Humor

Paixão Nacional: invenções

O jogo em si, como aliás tem sido uma prática comum nos últimos tempos no Itaquerão, não foi bom. E, pra variar, o pós-jogo chamou atencão. Corinthians e Flamengo se encontraram na noite da última quarta-feira, na Arena do Timão, e fizeram o primeiro jogo das oitavas de final da Copa do Brasil e – contrariando as indicações do Ganhador que davam o empate como a melhor possibilidade de aposta para este duelo –, o rubro-negro voltou para o Rio de Janeiro com a vitória por 1 a 0 no bolso (graças ao questionado William Arão que fez valer mais uma vez a Lei do Ex).

E mantendo a vibe de sua fase “sincerão mil grau” Fábio Carille desabafou na coletiva e disse estar insatisfeito com o rendimento do time e que as mudanças que ele implementa não surtem efeito. Falou, obviamente, da falta de tempo para treinar o grupo mas evitou falar do problema mais óbvio da armação corintiana: jogadores atuando fora de posição.

Sornoza é um meia habilidoso, sim, mas nem de longe pode ser o principal armador do time. O Corinthians tem dois atletas que jogam pelo meio com muito mais qualidade que o equatoriano, mas Pedrinho e Mateus Vital seguem sacrificados pelas laterais do campo porque o treinador alvinegro não consegue pensar em um 4-4-2 convencional como, por exemplo, vem usando o Cruzeiro – que também não foi bem na noite de ontem, mas exibe mais qualidade que o Timão. Ramiro, que foi bem atuando aberto pelo direita no Grêmio, não se encontra do alvinegro porque lhe falta o drible – exigência do “carillismo” para manter um atleta nas pontas.

É ótimo para o futebol que Carille assuma sua insatisfação e – diferente do que fazem outros técnicos que culpam árbitros, agentes, imprensa e os feriados bancários quando os times jogam mal – procure soluções. Mas falta ainda ao professor a capacidade de abrir mão de certas teimosias e procurar outras soluções explorando melhor o potencial humano que tem em seu elenco – que é muito superior ao de 2018 mas vem jogando com uma tiriça difícil de ser combatida – e mais: falar que está insatisfeito e não abrir mão das “convicções” mais cedo ou mais tarde, azedará o vestiário e vestiário azedo é o primeiro sinal de que o prazo de validade do treinador está chegando ao final.