Vôlei

Sada Cruzeiro e Funvic Taubaté decidem a Superliga Masculina em jogo único

Foto: Pedro Vilela/Inovafoto/CBV

Grande decisão põe duas verdadeiras seleções em quadra neste domingo

Ginásio lotado, duas enormes equipes em quadra e transmissão ao vivo pela principal TV do país. A final da Superliga Masculina em Belo Horizonte tem tudo para ser histórica no duelo que envolve Sada Cruzeiro (MG) e Funvic Taubaté (SP) a partir das 10h deste domingo (7), no Ginásio do Mineirinho. O grande jogo vai ser mostrado pela TV Globo.

Cerca de 15.000 pessoas estarão nas arquibancadas do ginásio, naquele que deve ser um dos grandes públicos do voleibol não só no Brasil, mas em todo o mundo nesta temporada. Dificilmente tanta gente para o que está fazendo para ir a uma arena e acompanhar um duelo entre duas equipes – e não seleções – de vôlei, mas uma olhada atenta para a final desta Superliga Masculina mostra a razão de tamanha procura.

 

Será um espetáculo à altura do vôlei campeão olímpico

Tanto Cruzeiro Sada quanto Funvic Taubaté têm verdadeiras seleções em seus elencos. É até difícil escolher os destaques, tamanha a qualidade dos times. Mas se de destaques vive o esporte, dos pontos vive o vôlei – então é impossível falar da decisão deste domingo sem citar Wallace, oposto do Funvic Taubaté e maior pontuador da história da Superliga.

Medalha de ouro e grande nome da última conquista olímpica do Brasil na Rio-2016, Wallace está em sua 11ª edição de Superliga e já marcou 4.321 pontos. É uma máquina de virar bolas que não encontra ninguém parecido no Brasil.

“A pontuação alta em uma partida, especialmente na final, é fundamental para que eu, como oposto, ajude o time a vencer”, analisa Wallace. “Não penso nisso como algo que me valorize pessoalmente. O jogador da minha posição tem que pontuar bem, claro, e procuro fazer isso a cada partida, sempre na intenção de ajudar a minha equipe, mas tenho que destacar que a questão em si de ser o maior pontuador não muda muita coisa. Eu gosto de ter uma boa eficiência no ataque.”

A eficiência no ataque significa também a eficiência das suas equipes. Aos 29 anos, Wallace luta simplesmente pelo seu quinto título de Superliga, o primeiro pelo Funvic Taubaté logo na primeira temporada em que veste a camisa do clube paulista.

 

O Sada Cruzeiro também tem sua máquina de pontuar

Poucas decisões no mundo podem colocar em quadra o maior pontuador da história de um torneio justamente contra o terceiro neste item das estatísticas. Pois será isto que vai acontecer no Mineirinho com o duelo entre Wallace e Filipe, ponteiro do Sada Cruzeiro (MG), que até aqui conquistou 3.843 pontos na competição.

Filipe, porém, já tem cinco títulos na Superliga, algo que Wallace está em busca. A diferença de currículo se deve também a uma diferença de idade. Filipe tem 37 anos (Wallace, 29) e joga a Superliga desde 2000.

“Posso dizer que a experiência conta muito”, afirmou o ponteiro cruzeirense. “Com o passar do tempo, fui contribuindo com a minha técnica, aprendizado, liderança e creio que toda essa bagagem me ajudou muito. Venho repassando isso para as equipes, especialmente os mais jovens.”

Falar em experiência e pontuações é falar também nos impressionantes sete títulos conquistados por dois outros protagonistas desta final: Serginho, líbero do Sada Cruzeiro, e Éder, central do Funvic Taubaté. Ambos são os maiores campeões da história da Superliga e fazem entre si um duelo para ver quem obtém a oitava conquista e se isola nesta contagem.

Serginho tem 38 anos e defende o Sada Cruzeiro desde 2010. E atua da maneira mais eficiente possível – em absoluto silêncio. “Acho que passo tranquilidade para os mais jovens mesmo sem falar muito. Evito falar o tempo todo e prefiro focar no jogo e deixar que as coisas fluam naturalmente. Acredito que os mais jovens se sintam mais à vontade assim.”

Há experiência e há uma bagagem admirável. Mas o nervosismo ainda faz parte da rotina de uma final tão equilibrada e recheada de craques como esta, analisa Éder: “Tento mostrar, especialmente, a importância da tranquilidade. Em um jogo único não podemos nos dar ao luxo de errar. Não podemos começar cometendo erros por ansiedade, porque isso pode fazer diferença no resultado final. É a primeira vez que o projeto de Taubaté chega a final e é tudo muito novo. Estou tentando fazer o meu melhor diante dessa situação para ajudar o máximo possível.”

O favoritismo é do Sada Cruzeiro (MG), que pode ser considerado assim mesmo com a decisão sendo disputada no formato de jogo único.

O time vem sendo o grande papão de títulos nacionais e mundiais das últimas temporadas, e sua ida à decisão foi tranquila, despachando o Vôlei Brasil Kirin em apenas três jogos na semifinal. O Funvic Taubaté sofreu um pouco mais, precisando de quatro partidas. O fato de a grande decisão ocorrer em Belo Horizonte também é algo a ser considerado, com a presença em peso da torcida do Cruzeiro.