Humor: podia ser pior…
Pior do que a derrota por 2 a 0 para o Independiente Del Valle em pleno Itaquerão pela ida das semifinais da Copa Sul-Americana, foi a explicação do técnico Fábio Carille para o vareio que o Corinthians levou dos equatorianos na última quarta-feira. Segundo o “professor” a juventude da equipe pesou no jogo de muito contato imposto pelos visitantes no meio-campo. Faltou experiência e “malandro” em campo, em suas palavras.
O problema todo com esta justificativa é que a média de idade dos titulares do Timão é bem superior à do Del Valle: 29,12 contra 26,09. Se computarmos a média de todos os que atuaram na última quarta-feira a média fica mais próxima, mas o Corinthians segue na frente: 25,50 contra 25,42.
A “inexperiência” também cai por terra quando se vê Fagner, Gil, Cássio e Vagner Love em campo. Pode se dizer muita coisas desses atletas, mas chamá-los de inexperientes é uma grande bobagem.
O fato é que o Del Valle deu um verdadeiro nó no esquema engessado e previsível do Corinthians que, sob o comando de Fábio Carille parece ter apenas uma forma de jogar – eficiente, é verdade, e ganhadora de títulos, mas que desmorona quando posta à prova contra equipes que antes de se preocuparem em não perder, se preocupam em jogar bola. O Independiente – embora mais fraco tecnicamente – veio à São Paulo para jogar bola. E como jogou! Preocupado em não perder, o Timão foi castigado e, pior: a fala de Carille pegou mal.
É o primeiro passo para “perder o elenco”.
Para sorte corintiana, o Del Valle contentou-se com os 2 a 0 e não com o chocolate que poderia ter enfiado no Timão que ainda tem chances de chegar à final da Sul-Americana.
Antes, neste final de semana, o Corinthians vai à campo pelo Campeonato Brasileiro, mais uma vez em Itaquera, contra um adversário que gosta de jogar bola, o Bahia, que há 19 rodadas, venceu o alvinegro por 3 a 2. Novo tropeço em casa, além de atrapalhar os planos corintianos de se manter no G-6, pode também abrir de vez a crise entre técnico, elenco e torcida – lembrando que Carille nunca foi o nome dos sonhos de Andrés Sanchez, o presidente falastrão do alvinegro.