Paixão Nacional: cachorro grande?
Aconteceu que no duelo de “cachorros grandes”, no Santiago Bernabéu pela Champions League, o Paris Saint Germain tentou ser um grande pitbull mas acabou apequenando-se até o tamanho de um toy poodle de madame diante do feroz Real Madrid. Gigante no Campeonato Francês, onde a concorrência é menor, o PSG saiu na frente diante de Cristiano Ronaldo e companhia mas deu aos donos da casa um pênalti infantil – Lo Celso em cima de Kroos – que devolveu a igualdade ao placar ainda no primeiro tempo.
Na segunda etapa, quando estava melhor no jogo, o PSG tomou a virada em menos de 10 minutos graças as substituições promovidas por Zidane: Vazquez e Asensio no lugar dos improdutivos Isco e Benzema. Aos 38 minutos, Asensio fez o passe para o segundo gol de CR7 no jogo (o primeiro foi o pênalti sofrido por Kroos). Aos 41, novo passe de Asensio, agora para conclusão de Marcelo – um dos melhores em campo. 3 a 1 para os Merengues.
Com Cavani e Mbappé em péssimo dia, e o técnico Unai Eméry abusando do direito de fazer bobagem com o time, Neymar fracassou na missão de ser protagonista no PSG (principal motivo, aliás, para sua troca do Barcelona pelo clube francês). Não é a primeira vez que o talentoso brasileiro falha em ser decisivo – não que ele não seja, mas, em geral, quando o time (qualquer time) precisa que Neymar seja decisivo, ele fracassa. Quando Cavani e Mbappé jogam bem, é fácil “dar show”.
O próximo jogo do PSG dará a exata noção do ânimo de Neymar. A se repetir seu padrão habitual de comportamento, o brasileiro entrará em campo brigando até com a própria sombra – como já fez quando jogava pelo Santos e pelo Barcelona. É capaz de conseguir uma expulsão para esfriar a cabeça. Mas, se conseguir sair de seu “padrão de comportamento” e concentrar-se apenas no futebol, Neymar mostrará que, pelo menos, está amadurecendo.
Independente de qual seja o humor do brasileiro em seu próximo jogo pelo PSG, é bom que o técnico Tite busque opções para não depender apenas do talento de Neymar na Copa do Mundo – do contrário poderá se decepcionar na Rússia da mesma forma como os franceses se decepcionaram ontem na Espanha.