NBA

Oklahoma City mostra muita classe ao aposentar número de “Mr. Thunder”

Nick Collison do Oklahoma City Thunder
Foto: AP Photo/David Zalubowski

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Admito que fiquei surpreso. Como assim, Nick Collison vai ter o seu número aposentando?

Foram 14 temporadas e apenas 5,9 pontos e 5,2 rebotes por jogo. Prêmios de melhor jogador defensivo da temporada ou aparições no All-Star Game? Zero.

Títulos da NBA? Nenhum.

Talvez muita gente nem conheça Collison, mas pergunte para Russell Westbrook ou Kevin Durant e ambos falarão do quão importante ele foi para a ascensão do Thunder.

Westbrook fala que o ama como se fosse um irmão, por exemplo.

E que tal o Durant? Ele não é, exatamente, o cara mais querido hoje em dia em Oklahoma City, certo? Longe disso. Mas, mesmo jogando no rival Golden State Warriors, o cara fez questão de aparecer em Oklahoma para não perder a homenagem a um de seus grandes amigos.

Quarta-feira foi dia do “Mr.Thunder”. A camisa 4 dele foi, oficialmente, a primeira a ser aposentada pelo Oklahoma City Thunder.

Eu achei o gesto sensacional. Existem vários critérios para montar um time de sucesso. É lógico que é necessário ter grandes talentos, mas é fundamental ter uma boa química, boa cultura também.

Jogadores dedicados, que não reclamam e se entregam pelo bem do time, ajudam a estabelecer uma cultura vencedora.

Quando os Sonics foram embora de Seattle em 2008, o time passava por uma enorme reformulação. A transição não foi fácil, e o elenco passou por incríveis mudanças. Kevin Durant e Nick Collison foram uns dos poucos que ficaram com a franquia depois da saída de Seattle.

Eu consigo entender o enorme apreço que o General Manager Sam Presti tem pelo Collison. Presti assumiu o posto de GM um ano antes da mudança.

Eu tive o prazer de jogar basquete com Presti em 2000 quando estudávamos na Emerson College. Treinamos juntos por um mês na pré-temporada antes de eu decidir parar para jogar beisebol. Nesse período, logo percebi o tipo de jogador e pessoa que era Sam Presti.

Ele era o cara mais talentoso do time? Longe disso. Era um bom jogador, mas o que mais chamava a atenção era o jeito que ele se entregava para a equipe. O cara só era preocupado com o coletivo. Zero ego, impressionante.

Presti exalava carisma, tinha qualidades natas de líder, era muito inteligente. Ele tinha o respeito do grupo inteiro, e ninguém ousava desrespeitá-lo.

O perfeito exemplo dentro e fora de quadra, Sam ajudava a manter os companheiros focados na coisa mais importante do basquete: jogar um pelo outro.

Essas qualidades precisam ser reconhecidas, e ninguém melhor para enxergá-las do que o próprio Sam Presti.

Nick Collison nunca foi o melhor jogador do Seattle Supersonics ou Oklahoma City Thunder, mas o valor dele para o vestiário era imensurável.

É muito bom ver esse tipo de jogador sendo homenageado de uma forma tão especial.