Boca x Libertad, pelas oitavas da Libertadores: veja o prognóstico para o jogo que define o adversário do Cruzeiro
Gigante argentino tenta, às 19h30 (de Brasília), driblar a crise e a espetacular vitória do arquirrival River Plate para enfim brilhar na competição sul-americana
Seis vezes campeão da Libertadores e obcecado em busca da sua sétima estrela, o Boca Juniors está fazendo de tudo para perder o sossego e se complicar em uma Libertadores na qual ele está pressionado a ser campeão desde a estreia. E nem a vitória por 2×0 na Bombonera na partida de ida contra o Libertad, do Paraguai, serviu para esfriar o ânimo xeneize. O primeiro gol teve mão na bola do zagueiro Goltz e foi classificado por muitos como um “verdadeiro roubo”, como definiu o ex-goleiro Chilavert.
É neste estado de apreensão, acirrada pela histórica vitória do inimigo River Plate, que ontem varreu o Racing da Libertadores com um incrível 3×0, que o Boca volta a campo às 19h30 (de Brasília) desta quinta (30) no Estádio Defensores del Chaco, em Assunção, para assegurar a sua vaga nas quartas e enfrentar o Cruzeiro, que avançou na competição mesmo perdendo para o Flamengo por 1×0.
Boca lida com técnico polêmico e caprichoso
Quem personifica este estado de nervos do Boca é o técnico Guillermo Barros Schelotto. Ex-jogador do clube, quando foi um encrenqueiro de marca maior, capaz de dar soco na cara dos adversários e ainda por cima “cavar” as suas expulsões, ele tem mostrado que o temperamento difícil segue o acompanhando agora na condição de comandante. Ele resolveu criar confusão com ninguém menos que Carlos Tevez, que foi afastado do elenco sem nenhuma razão aparente. A presidência do Boca precisou intervir para que Tevez, querido pelos jogadores, viajasse ao Paraguai para ao menos ficar no banco de reservas.
Não que Tevez em campo, realmente, fizesse grande diferença, pois está prestes a se aposentar e não está com o mesmo nível dos demais atacantes, que são Mauro Zárate, Darío Benedetto e Wanchope Ábila. Mas a queda de braço, bem no estilo ditador, fazendo lembrar o nefasto Daniel Passarella, não ajuda em nada a trazer paz a um clube sempre convulsionado pelas mais diferentes pressões.
Em campo, o Boca é fortíssimo e torrou muitos milhões de dólares para ganhar a edição deste ano. É um time considerado na Argentina como “galáctico e problemático”, com muitos jogadores polêmicos juntos que já saíram na mão nos treinos e já demonstraram, perante equipes mais fortes, que têm falhas conjuntas que não deveriam ocorrer em elencos mais estruturados.
A própria trajetória no Campeonato Argentino demonstra isso. O Boca era o líder da competição fazia 20 meses, mas perdeu para o Estudiantes por 2×0 e empatou por 0x0 contra o Huracán, jogando muito mal nos dois compromissos. Hoje, se desgarrou da briga pela ponta, em poder do Rosario Central do técnico Patón Bauza, o que confere ainda mais pressão aos jogadores que estão em Assunção para enfrentar o Libertad.
A escalação do Boca nesta noite será a seguinte: Andrada é goleiro, com Jara, Goltz, Magallán e Más como defensores. O meio-campo conta com Gago, que volta de longa lesão, Barrios e Pablo Pérez; Pavón, Benedetto e Zárate formam o trio de ataque. É um time de fato muito forte em todas as linhas. Resta saber se será forte também na cabeça.
Libertad tenta reverter a lógica
O time paraguaio se vê forçado a atacar o Boca como se não houvesse amanhã, e os espaços gerados por esta postura devem ser fatais para a forte dianteira xeneize aproveitar e contra-atacar. A única chance de o Libertad fazer alguma coisa para amedrontar o Boca é recorrer ao que os argentinos chamam de “sujar o jogo”, que é recorrer à violência e mostrar as travas da chuteira a cada dividida. Há um consenso entre os argentinos que este Boca não rende bem “quando é raspado”. A derrota de 2×0 para o Estudiantes no Argentino foi um grande exemplo disso.
Outro aspecto que pode ser aproveitado pelos paraguaios é a suspensão do técnico Guillermo Barros Schelotto, que não poderá ficar no banco e nem sequer falar com o time no intervalo. Seu lugar será ocupado pelo irmão gêmeo, Gustavo, que tem o pavio ainda mais curto. Qualquer dificuldade em campo causará uma explosão à beira dele.
Os 11 do time paraguaio nesta noite serão: Muñoz, Benítez, Cardoso, Da Silva e Candia; Bareiro, Rivero, Arévalo Ríos e Espinoza; Franco e Cardozo.
Palpite
O Boca é mesmo muito mais time e tem uma vantagem considerável para passar de fase. Nem vai precisar jogar tudo isso para assegurar um empate para passar às quartas e encarar o Cruzeiro. Nosso raciocínio para esta partida é um 1×1. E para você? Como vai se sair o bicampeão argentino nesta noite em Assunção?
Jogos de volta das oitavas de final da Libertadores 2018
Quinta-feira, 30 de agosto
- 19:30 – Libertad x Boca Juniors (0x2) – Palpite: Empate
- 21:45 – Palmeiras x Cerro Porteño (2×0) – Palpite: Palmeiras