Erro da arbitragem prejudica o Cruzeiro e deixa o Boca Juniors com os dois pés na semifinal da Libertadores
Expulsão inexplicável do zagueiro do Cruzeiro na metade do segundo tempo em La Bombonera facilita a vida do Boca Juniors que chegará ao Brasil com uma vantagem de 2 a 0 no placar em sua caminhada rumo a mais uma semifinal de Copa Libertadores da América – a mesma vantagem, aliás, que o Grêmio impôs ao Atlético Tucumán na última terça-feira.
Para quem acreditava que o VAR seria o fim dos erros de arbitragem do futebol mundial em lances polêmicos, o árbitro paraguaio Éber Aquino provou ontem, em La Bombonera, que nada está mais distante da verdade do que esta afirmação. Após consultar o VAR na metade do segundo tempo, o juiz considerou agressão o choque natural entre Dedé e o goleiro do Boca Juniors, Andrada, e não hesitou em dar ao zagueiro brasileiro o imerecido cartão vermelho que pode ter selado a sorte do Cruzeiro na Copa Libertadores. O duelo que naquele momento seguia parelho – apesar da vantagem de 1 a 0 no placar para os donos da casa – se desequilibrou e permitiu que o time xeneize chegasse ao 2 a 0 que lhe dá uma gigantesca margem de manobra para o duelo de volta, no Mineirão, contra um Cruzeiro que, por mais que hajam recursos à Conmebol, dificilmente poderá contar com Dedé.
O primeiro tempo
Diferente do que se imaginava, o Cruzeiro não entrou em campo com uma estratégia defensiva. Sem jogar recuado, o time aguentou bem a tradicional pressão inicial dos donos da casa nos primeiros 15 minutos e ainda acertou o pé da trave em uma cabeçada de Thiago Neves. Depois deste lance, o Boca “encontrou” a marcação no meio campo e passou a dificultar a vida da Raposa. Mas sua primeira oportunidade clara veio apenas aos 21 minutos, com Benedetto chutando de longe após desarmar Lucas Silva em um tentativa de puxar um contra-ataque rápido.
O Cruzeiro não passava por nenhum grande susto, mas o Boca tinha o domínio da posse de bola – a estratégia de agredir os donos da casa, pouco a pouco perdeu força no desenho tático da Raposa. Até que aos 35 minutos, Pérez se aproveitou de um “buraco” no lado esquerdo da defesa cruzeirense para deixar Zárate livre, na entrada da área, em condições de abrir o placar.
Em desvantagem, o time brasileiro voltou a pressionar e no espaço de três minutos, desperdiçou duas grandes chances para empatar. Primeiro novamente com Thiago Neves que recebeu sozinho na área e cabeceou com defeito. Depois, com Rafinha que recebeu de Robinho e tocou com perfeição na saída de Andrada. Barcos, em cima da linha, salvou o Boca, que acordou depois disso e voltou a assustar com Zárate que acertou a trave de Fábio.
Segundo tempo
Arrascaeta fazia muita falta a um Cruzeiro que voltou para o segundo tempo buscando o empate, mas ligeiramente mais desorganizado em campo – a necessidade de não perder pesava. Presisonava, mas não assustava até que aos 24 minutos, em uma bola cruzada na área, Dedé se lança para o cabeceio. O goleiro Andrada chega primeiro na bola e acaba atingido no queixo pelo zagueiro brasileiro. Ao ver o adversário caído no chão, Dedé chama pelo atendimento médico que parou o jogo por 5 minutos. Após este tempo, Éber Aquino se dirige à área onde está a tela do VAR, revê o lance e expulsa Dedê por agressão. Um absurdo sem tamanho que surpreendeu a todos em campo e fora dele. Como sempre lembra Carlos Eugênio Simon no Fox Sports, em câmera lenta até beijo de vó parece agressão. Faltou a Aquino discernimento para interpretar o lance e as imagens.
Inconformado com a expulsão e conformado com a derrota por um placar mínimo, o Cruzeiro tentou se fechar na defesa mas acabou castigado aos 36 minutos, quando Pérez se aproveitou de um erro de Edílson no momento de afastar uma bola perigosa e mandou uma bomba indefensável no ângulo de Fábio.
Fatura fechada.
E agora?
No próximo dia 4 de outubro, o Cruzeiro receberá o Boca Juniors no Mineirão precisando de uma vitória por 3 a 0 para se garantir na semifinal da Libertadores. Difícil contra um Boca que joga no segundo semestre tudo que não jogou no primeiro. Uma vitória por 2 a 0 levará a decisão para os pênaltis. Em sua recente campanha nos mata-mata, esta será a primeira vez que o Cruzeiro receberá o visitante em desvantagem no placar.
Antes de resolver sua sorte na Libertadores, porém, o time de Mano Menezes terá pela frente a partida decisiva da semifinal da Copa do Brasil contra o Palmeiras – que joga hoje, dia 20, contra o Colo-Colo pelas quartas de final da Libertadores. O duelo da próxima quarta-feira, dia 26, começará 1 a 0 para os donos da casa (placar construído no Allianz Parque na ida).
Grêmio bem na defesa do título
Se por um lado o Cruzeiro se complicou, por outro o Grêmio ligeiramente “desfigurado” viu Alisson “comandar” a equipe na boa vitória por 2 a 0 contra o Atlético Tucumán na última terça-feira, dia 18, e conquistar uma importante vantagem em sua caminhada rumo ao título. Atual campeão da Libertadores, o Grêmio segue forte e pode chegar ao bi-campeonato.
Sem poder contar com Jael e André, o Grêmio segurou bem a pressão dos donos da casa, saiu na frente com Alisson e não passou grandes sustos até o final da partida. Com um jogador à mais desde o primeiro tempo (com o auxílio do VAR, Gervásio Nuñez foi expulso após dar um pisão em Alisson quando o jogo já estava 1 a 0), o time superou a pressão inicial nos primeiros 20 minutos e se impôs. No 11 contra 10 do segundo tempo, Éverton deu números finais à partida.
Na volta, em Porto Alegre, no próximo dia 2, o Imortal poderá perder por até 1 gol de diferença para se garantir na semifinal onde pegará o vencedor de Independiente e River Plate, que empataram em 0 a 0 ontem, dia 19.
RESULTADOS E PALPITES PARA OS JOGOS DE IDA DAS QUARTAS DE FINAL DA LIBERTADORES DA AMÉRICA 2018
TERÇA-FEIRA, 18 DE SETEMBRO
- 21:45 – Atlético Tucumán 0 x 2 Grêmio
QUARTA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO
- 19:30 – Independiente 0 x 0 River Plate
- 21:45 – Boca Juniors 2 x 0 Cruzeiro
QUINTA-FEIRA, 20 DE SETEMBRO
- 21:45 – Colo-Colo x Palmeiras – Palpite: Colo-Colo