Paixão Nacional: ideia de quem?
Tem gente que acha que não, mas ser técnico da Seleção Brasileira é exercer uma forte influência sobre os clubes. Principalmente quando se é um técnico como Tite que conta com o apoio da torcida e a boa vontade da imprensa – vamos falar sério, se o Dunga tivesse convocado o William José, geral estaria xingando e criticando até hoje. A trajetória, até aqui vitoriosa, do professor no comando da seleção canarinho lhe permite “reinventar” soluções malucas que deram certo em sua passagem triunfante pelo Corinthians. No Timão, Tite, em momento de pura falta de opções, “inventou” Danilo como falso 9. E a invenção deu certo por algum tempo. O meia conseguia, com relativa competência, fazer a tão falada função de pivô – nada mais do que jogar de costas para a defesa adversária ajeitando a bola para os meias que chegam de frente para o gol finalizarem em melhores condições.
Mas o raio não cai duas vezes no mesmo lugar.
Diante da seca de centroavantes de qualidade no futebol brasileiro (vamos combinar que um mercado que disputa Henrique Dourado a tapa tem sérios problemas), o técnico da seleção recorreu ao bem sucedido experimento corintiano e inventou que Diego Souza – um volante que, mais habilidoso que maioria dos volantes, acabou promovido a meia-atacante – poderia ser uma opção viável no comando de ataque (reserva) da seleção.
Com a saída de Lucas Pratto rumo ao River Plate, o São Paulo, precisando de um centroavante, comprou a ideia de Tite e Diego Souza junto ao Sport para ser o seu camisa 9 titular. E o meia, como era de se esperar, não convence no comando de ataque. O grande indicativo de que o “experimento” não deu certo foi a não-convocação do atleta para os dois amistosos da seleção antes da lista final para a Copa do Mundo. Um forte sinal de que Tite não o vê como uma opção para o ataque.
Está mais do que provado que Diego Souza não é centroavante e que alguém no São Paulo precisa dizer-lhe isto com convicção. A derrota do Tricolor ontem por 1 a 0 para o São Caetano na rodada de ida das quartas de final do Campeonato Paulista foi um exemplo bem-acabado na inaptidão do meia para a função.
Verdadeiro peso-morto no ataque do São Paulo, Diego Souza não tem o cacoete necessário para ser o homem de área do time e, diferente de Danilo (usado como modelo de comparação por ser meia e ter sido utilizado como falso 9), não sabe atuar como pivô. Diego Souza é jogador para atuar de frente para o gol adversário, organizando o meio-campo e finalizando como elemento-surpresa. Não sabe jogar enfiado entre os zagueiros e isto está mais do que provado.
Falta alguém explicar isso para ele enquanto é tempo de evitar um desastre maior que 2017 no clube do Morumbi porque a Seleção Brasileira já viu que o “Experimento Falso 9” foi um grande fiasco.