Golden Masters: Djokovic derrota Federer em Cincinnati e alcança marca inédita na ATP
Sérvio é o primeiro tenista da história na categoria de simples a conquistar todos os nove Masters 1000 do circuito (Miami, Indian Wells, Madrid, Roma, Monte Carlo, Toronto/Montreal, Cincinnati, Xangai e Paris)
Demorou cinco anos, mas finalmente Novak Djokovic sentiu o doce gosto de ser campeão do Masters 1000 de Cincinnati e bater mais um recorde na ATP. Após cinco vice-campeonatos no torneio disputado no estado de Ohio, nos Estados Unidos, o sérvio acabou com o fantasma no domingo (19 de agosto), derrotando Roger Federer por 2 sets a 0 (parciais 6/4 e 6/4). A vitória na final do Western and Southern Open deixa o ex-número 1 do mundo como único tenista da história a conquistar todos os nove troféus de Masters do circuito (Miami, Indian Wells, Madrid, Roma, Monte Carlo, Toronto/Montreal, Cincinnati, Xangai e Paris), alcançando o tal Golden Masters. Confira a trajetória de Djoko na competição.
O senhor Golden Masters
Novak Djokovic se tornou no domingo o primeiro tenista em 28 anos desde a introdução da série Masters 1000 na ATP Tour a vencer os nove títulos da categoria. O sérvio vinha buscando o Golden Masters desde 2013, quando interrompeu a brilhante sequência de 46 vitórias consecutivas de Rafael Nadal em Monte Carlo e alcançou o oitavo título da categoria, em Mônaco. A primeira tentativa aconteceu na mesma temporada, mas a inesperada derrota para John Isner nas quartas de final de Cincinnati adiou a possibilidade de título. O fantasma continuou nos anos seguintes, com quedas para Tommy Roberto, na terceira rodada, e para Roger Federer, na decisão. Por falar no vice-campeonato de 2015, ele foi o quinto do sérvio na competição estadunidense (2008-09, 2011-12).
Ausente nas edições de 2016 e 2017 em razão de contusões, como os problemas no punho e cotovelo, Djokovic chegou ao Masters 1000 deste ano em boas condições. Apesar da eliminação precoce na Rogers Cup na semana anterior, o sérvio vinha de um importante título na grama sagrada de Wimbledon, encerrando o jejum de um ano sem taças no circuito. Somado a isso, havia o desfalque de Nadal, que resolveu se poupar para o US Open.
Ao vencer em Cincinnati, o sérvio ganhou o seu Masters 1000 de número 31, ficando apenas dois troféus através de Nadal, o maior vencedor da categoria com 33, e atingiu o seu 70º título da carreira, em 15 temporadas.
O jogo do título
Tendo disputado cinco jogos em apenas quatro dias, em razão das más condições climáticas em Cincinnati, e ainda vivendo certa instabilidade dentro de quadra, Novak Djokovic não era o favorito para vencer o título do antepenúltimo Masters de 2018. Seja pelas dificuldades ao longo da competição, contra adversários como o búlgaro Grigor Dimitrov, o canadense Milos Raonic e o croata Marin Cilic, ou por ter pela frente um adversário considerado seu carrasco durante as edições anteriores do torneio. Federer, segundo colocado no ranking da ATP, era, até então, responsável por três dos cinco vice-campeonatos do sérvio em Ohio: 2009, 2012 e 2015.
Mas tudo foi diferente no domingo. Com o suíço errando mais do que o normal, atingindo 39 erros não forçados e vendo sua tática de atacar o serviço adversário não surtindo efeito, Djoko foi ganhando moral a cada game. Nem mesmo a incrível sequência de 100 saques consecutivos confirmados pelo heptacampeão Federer no torneio assustou o sérvio, que se não foi brilhante, alcançou o objetivo.
Vendo o suíço com dificuldades no serviço, Novak Djokovic foi apenas quebrá-lo no sétimo período do primeiro set. Depois, confirmou a parcial em 6/4. Federer até teve a chance de conseguir uma vantagem no confronto, já que quebrou o sérvio no segundo game seguinte. Mas o Maestro logo “entregou” a quebra no game posterior, após dupla falta e erro não forçado. Mais uma vez, no sétimo game, Federer voltou a sucumbir para o ex-número 1 após estar vencendo por 40-0. Consistente, Djoko fechou o jogo em seu saque e aumentou sua vantagem no duelo com o suíço: 24 vitórias contra 22 derrotas.
Ranking
Com o 70º título da carreira, Novak Djokovic somou 1000 pontos no ranking da ATP e irá ganhar boas posições na corrida pelo ATP Finals, torneio que reúne os oito melhores tenistas do ano. Décimo colocado antes de bolinha rolar em Cincinnati, ele alcançará a sexta posição nesta segunda-feira (20 de agosto).
A colocação representa uma grande evolução do sérvio no circuito. Após perder seis das primeiras nove partidas em seu retorno aos torneios em março, em razão da cirurgia no cotovelo esquerdo, o tenista de 31 anos acumula 19 vitórias e apenas duas derrotas desde o início da temporada na grama, que inclui o título de Wimbledon e o vice-campeonato de Queens, e posteriormente, na quadra dura.