Paixão Nacional: acontece no Corinthians
O Corinthians – e, por tabela, o corintiano – é muito engraçado. Sua camisa foi vestida com brilho e talento por jogadores como Rivelino, Sócrates, Casagrande, Neto, Marcelinho Carioca, Tevez, Ronaldo Fenômeno (em fim de carreira e acima do peso, mas ainda assim, muito superior dos demais jogadores atuando no Brasil), entre tantos outros. Mas o clube e sua torcida têm uma queda irresistível por jogadores “marromeno”.
Viola, Túlio Maravilha, Mirandinha, Herrera… todos jogadores limitados mas que, por sua entrega e disposição, caíram nas graças da arquibancada e entraram para o folclore corintiano como jogadores muito melhores do que realmente foram. A bola da vez em 2017 foi Ángel Romero, o limitado atacante paraguaio que não faz gols, mas corre o tempo todo, protege o lateral e “enche o saco” da marcação adversária durante os 90 minutos de qualquer jogo. Romero compensou a falta de talento se tornando útil ao time – seria ainda mais útil se se assumisse de vez como lateral-esquerdo e abrisse uma vaga no ataque corintiano para alguém mais habituado a fazer gols. Mas, independente da posição onde joga, Romero é hoje um titular intocável de Fábio Carille.
E 2018 começa trazendo um novo candidato a “grosso da Fiel”. Colin Kazim, o gringo presepeiro do Parque São Jorge aproveitou a falta de concorrentes durante a Florida Cup – Lucca chegou mais preocupado em choramingar com a imprensa do que em jogar bola – e cravou seu lugar no time titular que irá estrear no Campeonato Paulista nesta quarta-feira. Na tradição alvinegra de ídolos ruins de bola, Kazim emula tudo que os gigantes do passado faziam tão bem: domina de canela como Túlio Maravilha, corre sem direção como Mirandinha e finaliza mal como Herrera – quando finaliza. E mesmo assim conseguiu um bom aproveitamento no torneio nos EUA: fez um gol, participou da jogada de outro e enquanto esteve em campo, o Corinthians não perdeu.
Para mostrar que o perfil de jogador pretendido pelo clube não muda, Gilberto (ex-São Paulo), que nada mais é do que um Henrique Dourado piorado e um Kazim melhorado, está livre no mercado e recebeu uma proposta de dois anos de contrato do Timão.
A Fiel vai à loucura!