Copa do Mundo Rússia 2018

França acaba com sonho belga, faz terceira final de Copa do Mundo da história e aguarda por Croácia ou Inglaterra

Seleção Francesa
Foto: Michael Regan - FIFA/FIFA via Getty Images

Franceses se aproveitam de gol no início do segundo tempo para aniquilar os Diabos Vermelhos e passarem para a decisão; aos belgas, fica a sensação de decepção após vitória maiúscula sobre o Brasil 

O França carimbou, nesta terça-feira (10 de julho), um lugar na decisão da Copa do Mundo de 2018 ao vencer a Bélgica por 1×0 em São Petersburgo. O gol de cabeça de Umtiti após cobrança de escanteio nos minutos iniciais da segunda etapa foi tudo o que os Bleus, mais inteligentes em campo e com uma proposta mais cautelosa, precisaram para controlar os Diabos Vermelhos e atingirem à terceira final de sua história (campeão em 1998 e vice em 2006). Em busca do bicampeonato, os franceses aguardam o vencedor de Croácia e Inglaterra, que se enfrentam nesta quarta-feira (11 de julho), às 15 horas (horário de Brasília), em Moscou.

 

Recorde à vista

A passagem da França para a final deixa Didier Deschamps perto de uma seleta lista da Copa do Mundo. Isso porque o francês pode se tornar o terceiro homem a ganhar um Mundial como técnico e jogador. Os únicos que já alcançaram tal marca são Zagallo (1958/62 como jogador, e 70, como técnico) e Franz Beckenbauer (1974, como jogador, e 1990, como técnico).

 

Os caras

O zagueiro Umtiti foi considerado o melhor da partida e é um dos responsáveis pela França não ser vazada em quatro dos seis jogos até aqui na Rússia, mas é Griezmann e Mbappé quem tem levado os Bleus nas “costas”. Enquanto o garoto de 19 anos tem se tornado a cada partida uma válvula de escape para o contra-ataque francês, o jogador do Atlético de Madrid se mostra cada vez mais afiado nas situações de gol. Com três gols e duas assistências, o camisa 7 só não esteve envolvido em mais jogadas que resultaram em bolas na rede do que o inglês Harry Kane, artilheiro da Copa do Mundo com seis tentos.

 

Lloris x Courtois

Muito se comentou antes da bola sobre o duelo ofensivo entre Giroud, Griezmann e Mbappé, pela França, de Lukaku, Hazard e De Bruyne, pela Bélgica. Mas o primeiro tempo dos camisas 1 das duas equipes foi digno de um 0x0 no placar.

Propondo o jogo, os Diabos Vermelhos tiveram mais posse de bola, com 59%, e as primeiras chances. Em ambas, Hazard, localizado no lado esquerdo do campo, deu trabalho para a defesa francesa. Primeiro, acertou um chute rasteiro, que passou rente à trave. Depois, bateu pelo alto. Mas a melhor oportunidade partiu do zagueiro Anderweireld, aos 21 minutos. Ele acertou uma pancada após a bola sobrar na pequena área em disputa de escanteio. Mas Lloris, em defesa que lembrou aquela ocorrida nas quartas de final, contra o Uruguai, mais uma vez salvou os Bleus.

A resposta dos comandados de Didier Deschamps, que então tinham uma postura mais conservadora, buscando os contra-ataques, veio com Giroud, hora de cabeça, hora em chute mascado, ou mesmo com o lateral Pavard, que depois de jogada individual de Mbappé, só foi parado por Courtois. Apesar da leve vantagem dos belgas nas ocasiões de gol, o empate foi justo pelo o que ambas as seleções produziram.

 

Umtiti e a tranquilidade francesa

A segunda etapa começou da mesma forma, com a Bélgica buscando o jogo. Mas os Diabos Vermelhos não tiveram nem tempo de pressionar os rivais, que abriram o marcador em cobrança de escanteio. Griezmann cruzou no primeiro pau e Umtiti se antecipou a Fellaini, não dando chances para Courtois.

O gol atordoou os belgas, que não lembraram nem de longe a ótima atuação contra o Brasil, e quase tomaram o segundo em jogada magistral de Mbappé. Ele deu passe de calcanhar para Giroud, mas viu o atacante ser travado na hora do chute. A noite não era do camisa 9, que destoava no ataque francês e se mantinha zerado no mundial.

