NBA

Russell Westbrook fez 51 pontos e história. Sua resposta? “Dane-se”

Foto: Tim Warner/Getty Images

Oklahoma perde a segunda seguida para o Houston – e mesmo com show inédito de Russ

E a série entre Houston Rockets e Oklahoma City Thunder pegou fogo. Em Houston, na noite desta quarta-feira, as duas equipes fizeram o melhor duelo de todos os playoffs até aqui. No fim, vitória do Rockets por 115×111 em um jogaço que teve simplesmente de tudo – e poderia ter tido até mesmo uma surpreendente vitória do Thunder na condição de visitante.

Explicamos. O jogo foi parelho em muitos detalhes – e o placar acabou refletindo exatamente isso. Mesmo usando sua maior força vinda do banco de reservas, os Rockets não conseguiram desgarrar nunca do Oklahoma do assombroso Westbrook.

Russ calou a boca de todos os que olhavam com desconfiança para suas condições no playoff. Ele terminou o jogo desta quarta com simplesmente 51 pontos (!!!), 13 assistências e dez rebotes. Um armador que entra no garrafão e agarra dez rebotes. E em jogo de playoff como visitante. Não é preciso dizer muito mais.

Talvez só descrever duas coisas.

A primeira: Russ foi personagem de uma das jogadas mais espetaculares do ano, quando deu um toco, atravessou a quadra, driblou dois jogadores e marcou um pontaço de outro planeta para o Oklahoma.

A segunda: a bronca de Westbrook com sua própria atuação, e aí vem a explicação da derrota.

Mesmo os gênios do basquete falham. E mesmo obtendo o primeiro triplo-duplo da história dos playoffs com mais de 50 pontos, Russ deixou a desejar no último quarto.

Sua atuação vinha sendo épica. Mas a do período decisivo, não. Tanto que o Houston terminou o quarto com 29×22 e conseguiu a virada para a vitória final de quatro pontos. Westbrook tentou 18 arremessos nos 12 minutos derradeiros, mas acertou só quatro.

Recorde positivo, recorde negativo: ninguém jamais havia errado tanto em um último quarto.

“Dane-se os números, nós perdemos”, resumiu Russ, usando uma expressão bem mais áspera que o “dane-se” – mas, pelos bons costumes, resolvemos adaptar. “Nós não podemos desperdiçar vantagens assim como visitante, cara. É muito difícil. O jogo estava todo para nós. Os companheiros foram muito bem. Jogando assim, ganhamos diante da nossa torcida.”

Os outros jogos serão oportunidades para medir também o desempenho de James Harden como visitante. Ontem ele foi de novo espetacular e fez jus ao grande, espetacular mesmo, duelo com Westbrook.

O “Barba” terminou o jogo com 35 pontos e oito rebotes, e muito ajudado por Eric Gordon (22) e Lou Williams (21 pontos).

Sorte a nossa que podemos ver mais desses dois craques em quadra em, pelo visto, mais do que apenas quatro partidas. O jogo 3 ocorre sexta; o quarto, na segunda. Oh, yeah!

 

Em 24 segundos…

…Os outros duelos desta quarta seguiram a lógica.

…O Golden State poupou Kevin Durant e ainda assim amassou o Portland por 110×81 – 2×0 fácil na série.

…Os Wizards não amassaram, mas também mostraram todo seu gabarito frente ao Atlanta com mais um show de John Wall diante de sua torcida: 109×101, e poderia ser mais. Outro 2×0 no confronto.

…Às 20h, nesta quinta, os Cavs visitam os Pacers para ampliar seu 2×0 até aqui.

É um jogo de risco. Os Pacers demonstraram, especialmente no Jogo 1, que podem fazer a série voltar para Cleveland até mesmo um com 2×2. Analisamos diferente. Hoje dá Cavaliers. No Jogo 3, sim, talvez o Indiana imponha seu desespero.

…Às 21h, o capitulo três entre Bucks x Toronto.

…Agora duelando em Milwaukee, a chance de surpresa dos Bucks passa pela manutenção de nível do incrível Giannis Antetokounmpo, de 22 anos, um Westbrook mais jovem.

É o que deve acontecer. O triunfo dos Bucks nesta quinta é mesmo o mais provável, em que pese o peso (não é erro, os homens são brutos mesmo) de DeRozan-Lowry-Ibaka juntos em quadra pelo lado do Toronto.

…Às 23h30, Memphis x San Antonio dão sequência à série que já está 2×0 Spurs e com chances de terminar na quadra adversária mesmo. Para mim, 3×0 SA já nesta noite.

…Um personagem pouco citado, mas que tem feito toda a diferença para os Spurs neste momento é o veterano argentino Manu Ginóbili. Ele praticamente não sai do banco, mas é quase um auxiliar de Gregg Popovich.

…E quem sabe bem da mão de ferro de Popovich com seus comandados têm a noção do que isso significa para qualquer jogador.

…Impossível não falar de Kawhi Leonard. Fez 32 pontos no primeiro jogo e 37 no segundo.

…Começamos o texto falando de Russell Westbrook e James Harden. E terminamos falando de Kawhi Leonard. Nós, que gostamos de NBA, somos os mais privilegiados do mundo ao acompanhar – e de muito perto – todos os passos desta geração incrível, espetacular mesmo, de jogadores tão talentosos.