Balanço do Brasileirão – parte 2: quem fecha 2018 em alta
Com o final da temporada do futebol no Brasil chegando ao fim – restando ainda o jogo decisivo entre Atlético-PR e Junior Barranquilla pela final da Copa Sul-Americana nesta quarta-feira, dia 12 – os principais clubes do país recolhem-se em copas, dão férias a seus elencos e começam a planejar a temporada 2019, investindo em novos atletas e técnicos e procurando criar um cenário propício a prognósticos favoráveis no ano que vem. Tentando não perder tempo, os clubes querem se organizar antes do recesso para o Natal e o Ano Novo e iniciarem janeiro com trabalhos novos ou dando prosseguimento a projetos que se mostraram bem-sucedidos e podem ser apostas confiáveis em 2019.
E é neste caldo de perdas e ganhos, chegadas e partidas, que damos seguimento à nossa pequena série de artigos (leia aqui a primeira parte) com um balanço dos principais destaques da temporada e o que é possível esperar para o próximo ano. Hoje, trataremos dos técnicos que terminam 2018 em alta.
Renato Gaúcho
Campeão da Libertadores em 2017 e da Recopa em 2018, Renato Gaúcho foi, por conta de seu bom trabalho no Grêmio, objeto de desejo de vários clubes no Brasil e em especial o Flamengo – agora com novo presidente. No final do “jogo de sedução” feito com o treinador, venceu o Grêmio que renovou o compromisso com o “professor” por mais uma temporada e jogou um balde de água fria nas ambições do Urubu. Claro que a “disputa” aberta pelo Flamengo – além do bom desempenho do Tricolor na temporada – aumentaram o cacife de Renato que, mantendo a consistência, poderá se tornar, em um futuro próximo, uma sombra ao trabalho de Tite na Seleção Brasileira.
Odair Hellmann
Odair Hellmann assumiu o Internacional na reta final da Série B de 2017 e após um Campeonato Gaúcho abaixo das expectativas, “encontrou” um modelo de jogo e colocou o Colorado na luta pelo título de Campeão Brasileiro até as rodadas finais da Série A. Fechou a temporada em 3º lugar, à frente do Grêmio e classificado para a fase de grupos da Libertadores. Começará 2019 falando mais “grosso” no Beira-Rio, com mais autonomia e, evidentemente, sendo mais cobrado por bons resultados.
Dorival Júnior
Este é um caso engraçado de técnico que termina o ano em alta e, ironicamente, demitido. Após a saída do São Paulo ainda durante o Campeonato Paulista, Dorival Júnior ficou de “resguardo” esperando por uma boa oportunidade que acabou surgindo no Flamengo após a demissão de Maurício Barbieri que não resistiu à eliminação na Copa do Brasil para o Corinthians. Reconduzido ao comando do time da Gávea, Júnior fez um bom trabalho e colocou o Urubu na briga pelo título com o Palmeiras até a penúltima rodada. Apesar disso, ele não era o nome favorito dos candidatos à presidência do Flamengo que, agora sob o comando do presidente eleito Rodolfo Landim, deverá anunciar nos próximos dias a contratação de Abel Braga. Mas, apesar de demitido, Dorival Júnior fecha o ano em alta com o bom trabalho – em curto tempo – feito com o Flamengo e poderá voltar ao Santos.
Abel Braga
Após cansar-se da bagunça no Fluminense, pegar seu boné e ir para casa, Abel Braga recusou propostas para assumir qualquer clube com o Brasileirão em andamento. Mesmo assim – por conta de tudo que conquistou e do trabalho que fez com o limitado Tricolor –, seguiu valorizado nos bastidores da bola e era o Plano A do Santos para a vaga de Cuca e B do Flamengo caso as coisas com Renato Gaúcho não evoluíssem. Sem esconder sua vontade de voltar para a Gávea, Abel deu um drible no Santos – que segue buscando um novo treinador – e deverá ser anunciado ainda nesta semana como o novo técnico do Urubu.
Fábio Carille
O técnico campeão brasileiro em 2017 e paulista em 2017 e 2018, retornará ao Coritnhians após o Natal depois de uma passagem de pouco mais de seis meses pelo futebol árabe. Chegará valorizado e com status de “salvador da pátria” para apagar da memória corintiana os fiascos que foram as passagens de Osmar Loss e Jair Ventura pelo comando do Timão. Terá um desafio grande de montar um time competitivo sem dinheiro para contratações e recebendo de volta jogadores que ele mesmo havia liberado para empréstimos no início da temporada. Volta em alta e cercado de grandes expectativas, mas talvez seja engolido pelo caos que impera no Alvinegro.
Rogério Ceni
Após uma experiência frustrante à frente do São Paulo, o ídolo do clube Tricolor aceitou o desafio de treinar o Fortaleza no ano de seu centenário e com o título de Campeão Brasileiro da Série B reconduziu a equipe cearense à primeira divisão nacional e agora, com o contrato renovado, cria expectativas para 2019. Se manter-se no cargo até o final da temporada e livrar a equipe de um retorno à Série B poderá considerar a missão do próximo ano cumprida. E seguirá valorizado.