Já dá para dizer que o Sesc-RJ é o campeão da Superliga Feminina de Vôlei?
Imaginar que o time de Bernardinho vá deixar o título escapar é mesmo tarefa para os arrojados, embora o Dentil/Praia Clube mereça respeito na decisão deste domingo (22)
Acabou? Ou ainda não? É esta a pergunta que todos os fãs de vôlei fazem nesta semana de intervalo entre a primeira e a segunda partida das finais. O jogo que decide o título será disputado neste domingo (22), no Ginásio do Sabiazinho, em Uberlândia. A partida começa às 9h10 (de Brasília) e vai ser transmitida ao vivo pela TV Globo e pelo SporTV.
O Ganhador acompanhou com atenção a primeira partida, vencida pelo Sesc-RJ por 3 sets a 1, parciais de 26/24, 25/19, 22/25 e 25/17, na Arena Carioca 1, no Rio, no domingo passado. O momento agora é de analisar e tentar traçar um cenário para este segundo confronto. Vale sempre lembrar: em caso de vitória do Praia Clube por qualquer placar, haverá um “golden set” de 25 pontos para a definição do título.
(É cada uma que inventam….)
Comodidade
Ocorreu aquilo que a gente apontava no texto da semana passada, quando falamos da maior experiência do Sesc em partidas decisivas. O esporte tem mesmo um componente todo especial em condições de alta tensão. E talvez não exista mesmo treinador de vôlei no mundo que lide com este “ar rarefeito” de maneira tão positiva quanto o lendário Bernardinho, que é, para a gente, o maior técnico da história do esporte brasileiro, seja a modalidade que for.
Ele deu um verdadeiro espetáculo no último domingo. No vôlei costuma-se dizer que as levantadoras são as “mãos do técnico”. E Roberta teve uma atuação espetacular – como, aliás, vem sendo toda a sua Superliga.
Serenidade, ímpeto e resistência. O Sesc demonstrou tudo isso na primeira partida. Não é à toa que é o atual hexacampeão consecutivo e briga pela sua 13ª taça.
O fator Drussyla
O êxito da levantadora está sempre ligado ao desempenho das atacantes. E a ponteira Drussyla foi um show à parte, respondendo por 18 pontos e brilhando principalmente no rendimento coletivo. Fez um pouco de tudo. E por isso foi eleita a melhor em quadra.
“Procuro aprender bastante com as jogadoras mais experientes e toda a comissão técnica do Sesc. Queria ajudar a equipe da melhor forma e só ganhei esse troféu porque todo o grupo fez uma boa partida. Ainda temos mais um jogo decisivo na próxima semana e não tem nada decidido. Temos que nos preparar ainda melhor para o duelo em Uberlândia”, afirmou, humilde.
Pontas firmes
Drussyla não foi a única ponteira a brilhar na partida do último domingo. Gabi fez ainda mais pontos: 20, quase um set todo. O bom desempenho das ponteiras dá sempre um alívio para a equipe, que pode distribuir melhor o jogo e confundir a defesa adversária, que não sabe nunca de onde vai vir o ataque. Outra máxima do vôlei: quando as ponteiras são superiores às da adversária, não há como perder a partida. Era esta a tática cubana nos anos 90. E deu até para reviver um pouco do que elas faziam na partida do Rio no domingo passado, tamanha a eficiência do Sesc.
Saque eficiente
Outro ponto de bastante contundência do Sesc foi no saque, especialmente com Roberta e Drussyla. O Praia Clube não soube como lidar com um serviço agressivo e que dificultou demais o passe da equipe mineira.
A chave para uma reviravolta do Praia nesta decisão é exatamente neutralizar esta arma do Sesc. Se houver um equilíbrio no saque, a chance de a equipe mineira explorar as suas centrais, as espetaculares Fabiana e Walewska, aumenta demais. Ambas brilharam no bloqueio. Mas ficou claro que para ser campeã vai precisar de mais tempero nesta panela.
E o regulamento?
Não podemos terminar esta análise sem pedir para o vôlei brasileiro repensar o formato da final. O vôlei é fantástico, um xadrez de manchetes e cortadas, mas às vezes inventa tanto que acaba complicando.
O jogo único que vigorava até o ano passado já era uma aberração. Nunca vai ser justo uma competição durar seis meses e conhecer a sua campeã em uma minguada partida simples. Nem adianta comparar com o futebol, com Champions League, o que quer que seja. Estamos falando de esportes de quadra. E esta decisão atual em dois jogos segue injusta e improdutiva.
Ou seja: o Praia pode jogar até seis sets (de uma vitória por 3 a 2 e ainda mais o “golden set”) neste domingo, transformando a decisão, que é o ápice de exigência em qualquer esporte, em um verdadeiro martírio para todos – inclusive para o público.
Por falar em martírio: tudo bem que entendemos a importância da TV e da finalidade de o esporte ocupar um espaço nobre nas telinhas, mas…ter uma finalíssima às 9h10 de domingo é uma ofensa ao bom senso, não?
As atletas precisam acordar às 5h? Às 6h? O torcedor também?
Vamos ser mais normais, gente, por favor.
E os homens?
O Sesi-SP já está na final. Ganhou fácil por 3 jogos a 0 a sua semifinal contra o Sesc-RJ. Foi o fim do sonho carioca de conquistar a Superliga tanto com os homens quanto com as mulheres. A série entre o Sada Cruzeiro e o EMS Taubaté Funvic está muito mais apertada, com vitória até aqui do Taubaté por 2 jogos a 1. O Taubaté joga em casa nesta terça (17), às 19h (de Brasília), mas apostamos em uma nova vitória do Cruzeiro, que se classificaria para a final na “bacia das almas”, como diriam os mais dramáticos. Vai valer a pena conferir.
Jogo da 2ª final da Superliga Feminina
Domingo, 22 de abril
- 09:10 – Dentil/Praia Clube x Sesc-RJ – Palpite: Sesc
Jogos das semifinais da Superliga Masculina
Terça-feira, 17 de abril
- 19:00 – EMS Taubaté Funvic x Sada Cruzeiro – Palpite: Cruzeiro
Sexta-feira, 20 de abril (se necessário)
- 21:30 – Sada Cruzeiro x EMS Taubaté Funvic – Palpite: Cruzeiro