O que esperar do Vasco nesta Libertadores da América?
Gigante da Colina estreia na competição às 21h45 (de Brasília) desta quarta (31), enfrentando o Universidad Concepción e o pessimismo que ronda a sua torcida
A Libertadores 2018 é especial para o Vasco da Gama por dois motivos. O primeiro deles é pelo clube comemorar exatos 20 anos da sua única conquista no torneio, quando o timaço que tinha Luizão, Donizete e Mauro Galvão dominou a América e ergueu a principal taça da história do clube. A segunda razão que faz a torcida suspirar é o fato de o Vasco voltar à Libertadores depois de seis anos – desde aquele cruel gol de Paulinho nos instantes finais de uma equilibradíssima quartas de final contra o Corinthians, que seria o campeão daquela competição.
Deveria ser uma edição repleta de significado, mas o que predomina entre os vascaínos nesta semana é um enorme pessimismo – quando muito, uma sensação de “vamos ver o que dá”, sem esperar demais de uma equipe que até aqui dá vexame no Campeonato Carioca, somando o mesmo número de pontos do que de jogos: apenas quatro.
E os reforços?
Não há torcida brasileira que não tenha absorvido dos vizinhos argentinos e uruguaios o mantra de que “a Libertadores é obsessão”. Seria interessante se os dirigentes começassem a fazer o mesmo, especialmente os do Vasco. O clube perdeu sua principal peça, o agora são-paulino Nenê, e segue sem conseguir uma reposição à altura.
A situação alvinegra depois da saída de Eurico Miranda – e da chegada do novo presidente, Alexandre Campello, ocorrida nos últimos dias – é tão confusa que os jogadores que chegaram precisaram correr para estar à disposição do técnico Zé Ricardo. O zagueiro Paulão e o lateral-esquerdo Fabrício foram regularizados, mas o zagueiro não foi relacionado para o jogo das 21h45 (de Brasília) desta quarta (31) contra o Universidad Concepción, do Chile. A partida será na cidade de Concepción, no Estádio Ester Roa, um triste campo de concentração e tortura na ditadura do ex-presidente Augusto Pinochet.
Mais dois recém-chegados tiveram suas situações regularizadas no Vasco apenas nos últimos instantes, casos do meia Thiago Galhardo e do zagueiro Werley – este, com melhores condições de estrear porque estava treinando normalmente com o Coritiba, seu ex-clube.
É mesmo uma pena que a vaga na Libertadores, que tanta surpresa causou no ano passado, seja tratada desta maneira por um clube que está realmente juntando os cacos depois de tantos desmandos. Os mais coerentes vão entender que a participação do Vasco na atual edição para servir para o clube como um todo ganhar bagagem e conseguir amadurecer o seu elenco para as competições futuras. Não são poucos os times que surpreendem e conseguem realizar uma Libertadores acima das expectativas – o Atlético Paranaense e o Botafogo são exemplos frescos na memória pelas boas campanhas de 2017, mas exigir que o Vasco tenha condições de ir longe é mesmo querer demais.
Com o atual elenco, uma chegada à fase de grupos seria uma vitória. Atingir o mata-mata seguinte é algo que talvez não passe nem pelo vascaíno mais fanático. Uma pena. A data redonda, os 20 anos do “gol Monumental” de Juninho, merecia uma atualidade mais festiva e organizada.
Depois do confronto com o Universidad Concepción, o Vasco precisaria, antes de atingir a fase de grupos, encarar outro duelo de ida e volta com o ganhador do cruzamento entre os bolivianos do Jorge Wilstermann e do Oriente Petrolero.
Adversário é um time novato
O Vasco sofre com a escassez de reforços. O mesmo não ocorre com o Universidad de Concepción, que apresentou seis contratações. Quatro deles já vestiram a camisa da seleção chilena: o zagueiro Martínez, o volante Figueroa, o meia Morales e o atacante Pineda. Os outros dois reforços são o volante Albarzua e o atacante Santiago Silva.
O clube foi fundado apenas em 1994 – quase cem anos menos que o Vasco, que teve as suas primeiras atividades no distante 1898.
O time está nesta Libertadores por ter ficado na terceira colocação do Clausura de 2017 – mas a competição encerrada em maio não foi a última a ser disputada no Chile. Veio depois o Torneio de Transição, no qual o Universidad Concepción foi apenas o décimo de um total de 16 equipes.
Jogos da 2ª rodada da Libertadores da América 2018
Terça-feira, 30 de janeiro
- 20:15 – Carabobo-VEN x Guaraní-PAR – Palpite: Guaraní
- 22:30 – Banfield-ARG x Independiente Del Valle-EQU – Palpite: Banfield
- 22:30 – Santiago Wanderers-CHI x Melgar-PER – Palpite: Santiago
Quarta-feira, 31 de janeiro
- 21:45 – Chapecoense x Nacional-URU – Palpite: Empate
- 21:45 – Universidad Concepción-CHI x Vasco – Palpite: Empate
Quinta-feira, 1º de fevereiro
- 20:15 – Deportivo Táchira-VEN x Indepediente Santa Fe-COL – Palpite: Empate
- 22:30 – Oriente Petrolero-BOL x Jorge Wilstermann-BOL – Palpite: Empate
- 22:30 – Olimpia-PAR x Junior Barranquilla-COL – Palpite: Olimpia