NCAA

“Cinderelas” da NCAA vivem momento mágico dentro e fora da quadra

Foto: AP Photo/John Amis

Que conto de fadas!

Loyola-Chicago, uma universidade pouco conhecida pelo seu basquete, está roubando a cena do campeonato da NCAA.  Nesta quinta-feira, o time derrubou Nevada para avançar ao Elite Eight pela primeira vez em 33 anos.

As três vitórias dos Ramblers mostram o quão imprevisível é esse torneio. Nesse mês, já vimos um cabeça de chave nº16 derrubar um 1º pela primeira vez na história.  Os quatro principais cabeças de chave da Região Sul nem sequer se classificaram para o Sweet Sixteen, algo inédito.

É zebra atrás de zebra.  Não é por acaso que chamam esse torneio de March Madness.  O bichão é louco mesmo. Ele é tão insano que gera perto de 80% do lucro anual (aprox. 1Bi) da NCAA. Emissoras abrem a carteira para ter os direitos de transmissão, e a audiência é muito boa. Chove grana, e as pequenas universidades que conseguem se destacar em quadra,  só tem a ganhar fora dela.  A exposição que a televisão proporciona coloca muito dessas instituições no mapa.

Ninguém conhecia a Universidade de Gonzaga antes de 1999.  Sim, John Stockton jogou lá, mas ela nunca foi reconhecida nacionalmente (EUA).  Tudo mudou em 1999. Gonzaga chocou o mundo, chegando ao Elite Eight. Depois de aparições no Sweet Sixteen em 2000 e 2001, todo mundo já sabia quem eram os Bulldogs. No segundo semestre de 1999, apenas 2069 alunos se aplicaram para tentar entrar na universidade.  Esse número pulou mais do que 30% no ano seguinte. Um novo contrato foi assinado com a ESPN, lucros subiram.  Isso permitiu a construção de uma nova arena em 2004, e a universidade conseguiu investir mais no recrutamento de bons jogadores.

Os Bulldogs se classificaram para todos os torneios da NCAA desde 1999 e chegaram até a final no ano passado. Quando Butler chegou às finais de 2010 e 2011, estima-se que a universidade viu um aumento de 350% no licenciamento de produtos, segundo o diretor da atlética Barry Collier.  A universidade também reportou um aumento de 41% nas aplicações de novos alunos. Butler também subiu para conferências mais fortes e hoje faz parte da Big East.  Brad Stevens, treinador das duas equipes finalistas, acabou sendo contratado por nada mais nada menos que o Boston Celtics. George Mason foi para o Final Four em 2006 e estima-se que a universidade recebeu mais do que 670 milhões de dólares em publicidade gratuita.

Agora é a vez de Loyola- Chicago.  Vai ser interessante ver o legado que essa caminhada vai deixar.

Eu sei que a festa ainda não acabou, e essa Cinderela não está pronta para ir para casa.  Mas, mesmo se Loyola-Chicago não passar de Kansas State nesta sexta-feira,  o futuro parece ser promissor para os Ramblers.