Coronavírus sacode o mundo das lutas; eventos cancelados, lutas em risco e mais
A pandemia do coronavírus atinge o mundo todo. E embora tenha seguido em frente promovendo o UFC Brasília, no último sábado (14), mesmo de portões fechados, contrariando a lógica, o maior evento de MMA do planeta tomou decisões importantes para se unir à luta contra a doença que assusta o planeta. O presidente do UFC Dana White, que antes buscava novas sedes para eventos programados para locais de risco, anunciou o cancelamento dos próximos três shows da companhia: UFC Londres (21/03), UFC Columbus (28/03) e UFC Portland (11/04).
A medida compactua com a recomendação de nível mundial de que as pessoas evitem sair às ruas e principalmente evitem o contato com outras pessoas com a ideia de interromper a rápida propagação da doença, que se alastra com força em alguns países e já matou milhares de pessoas ao redor do mundo. Toda e qualquer aglomeração deve ser evitada. É claro que o UFC e seus lutadores que não poderão trabalhar nesse período vão perder muito dinheiro, mas a questão aqui não é financeira. Vidas estão em jogo, e nada é mais valioso que isso.
A princípio, o UFC 249 ainda está previsto para o dia 19 de abril, mas precisa de uma nova sede, uma vez que o Barclay’s Center, local agendado para o show, anunciou nesta quarta-feira que não receberá o evento. Vale lembrar que a luta principal conta com Khabib Nurmagomedov x Tony Ferguson. Além das questões burocráticas que envolvem a possibilidade de adiamento do evento, trata-se da disputa de cinturão dos leves entre dois gigantes do MMA que já viram o duelo acabar cancelado por quatro vezes. Por mais louco que pareça é difícil pro dirigente e pra qualquer fã de MMA aceitar que o duelo novamente vai por água baixo. Mas que fique claro! Que vá! A situação é muito maior do que anseios esportivos e questões de lazer.
O isolamento recomendável a todo cidadão implica em mudanças curiosas na rotina dos lutadores. Gilbert Burns, o “Durinho”, que nocauteou Demian Maia na co-luta principal do UFC Brasília, explicou que, por enquanto, treinos só em sua garagem, em casa, em Boca Raton, Flórida (EUA), lugar onde ele criou uma espécie de mini academia própria.
“A sorte é que acabei de montar uma academia aqui em casa, então vou ficar um tempo aqui recluso, cuidando da família. Nada de rua. Momento é de consciência. Sair de casa só pra coisas imprescindíveis. Não tem jeito. O quanto antes tomarmos as atitudes certas mais rápido tudo volta ao normal”, declarou o lutador, que se apresentou no UFC Brasília em condições adequadas aos cuidados tomados em relação à pandemia do Corona Vírus ao lutar de portões fechados no Ginásio Nilson Nelson na vitória contra Demian Maia.
Agora pense no outro lado: e o lutador que não tem uma academia em casa? Como ele se vira? Sem luta, como ele ganha dinheiro? A situação é terrível e afeta diretamente a vida de pessoas ao redor do mundo. A solução? Se encher de informação, respeitar as recomendações e rezar pra que tudo passe logo.
Para não resumir ao UFC as ações no combate ao novo coronavírus, o Bellator também cancelou o evento de número 241, programado para a sexta-feira passada, e o One FC realizou seu último show com portões fechados.
Cancelar eventos, adaptar treinos com menor número de atletas ou até praticar esportes sozinho é um hábito que se faz necessário num esporte como o MMA, que mexe tanto com a imunidade de lutadores espalhados pelo mundo. O novo coronavírus é um problema sério e deve ser respeitado. Não custa repetir: o quanto antes aceitarmos essa nova realidade, antes vamos voltar à vida normal.
Vamos lutar juntos!