primeira semifinal desde o ATP de Doha, em janeiro.
Nadal, em compensação, ganhou o torneio de Barcelona há duas semanas, mas encontrou uma chave fraca, que não lhe impôs grandes nomes no caminho.
Caso ele enfrente Djokovic, o que é mesmo o mais esperado em Madri, Nadal entra em quadra com um retrospecto desfavorável de 23×26 nos duelos contra o sérvio ao longo da história. Não é muito coerente, porém, menosprezar Goffin, responsável justamente pela eliminação de Djokovic no último Masters 1000, realizado em Monte Carlo, no final de abril.
Se falamos de Nadal e Djokovic precisamos atualizar também a situação de Roger Federer e Andy Murray, os dois tenistas que, juntos com o espanhol e com o sérvio, têm dominado o esporte nas últimas décadas.
Atual número 1 do mundo, Murray teve uma chocante derrota em Madri nas oitavas-de-final para o croata Borna Coric, de 20 anos, apenas o 59 do ranking. E Federer preferiu não atuar na capital espanhola. Diz que está com dores nas costas e nos joelhos, e que vai decidir, nos próximos dias, se joga em Roland Garros, onde foi campeão uma única vez, em 2009.
Titãs e novatos
Se esta chave de Madri põe Nadal na rota de colisão de Djokovic, ela oferece também oportunidades para tenistas que estão longe de figurar no alto escalão.
As outras duas partidas de quartas-de-final nesta sexta têm o uruguaio Pablo Cuevas (27 do mundo) enfrentando o alemão Mischa Zverev (o 31) em um dos duelos, com o outro envolvendo o croata Borna Coric (59) e o austríaco Dominic Thiem, o nono no atual ranking da ATP.
Thiem e Zverev são os grande favoritos a se enfrentar nas semifinais e tentar chegar à decisão de Madri, algo inédito na carreira dos dois, que não contam com nenhuma final de Masters 1000 no currículo.
Por falar em currículo, vale conferir os campeões do Masters 1000 de Madri nos últimos dez anos. São eles:
- 2016 – Novak Djokovic (SER)
- 2015 – Andy Murray (ESC)
- 2014 – Rafael Nadal (ESP)
- 2013 – Rafael Nadal (ESP)
- 2012 – Roger Federer (SUI)
- 2011 – Novak Djokovic (SER)
- 2010 – Rafael Nadal (ESP)
- 2009 – Roger Federer (SUI)
- 2008 – Andy Murray (ESC)
- 2007 – David Nalbandian (ARG)