Qual o futuro de José Aldo no UFC?
Pode-se dizer que o UFC Las Vegas 17, realizado no último dia 19 de dezembro, teve um grande vencedor, e ele não estava na luta principal da noite e nem levou para casa um cinturão. Trata-se de José Aldo, que enfim conseguiu sua primeira vitória no peso-galo (até 61 kg) após três apresentações, ao superar Marlon Vera por decisão dos jurados. Mas por que esse triunfo teve um sabor quase de título para o brasileiro? A resposta é simples.
Desde que estreou no UFC, em 2011, José Aldo sempre foi considerado uma das grandes estrelas da franquia e reinou soberano por quatro anos na divisão peso-pena (até 66 kg). No entanto, desde 2015, quando perdeu pela primeira vez o cinturão, diante de Conor McGregor, o brasileiro tem lidado com instabilidades na divisão, sem atuações e nem resultados convincentes. Por isso, em 2019, ele surpreendeu o mundo e anunciou sua descida para o peso-galo com a missão de se motivar ainda mais em busca de um novo título.
Mas na nova divisão o ‘Campeão do Povo’ não teve vida fácil. Logo na estreia, encarou Marlon Moraes e foi derrotado por decisão dos jurados, em um combate bem equilibrado. Na sequência, mesmo com derrota, o UFC lhe deu a chance de lutar pelo título dos galos contra Petr Yan, em julho deste ano. Após um bom começo de duelo, o brasileiro sucumbiu ao forte jogo em pé do russo e foi nocauteado. Aí foi ligado o sinal de alerta.
Em caso de novo revés, o brasileiro poderia se distanciar de vez de uma nova corrida até o cinturão ou então até ter o risco de ser demitido, já que o Ultimate anunciou uma barca de cerca de 60 lutadores pra 2021. Dessa maneira, o que vimos de Aldo contra Vera foi uma aula de estratégia e sem arriscar sair com nova derrota. Superior nos dois primeiros rounds, o ex-campeão usou uma estratégia à lá Khabib Nurmagomdov no terceiro assalto e levou o duelo para o chão, sem dar chances ao rival.
Após a vitória contra Vera, Aldo pediu por um duelo com TJ Dillashaw, e acabou desafiado por Cody Garbrandt. Seu futuro certamente deve ser enfrentar um ex-campeão da categoria, seja ele TJ, Cody Garbrandt ou até Dominick Cruz.
O que vimos após a luta foi um José Aldo feliz por voltar a vencer na organização após um jejum de mais de um ano. A expectativa agora é que o brasileiro, ultrapassando a barreira do primeiro triunfo na divisão, possa soltar seu jogo e brigar por uma nova chance ao cinturão em uma das categorias mais equilibradas do UFC. Só nos resta esperar as cenas dos próximos capítulos e o que 2021 tem a reservar ao ex-campeão. Porém, uma coisa é certa, ele pòde comemorar aliviado a virada de ano e com a sua energia renovada.