Tênis

Algoz de Djokovic tem outra atuação impecável e atinge inédita semifinal no Aberto da Austrália

Foto: Clive Brunskill/Getty Images

Hyeon Chung é o primeiro tenista da Coreia do Sul a alcançar atual fase de um GS; ele superou outra zebra Tennys Sandgren (USA)

Estava demorando para acontecer, mas o Aberto da Austrália teve, finalmente, uma zebra daquelas. E não foi apenas uma ou duas, mas sim três em um período de 24 horas. Depois de Novak Djokovic ver seu pupilo, o sul-coreano Hyeon Chung, vencê-lo pelas oitavas de final e já ganhar mais uma, atingindo a inédita semifinal, tivemos também a queda do número 1 do ranking, Rafael Nadal, e do Top 3 Grigor Dimitrov. O revés do Touro Miúra foi ainda mais dramático, já que uma lesão o fez abandonar o confronto com o croata Marin Cilic. Confira tudo aqui!

 

Zebra 1

Se falássemos de Hyeon Chung na abertura do Grand Slam australiano o seu passaria batido. Número 58 do ranking da ATP, o sul-coreano de 21 anos tem como único título o Next Gen ATP Finals. Sem nenhuma vitória importante contra um Top 10, sua presença não era das mais chamativas. Não era até a competição se iniciar.

Após ver o cabeça de chave 32 Mischa Zverev (ALE) abandonar na primeira rodada, Chung venceu o russo Daniil Medvedev e encontrou o irmão mais novo de Mischa: Alexander Zverev. Ao vencer o quarto colocado do ranking da ATP que os amantes do tênis passaram a olhar com mais carinho sua atuação no Melbourne Park. Mas foi contra o sérvio Novak Djokovic, ex-número 1 e maior vencedor do GS australiano, que o sul-coreano marcou definitivamente território no torneio. Com vitória em três sets, ele superou seu ídolo e deu recado aos demais: não está lá para brincadeiras.

Na madrugada de hoje, Chung mediu forças contra outra zebra, o norte-americano Tennys Sandgren, e adivinha o que ocorreu? Nova vitória! E olha que o estadunidense também vinha com boa ótimo resultado na bagagem. Apesar do número 97 no ranking e até então nunca ter vencido uma partida de nível ATP até o Aberto da Austrália, ele derrubou nada mais nada menos que o austríaco Dominic Thiem, quinto no ranking.

A figura do asiático brilhou mais uma vez e, é claro, em três sets: parciais de 6/4, 7/6 (5) e 6/3. O resultado faz com que o jovem tenista ganhe 20 posições no ranking que será anunciado na próxima semana, atingindo sua melhor colocação na carreira. Se alcançar mais uma vitória, ele baterá a barreira do Top 20 da ATP.

Para isso, Chung terá como adversário o vencedor do jogo entre o atual campeão Roger Federer, único sobrevivente do Top 10, e Tomas Berdych, eterno freguês do suíço. Apesar da pedreira, o sul-coreano não parece se preocupar vide seus resultados recentes no GS.

 

Zebra 2

Outra zebra daquelas que passou pelo Melbourne Park tem nome e sobrenome: Marin Cilic. Tudo bem que o croata já até venceu um Grand Slam – o Aberto dos Estados Unidos em 2014 – , mas entre disputar um GS e ser candidato ao título há uma grande diferença, não é?! Ele até teve a vida facilitada com a lesão de Rafael Nadal, mas não podemos desconsiderar sua atuação!

O Touro Miúra, atual número 1 do mundo, não suportou as dores em um músculo que liga o abdômen e a coxa direita e precisou se retirar no quinto set do embate. O resultado não só tirou o espanhol da briga pelo título do Aberto da Austrália, torneio que não conquista desde 2009, como fez o tenista de Mallorca parar pelas próximas três semanas.

Do outro lado, Cilic alcança as semifinais de um GS pela quinta vez na carreira – tem histórico de 2-2. Se vencer pela segunda vez consecutiva o torneio máximo da ATP, o croata subirá para o terceiro lugar na classificação geral.

 

Zebra 3

Marin Cilic irá enfrentar na semifinal outra surpresa. Trata-se de Kyle Edmund, atual número 49. Após surpreender o sul-africano Kevin Anderson na estreia, o britânico derrotou Nikoloz Basilashvili, da Georgia, Andreas Seppis (ITA) e recentemente Grigor Dimitrov por 3 sets a 1, com parciais de 6/4, 3/6, 6/3, 6/4.

Foi contra o búlgaro, que hoje ocupa a terceira posição no ranking e que venceu o ATP Finals no fim do ano passado, que Edmund também passou ser a contabilizado como uma real ameaça. A vitória sobre o rival colocou o britânico na seleta lista de jogadores de seu país que atingiram as semifinais da Austrália na Era Aberta do Tênis (desde 1968) – Roger Taylor, John Lloyd, Greg Rusedski, Tim Henman e Andy Murray. Será que ele irá superar mais uma barreira?