Precisando de sangue novo, o técnico Roberto Martínez colocou Mertens no lugar de Dembélé, então um dos escolhidos ao lado de Chadli para figurar entre os titulares com a suspensão de Meunier. A substituição quase teve efeito imediato, com o jogador do Napoli realizando um cruzamento certeiro na cabeça Fellaini, que quase empatou a partida.

Mas o tempo foi passando e a Bélgica não conseguia pressionar. Hazard, mais solto em campo, era quem mais buscava o jogo, porém nada que assustasse a meta de Lloris. A exceção foi o balaço de Witsel após jogada do meia do Chelsea, em nova defesa do arqueiro francês. Por outro lado, a França se mostrava ciente do que tinha que fazer e era perigosa nos contra-ataques. Os Bleus só não ampliaram o marcador porque Tolisso, que havia entrado no lugar de Matuidi, foi parado em Courtois. Assim ficou, 1×0 para a França e vaga na decisão. Aos belgas, o terceiro lugar como consolo.

 

Ficha técnica

Bélgica: Courtois, Vertonghen, Kompany, Anderweireld e Chadli (Batshuayi); Witsel, Dembélé (Mertens), Fellaini (Carrasco), De Bruyne e Hazard; Lukaku. Técnico: Roberto Martínez.

França: Lloris, Pavard, Varane, Umtiti e Lucas Hernández; Pogba, Kanté e Matuidi (Tolisso); Griezmann, Mbappé e Giroud (N’Zonzi). Técnico: Didier Deschamps.

Local: São Petersburgo

Árbitro: Andrés Cunha (URU)

Cartões amarelos: Hazard, Anderweireld, Witsel e Vertonghen, pela Bélgica; Kanté e Mbappé, pela França.

Gols: Umtiti (50 minutos)

 

Jogos das semifinais da Copa do Mundo 2018

Terça-feira, 10 de julho

  • 15:00 – França 1×0 Bélgica – Palpite: Bélgica

Quarta-feira, 11 de julho

  • 15:00 – Croácia 2×1 Inglaterra – Palpite: Inglaterra

Disputa do terceiro lugar da Copa do Mundo 2018

Sábado, 14 de julho

  • 11:00 – Bélgica x Inglaterra

Final da Copa do Mundo 2018

Domingo, 15 de julho

  • 12:00 – França x Croácia

 

ATUALIZAÇÃO ANTERIOR: 10/07/2018

Gerações de ouro da França e Bélgica protagonizam semifinal mais aguardada da Copa do Mundo

Griezmann, Mbappé e Pogba versus Lukaku, Hazard e De Bruyne: quem irá para a decisão no confronto destas potências ofensivas? 

A Copa do Mundo vai chegando ao seu momento mais aguardado com a definição dos finalistas da edição de 2018. Depois passarem por Uruguai e Brasil com autoridade, França e Bélgica, respectivamente, abrem as semifinais nesta terça-feira (10 de julho), às 15 horas (horário de Brasília), em São Petersburgo. Considerados favoritos ao lado dos já eliminados brasileiros e alemães desde a abertura do certame, Les Bleus sobreviveram a onda de quedas dos campeões mundiais na Rússia e agora rivalizam contra uma seleção que não perde há quase dois anos e ainda está 100% no torneio.

 

Campeão invicto?

França e Bélgica disputam à semifinal invictas na competição. Isso quer dizer que se uma das duas seleções alcançar o título mundial, teremos um campeão invicto pela segunda edição consecutiva de Copa do Mundo – seria o 17º campeão invicto da história do torneio. A Alemanha de 2014 (seis vitórias e um empate) quebrou um tabu de oito anos sem que o vencedor terminasse a competição sem ser derrotado – a Itália, campeã em 2006 (cinco vitórias e dois empates), havia sido o último país a atingir tal marca.

 

Campanha francesa

Fazendo parte do Grupo C, ao lado de Austrália, Peru e Dinamarca, Les Bleus não fizeram muita força para garantirem o primeiro lugar na chave. Foram sete pontos. Primeiro, venceram os australianos por 2×1. Depois, bateram os peruanos por 1×0, e finalizaram sua participação na chave de grupos com um empate sem “sal” (0x0) contra os dinamarqueses, em jogo bastante criticado pelo modo apático com que a equipe se portou em campo. Em três partidas, míseros três gols marcados – Griezmann, Behich (gol contra do jogador da Austrália) e Mbappé – e um sofrido.

