Paixão Nacional: Milagre Alvinegro
Cerca de duas semanas após ter sido cortado da Seleção Brasileira pelo técnico Tite por conta de uma contusão – que tinha uma recuperação estimada em 20 dias –, o lateral-direito Fagner treinou normalmente na última terça-feira e estará apto para enfrentar o Flamengo no primeiro jogo da semifinal da Copa do Brasil, esta noite, no Maracanã (com transmissão da TV Globo, SporTV e Fox Sports.
O “milagre” do departamento médico corintiano gerou – não sem motivo – uma infinidade de reclamações do Flamengo que havia pedido à CBF o adiamento da partida para que os times pudessem contar com os atletas convocados para os inofensivos amistosos da Seleção. Com o pedido negado, o Urubu fez uma operação de guerra para contar com Lucas Paquetá no jogo de hoje – o mesmo vale para o Cruzeiro que espera poder contar com Dedé no duelo contra o Palmeiras.
Os atletas, mesmo que cheguem em condições de jogo, estarão cansados por conta da longa viagem. O que não acontecerá com Fagner que passou este tempo no departamento médico do Corinthians. Claro que a simples presença do lateral-direito não dá ao Timão uma grande vantagem (sejamos honestos, não se trata de nenhum Messi). Mas no futebol, tudo é motivo de reclamação dos clubes.
E neste caso específico, por mais que seja clinicamente possível, a recuperação de Fagner foi, no mínimo, conveniente. Culpa, evidentemente da CBF, que insiste em manter o calendário correndo solto em data-Fifa e dá margem para todo tipo de suspeita sobre qualquer mínimo incidente envolvendo clubes.
Como “à mulher de César não basta ser honesta, mas também tem que parecer honesta”, o caso lança dúvidas sobre a gravidade real da contusão de Fagner, sobre a neutralidade da comissão técnica da Seleção – que tem longa história no Corinthians – e desvia o foco de quem realmente tem que responder pela bagunça do calendário brasileiro: a CBF.
E no meio de tudo isso, o “milagre alvinegro” estará em campo.
Para o Bem e para o Mal.