Dinastia dos Patriots não vai acabar tão cedo
Existe muita gente que acha que os dias da dinastia dos Patriots estão contados.
A coisa mais comum é associar a aposentadoria do Tom Brady com o fim dos Patriots. Alguns rezam para esse dia não chegar tão cedo, enquanto outros, não aguentam mais ver os Patriots ganhando Super Bowls.
Não sei se você já viu aquele filme O Exorcista. É sobre uma menina que é possuída pelo demônio.
Todo mundo tenta salvá-la mas muitos subestimam a resiliência do capeta que a possui. A menina pode até morrer, mas o demônio seguirá firme e forte e simplesmente possuirá outra pessoa. (Não veja esse filme sozinho em casa, ok?)
Isso me lembra o New England Patriots.
Os melhores assistentes saem e nada muda. Charlie Weiss foi treinar Notre Dame depois de coordenar o ataque nos três primeiros títulos de Brady.
Lembra quando Josh Mcdaniels decidiu se aventurar como treinador dos Broncos? Muitos entraram em pânico. Os Pats seguiram em frente.
Foram anos dourados com Romeo Crennel como coordenador defensivo. Ele saiu e a tradição continuou. Eric Mangini, Dean Pees, Matt Patricia carregaram essa tocha.
Patricia esteve lá por 14 anos e foi genial como coordenar defensivo. Ele saiu no ano passado, e Brian Flores vez a defesa brilhar nos playoffs. Agora ele é treinador dos Dolphins.
Está vendo o ciclo? O time se reinventa, e, além disso, já venceu com elencos menos talentosos.
Em 2011, os Patriots tiveram a segunda pior defesa da história da NFL defendendo o passe. Eles foram para o Super Bowl.
Em 2001, Bill Belichick conseguiu neutralizar um dos ataques mais possantes que o jogo já viu. Os Pats derrubaram os Rams no Super Bowl 36 com um QB que teve apenas 18 TDs e 12 INTs na temporada regular.
Com todo respeito, Tom Brady não era nem metade do jogador que é hoje.
Já parou para pensar na quantidade de jogadores bons que já saíram sem o time sofrer grandes consequências?
A defesa dos Patriots brilhou no início do século com Ty Law, Willie Mcginest Richard Seymour e Ted Bruschi.. Law e Mcginest estão no Hall da Fama. Ambos foram cortados do time. Eles ficaram caros. Lembra do Vince Wilfork? Ele teve uma passagem dominante pelo time mas terminou a carreira com outro clube.
Law sai, surge Asante Samuel. Samuel interceptou 16 passes entre 2006 e 2007. Ele recebeu um contrato milionário dos Eagles em 2008. New England deixou ele ir.
Três anos depois, Kyle Arrington, um jogador não draftado, liderou a NFL em interceptações e ajudou o time a chegar ao Super Bowl. Em 2012, veio o Aqib Talib; em 2014 Darrelle Revis.
Talib e Revis foram fantásticos mas também ficaram caros. New England deixou ambos irem embora.
Sem o Revis, Malcolm Butler teve a chance de brilhar. Durante alguns anos, ele foi o melhor cornerback do time. Os Pats deixaram ele ganhar mais de 50 milhões dos Titans em 2018. Algo mudou? Não.
A secundária dos Pats continua boa, e agora estamos vendo a ascensão de J.C. Jackson, outro jogador não draftado. Stephon Gilmore virou uma estrela em seu segundo ano com o time.
A mesma coisa acontece no ataque.
Randy Moss, Wes Welker, Aaron Hernandez, Donte Stallworth, Danny Amendola, Dion Lewis, etc.: todos tiveram sucesso em New England, mas a saída deles não fez muita diferença.
Os melhores jogadores chegam e vão e… nada muda.
Lembra quando o Tom Brady perdeu a temporada de 2008? Os Patriots ganharam 11 jogos com Matt Cassell! Eles se adaptam. Eles desenvolvem talentos.
Esse ano, New England venceu nos playoffs com James Develin e Rob Gronkowski abrindo o caminho para um calouro correr pelo meio. A defesa usou sua inteligência para neutralizar os dois melhores ataques da liga.
Tom Brady não foi bem no Super Bowl, e, mesmo assim, os Pats tiveram a sua maior goleada da história na final, vencendo por 10 pontos.
Sean Mcvay levou uma aula do Bill Belichick. Um ataque com média de 32,9 pontos anotou apenas 3!
O Brady é fantástico, sabemos disso. Não é todo QB que faz o que ele faz. O cara é o maior de todos os tempos. Ele é único e joga na posição mais importante.
Mas estamos falando de uma franquia que sempre se reinventou e mostrou resiliência. Você realmente acha que a saída de um jogador vai acabar com tudo isso?
Eu não.