A impressão é que a França se poupou na primeira fase. Isso foi evidenciado quando a equipe dirigida por Didier Deschamps precisou jogar bola, como vimos contra a Argentina. Apesar da desorganização hermana, os franceses tiveram uma exibição convincente. O placar de 4×3 foi uma boa resposta aos que duvidavam da seleção campeã mundial de 1998. A sólida vitória sobre o Uruguai por 2×0 na quarta de final apenas confirmou tal pensamento.

 

Campanha belga

Já pelo lado belga, são cinco jogos e cinco vitórias. O 100% de aproveitamento no torneio teve início com goleadas sobre o Panamá (3×0), Tunísia (5×2) e vitória simples sobre a Inglaterra (1×0), mas que rendeu a liderança do Grupo G com nove pontos.

As oitavas de final chegaram e os Diabos Vermelhos quase ficaram pelo caminho. Se não fosse uma virada heroica no minuto final – gol de Chadli – do embate com o Japão. Após sair perdendo por 2×0, a Bélgica conseguiu o improvável e venceu os Samurais Azuis por 3×2, em jogo deverá ser um dos pontos altos da campanha da equipe caso alcance o inédito título. No confronto com os pentacampeões mundiais, o técnico Roberto Martínez deu um “baile” tático sobre Tite e despachou os brasileiros por 2×1.

 

Gerações de ouro

O embate em São Petersburgo coloca frente a frente duas gerações que há anos carregam muita expectativa dentro de campo, mas que até agora nada provaram. Depois de cair nas quartas de final do Mundial no Brasil para uma Alemanha que seria campeã daquela edição, a França foi vice-campeã da Euro 2016, perdendo em pleno Stade de France para Portugal, de Cristiano Ronaldo.

Do elenco que disputou o torneio em terras tupiniquins há quatro anos podemos citar o goleiro Lloris, o zagueiro Varane, Pogba, Griezmann e Giroud, que hoje são as principais peças do esquema tático de Didier Deschamps. Neste meio tempo, uma figura chamada Kylian Mbappé surgiu – com início meteórico o Mônaco e que hoje joga no PSG – e, mesmo com a pouca idade, comanda o ataque francês ao lado do atacante do Atlético Madrid. Com três gols e vindo de atuações decisivas contra Argentina e Uruguai, o Mbappé é a peça de desequilíbrio dos Bleus.

Já os Diabos Vermelhos contam com um trio que vem dando o que falar nesta Copa do Mundo. O entrosamento de Lukaku, Hazard e De Bruyne, que hoje é dono do melhor ataque da competição com 15 gols, é de encher os olhos. Basta lembrarmos do contra-ataque belga no segundo gol sobre o Brasil. Porém, ao mesmo tempo, a geração de ouro do país chega pressionada para tentar acabar o “quase” que atingiu a equipe nos últimos anos. As quedas nas quartas de final do Mundial em 2014 (para a Argentina) e na Euro de 2016 (para o País de Gales) evidenciam a pressão numa seleção que apesar da pouca tradição no futebol, tem revelado importantes figuras para o mundo da bola.

Quase dois anos sem perder uma partida oficial – última derrota ocorreu para a Espanha, setembro de 2016 – , sendo 19 vitórias e cinco empates no período, a Bélgica tenta superar o seu melhor resultado de Copa do Mundo, que foi justamente uma semifinal (quarto lugar), disputada em 1986, no México.

 

Palpite

O “jogo” das semifinais promete ser aberto. É pelo menos o que já adiantou o técnico da Seleção da Bélgica, Roberto Martínez, que após explorar o contra-ataque contra o Brasil, deve sair mais para o jogo contra os franceses. Apesar do favoritismo francês, que em dois jogos de Copas do Mundo contra os rivais nunca perdeu – venceu os belgas por 3×1 em 1938 e ganhou na prorrogação do terceiro lugar por 4×2, em 1986 –, é a Bélgica quem lidera com confronto, com 30 vitórias, contra 24 dos rivais e 19 empates.

É importante frisar que a equipe liderada pelo vice-artilheiro Lukaku (quatro gols na Rússia) vem mais “calejada”, já que vivenciou no mata-mata todo tipo de situação. Isso, logo mais, pode ser crucial!

 

Jogos das semifinais da Copa do Mundo 2018

Terça-feira, 10 de julho

  • 15:00 – França 1×0 Bélgica

Quarta-feira, 11 de julho

  • 15:00 – Croácia x Inglaterra – Palpite: Inglaterra