Corinthians cai na armadilha do Independiente e perde a primeira na Libertadores; em São Januário, o Cruzeiro elimina o Vasco
Apesar do tropeço em casa, o Timão segue líder do Grupo 7 e depende apenas de si para chegar às oitavas de final enquanto que a Raposa assume provisoriamente a liderança do Grupo 5.
Após 271 minutos, a defesa do Corinthians levou seu primeiro gol na edição 2018 da Copa Libertadores. Em apenas 1 minuto de jogo a inesperada estratégia do técnico Ariel Holan deu resultado e o Independiente se colocava a frente no placar em Itaquera. E seguia pressionando um irreconhecível Corinthians que, numa jornada muito apagada de Rodriguinho e Jadson, demorou para entender a “sanfona” aplicada pelo técnico argentino que montava seu time no 5-4-1 quando defendia e partia ao ataque no improvável 3-4-3 que complicou a vida da zaga corintiana.
Não precisava ajudar
Aos 24 minutos, Romero que taticamente cumpre um papel importante no esquema de jogo de Fábio Carille mas que ofensivamente é de uma nulidade constrangedora, fez aquilo que deveria fazer na área adversária e aproveitando cobrança de escanteio do Independiente cabeceou contra a própria meta, sem chances para Cássio. Como se o time argentino precisasse de ajuda para “amassar” os donos da casa…
Com os jogadores distantes uns dos outros e sem achar espaços da defesa adversária, o Corinthians pouco ameaçava. Mateus Vital, o mais eficiente atacante corintiano, sem ter com quem jogar, desperdiçava lances promissores.
Fio de esperança
7 minutos depois do segundo gol, Romero se redimiu e aproveitando bom passe de Balbuena, deixou Jadson em condições de diminuir o prejuízo: 2 a 1 em Itaquera que recolocava o Corinthians no jogo.
E o primeiro tempo terminou com as duas equipes alternando os momentos de pressão nos minutos finais.
Mudanças
Na volta do intervalo, Fábio Carille mexeu no Timão, avançou Romero como um improvisado 9 para “acabar” com a sobra da zaga argentina e trouxe Marquinhos Gabriel para o lugar de Mateus Vital. Com isso o Timão voltou a jogar no 4-2-3-1. Encolhido, o Independiente aceitava a pressão e, vez por outra, se desgarrava em contra-ataques. Um risco calculado pelo Corinthians uma vez que a derrota, por qualquer placar, manteria o alvinegro na liderança do grupo.
Querendo ao menos o empate, Carille então tirou o lateral Sidcley e entrou com o meia Pedrinho – xodó incontestável da torcida. Maycon passou a atuar pela lateral-esquerda e por ali criou jogadas mais agudas com Marquinhos Gabriel. Pelo lado direito, Pedrinho incomodava a defesa argentina a ponto de Ariel Holan mexer no time e colocar marcação dobrada em cima do jovem corintiano.
A lambança final
Precisando fazer pelo menos 1 gol, aos 33 minutos do segundo tempo, Fábio Carille tirou o cansado Jadson e colocou o descansado e experiente Sheik em campo. Aos 35, sem nem ter tocado na bola, o veterano atacante “levantou” Sanchez Miño – com o jogo parado – na frente do juiz. Vermelho mais do que merecido.
Com um jogador a menos, o Corinthians ainda tentou algo nos minutos finais mas a derrota foi inevitável.
Um resumo e uma opinião
Em termos de pontuação o resultado pouco afeta o Corinthians. Líder do Grupo 7 com 7 pontos, o Timão ainda tem 2 jogos pela frente: Deportivo Lara (6 pontos), fora, no próximo dia 17 e Millonarios (4 pontos) em casa no dia 24. Com 6 pontos em jogo e apenas 3 separando o líder do lanterna do grupo, o Alvinegro depende apenas de si para chegar às oitavas de final da Libertadores.
Ganha para o próximo compromisso na competição o importante reforço da expulsão de Sheik. Com o atacante fora do banco no jogo contra o Deportivo Lara, Carille não sofrerá a tentação de apostar suas fichas no atleta que, a exemplo do que aconteceu em 2017, está nitidamente em declínio e vive de um momento de “brilho” aqui e outro ali. Muito pouco para um time do tamanho do Corinthians.
Destemperos à parte – e não foi na expulsão de Sheik que o Timão perdeu o jogo de ontem –, a segunda derrota em menos de uma semana mostra a real dimensão deste elenco corintiano: pequeno e com poucas alternativas. Ralf mal voltou ao clube e já faz falta – ficou nítida a diferença de qualidade na proteção à zaga dele e de Gabriel. Com Rodriguinho bem marcado (como foi ontem) o Corinthians fica sem “profundidade” no ataque. Pelos lados do campo, Romero e Clayson (e agora Mateus Vital) até criam situações. Mas precisam de alguém na área para a conclusão.
Culpa de quem montou o elenco para 2018 e apostou em Kazim como solução no início da temporada e agora colhe os frutos de um time que aprendeu, sim, a jogar sem centroavante, mas que, exatamente por isso, sofre com a falta de repertório para mudar os rumos de uma partida.
Cruzeiro goleia e acaba com o sonho do Vasco
Ao que tudo indica o Cruzeiro pegou gosto pelas goleadas na Libertadores depois dos 7 a 0 em cima da Universidad de Chile na última quinta-feira. A vítima da vez foi o valente Vasco que – realisticamente falando – chegou mais longe do que se imaginava no torneio continental e dá adeus à competição com a derrota de 4 a 0 imposta pela Raposa ontem em São Januário.
O Vasco bem que tentou se impôr no início do jogo, mas Léo – impedido – recebeu passe de Egídio aos 9 minutos e marcou o primeiro para os mineiros. Sem poder se dar ao luxo de perder, o Vasco se expôs na busca pela igualdade e “abriu a porteira”: aos 24, Egídio novamente deu o passe, desta vez para Thiago Neves que fez o segundo. Aos 32, Sassá viu o goleiro Martín Silva adiantado e mandou um “pombo sem asa” para o fundo da meta Cruzmaltina.
Com a enorme desvantagem e sabendo da desclassificação, o Vasco, completamente abatido, tentou diminuir o prejuízo no segundo tempo, mas a reação parou aos 9 minutos com o 2º gol de Sassá que fechou os 4 a 0. A partir daí, coube ao Cruzeiro apenas administrar o jogo e esperar pelo apito final.
Com o resultado, o time do técnico Mano Menezes assume o 1º lugar no grupo 5 e espera pelo resultado do jogo entre Racing e Universidad de Chile, hoje, para confirmar sua classificação final antes da última rodada, quando enfrentará o Racing no próximo dia 22 no Mineirão.