Coreias do Sul e do Norte sob uma só bandeira nos Jogos Olímpicos de Inverno
Bandeira será hasteada em 09 de fevereiro
Numa vitória política do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, a Coreia do Norte baixou o tom, sentou à mesa de negociações, reabriu o diálogo com a Coreia do Sul e decidiu participar dos Jogos Olímpicos de Inverno em PyeongChang, no mês que vem. Numa atitude inédita, o mesmo povo coreano, que segue dividido entre duas pátrias, jogará junto seis partidas de hóquei. Confira abaixo as últimas notícias e um breve histórico do conflito armado.
Equipe unificada ainda tímida
A Coreia Unida vai participar com um só time em apenas dois momentos dos Jogos Olímpicos de Inverno: na Cerimônia de Abertura e na competição de hóquei no gelo feminino. Na primeira fase, as coreanas terão pela frente Japão, Suécia e Suíça.
Isso quer dizer que hóquei no gelo masculino, nas provas de curling (feminino, masculino e misto) teremos apenas as seleções sul-coreanas brigando por medalhas. O fato se repete nos esportes individuais que têm uma ou outra prova por time, como a perseguição por equipes na patinação de velocidade. Tampouco ficou claro se na Cerimônia de Encerramento as duas nações desfilam juntas.
A decisão tomada ontem entre os comitês olímpicos coreanos ainda depende da aprovação do Comitê Olímpico Internacional.
Muitas atletas da seleção de hóquei feminina declararam à imprensa “estarem revoltadas”. Para a entrada das vizinhas do norte, algumas do sul terão que ser barradas da delegação.
A entrada unida na Cerimônia de Abertura já aconteceu antes nos Jogos de Verão de 2000 e 2004 e nos de Inverno de 2006.
Um breve histórico do conflito
Desde 1910, os japoneses ocupavam a Península da Coreia que pertencia à China. Em novembro de 1943, China, Estados Unidos e Reino Unido tomaram a decisão de deixar o território independente após o fim da II Guerra Mundial.
Em troca do apoio da União Soviética contra os japoneses, os Aliados decidiram que o território acima do paralelo 38 estaria sob influência soviética. Com a derrota do Japão, tropas russas ocuparam seu território ao mesmo tempo que tropas norte-americanas entraram no sul.
Na Conferência de Potsdam, os vencedores da Guerra decidiram dividir a Coreia em duas sem consulta popular. A ideia era dar a independência aos coreanos cinco anos mais tarde, em 1950. A população local protestou violentamente até que eleições gerais nas duas regiões tivessem sido agendadas.
Os acordos de desocupação militar se seguiram. O Exército Vermelho saiu do norte em 1948 e o Tio Sam deixou o sul no ano seguinte. Sem proteção, os sul-coreanos se tornaram uma presa tentadora. A China armou o regime comunista e a União Soviética deu apoio logístico.
As primeiras hostilidades tiveram início em 1950. Oficialmente, a Guerra da Coreia durou de 25 de junho de 1950 até 27 de julho de 1953. Mais de duas milhões de pessoas morreram e a fronteira entre os dois países praticamente não sofreu alteração. Até hoje não foi assinado um acordo de paz entre os dois países.
Os Jogos Olímpicos de PyeongChang de 2018
As primeiras provas acontecem em 08 de fevereiro. Curling e Saltos de Esqui são os primeiros a entrar em cena. Na sequência, teremos 102 medalhas de ouro distribuídas por esqui alpino, biatlo, bobsleigh, cross country no esqui, patinação artística, luge, combinação nórdica, patinação de velocidade em pista curta, skeleton, snowboarding e patinação de velocidade, além dos já mencionados curling, saltos no esqui e hóquei no gelo.
Cingapura, Equador, Eritreia, Kosovo, Malásia e Nigéria participam pela primeira vez na Olimpíada de Inverno.
Como o comitê olímpico russo foi suspenso pelo escândalo de doping, os russos terão de competir sob a bandeira olímpica.