Missão de Jon Jones em volta ao UFC é muito maior do que recuperar o cinturão dos meio-pesados
Jon Jones está de volta ao UFC! Depois de muita especulação, o americano foi confirmado na luta principal do UFC 232, que acontece dia 29 de dezembro, em Las Vegas (EUA). Considerado por muitos como o maior lutador de todos os tempos, “Bones” fará uma revanche histórica contra Alexander Gustafsson. Mais do que repetir a luta mais difícil de sua carreira, Jones tem a missão de “limpar sua barra” e mostrar que os problemas com o doping estão extintos e sua carreira voltará, enfim, a seguir sua trajetória no esporte. Ah, o duelo vale o cinturão linear dos meio-pesados do UFC, o que aumenta ainda mais sua responsabilidade.
Jones foi durante muito tempo soberano no UFC. Em um tempo onde dividia as atenções com ícones como Anderson Silva e Georges St-Pierre, Jones conseguia ser o favorito de boa parte da legião de fãs de lutas espalhadas pelo mundo. Favorito no sentido de ser o melhor na opinião destes. O problema é que a partir de janeiro de 2015, Jon Jones caiu no doping por três vezes. E já está mais do que comprovado que quando um atleta cai no doping, especialmente em testes feitos durante período de competição, todo seu legado e carreira, especialmente as vitórias conquistadas perto do doping, são colocados em questão, em dúvida. “Será que ele esteve dopado durante todo esse tempo”? É comum pensar dessa forma.
A última luta de Jones representa bem o que o espera daqui pra frente. Diante de Daniel Cormier, em julho passado, Jones encarou toda a desconfiança e as provocações do rival, que junto a muitos fãs colocou em questão a legitimidade de sua grandeza no MMA. Dentro do octógono, Jon nocauteou Daniel Cormier de uma forma arrasadora, e enviou ao mundo um recado: “eu sou o maior de todos e o doping é passado”. O banho de água fria veio logo após. Alguns dias depois, foi anunciado o doping de Jones em teste feito na noite anterior à luta com Cormier. Aí, realmente, fica difícil defender. Logo, o recomeço no MMA é sua chance de reconstruir sua reputação e mostrar que pode ser o mesmo lutador espetacular e “limpo” ao mesmo tempo.
A realidade é que Jones vai precisar de um bom tempo. Não basta ganhar de Gustafsson. Este será um primeiro passo difícil, mas absolutamente alcançável se o americano estiver em forma. O mais importante é ele andar na linha e parar de se envolver em polêmicas. Pois indisciplina e vitórias no octógono não caminham juntos. Administrar ambos é mais difícil do que qualquer luta. E está comprovado que Jones não sabe fazê-lo.
O que quero dizer aqui é que Jones terá diante de Gustafsson uma luta importante. Talvez a mais importante de sua carreira. Se ele vence, recupera o cinturão e não se envolve em mais nenhum escândalo de doping, consegue retomar o rumo de sua carreira e provar que com ou sem doping, ele ainda é o Jones incrível que o mundo conheceu. Todos os problemas relacionados a drogas, o acidente de carro onde fugiu de cena e tudo mais prejudicaram sua imagem, claro. Mas o doping derrete sua áurea vencedora dentro do octógono mais famoso do mundo. E todos sabemos que Jones é um diamante mal cuidado. Ainda há tempo de recuperar parte do que já foi perdido.
Diante de Alexander Gustafsson, Jon Jones vai em busca do primeiro passo rumo a redenção. Mais do que se recuperar dentro do octógono e voltar a deter u cinturão do Ultimate, o americano precisa provar ao mundo que não merece ter para todo sempre sua imagem atrelada aos casos de doping em que se envolveu no passado. Essa, sim, será a luta mais difícil de sua carreira. Mas nada que ele não seja capaz de superar.