Andy Murray, Rafael Nadal e Novak Djokovic: Roland Garros vai escapar de algum desses três?
Correndo por fora, Wawrinka e Del Potro podem atrapalhar a caminhada no “supertrio” no saibro francês
A primeira semana de Roland Garros na chave masculina passou voando. Com os favoritos 100% vivos na competição, chegou a hora de ver se algum deles vai demonstrar fraquezas no princípio da segunda semana, com as partidas de oitavas e quartas-de-final.
Os que sobreviverem se cruzam nas semifinais, que é onde os favoritos desde o começo esperam estar.
Vamos repassar a trajetória de cada um dos grandes nomes de Roland Garros na edição deste ano?
RAFAEL NADAL
Vejam que impressionante: o espanhol chegou nesta sexta ao seu jogo número 100 na terra batida de Paris. Seu retrospecto? Incríveis 98-2. Nadal neste ano passou (e passeou) tranquilo pelos adversários menos capacitados. Nesta sexta, por exemplo, aplicou um “pneu” impiedoso no primeiro set contra o ucraniano Nikoloz Basilashvili (#63 no ranking). Nas partidas anteriores, outros dois fáceis 3 sets a 0 sobre o holandês Robin Hasse (#46 do mundo) e sobre o francês Benoit Paire (#45).
Na questão tática, vimos Nadal usar e abusar da sua principal arma: o top spin pesado no forehand. Foi desta maneira que ele ganhou os nove títulos de Roland Garros e é desta maneira que ele se credencia para faturar o décimo. “Rafa” demonstrou certa dificuldade de se movimentar para a frente e para o lado do backhand (para a direita, pois ele joga com a mão esquerda). O difícil vai ser o rival colocá-lo nesta zona de perigo, pois sua constância tem sido como nos bons tempos. Contra Haase, por exemplo, Nadal cometeu apenas 13 erros não-forçados, o que é um espanto para um jogo de três sets em um Grand Slam.
Sua chave a seguir não é das mais complicadas. O único oponente de peso seria Milos Raonic nas quartas. Mas o canadense de saque potente não é um jogador bom de saibro como nos outros pisos. Rafa na teoria não encontraria dificuldade para despachá-lo.
Para nós, do Ganhador, Nadal segue o favorito a ganhar este título – o seu décimo, o que seria realmente histórico.
NOVAK DJOKOVIC
Treinado por Andre Agassi pela primeira vez na carreira – e justamente no Grand Slam que tem a fama de ser o mais difícil! –, Nole também não perdeu sets e não demonstrou fraquezas. Os adversários não eram dos mais perigosos, é verdade. Tanto o português João Sousa quanto o espanhol Marcel Granollers deram menos trabalho ao sérvio do que sua própria raquete. Ele está jogando com um modelo diferente, com cordas um pouco mais rígidas, conselho do mentor Agassi.
É improvável que Djokovic pare pelo caminho antes de enfrentar Nadal numa semifinal que teria tudo para ser épica. Antes, um embate razoavelmente complicado nas quartas contra o austríaco Dominic Thiem, que eliminou Nadal do Masters 1000 de Roma.
ANDY MURRAY
O escocês que lidera o ranking da ATP fará um confronto de gigantes já neste sábado, pela terceira rodada, contra o argentino Juan Martin Del Potro. Del Potro, vale lembrar, venceu Murray em 2016 pela Copa Davis e perdeu uma apertada decisão de Olimpíada no Rio de Janeiro.
Del Potro não está no auge físico em Roland Garros. Na segunda rodada, contra o espanhol Nicolás Almagro, ele já reclamou de dores nas costas, e precisou contar com o abandono de Almagro para passar de fase. Se o espanhol não sofresse a lesão de joelho que parou sua partida, seria bem provável que o desistente em questão seria “Delpo”, como o argentino é chamado.
Murray é o favorito, mas pode sofrer um pouco com o jogo agressivo que o argentino deve impor para esconder sua fragilidade física. O escocês foi o único dos favoritos a precisar jogar mais de três sets em suas duas partidas até aqui: ele venceu por 3 a 1 o russo Andrey Kuznetsov, na estreia, e o eslovaco Martin Klizan, na segunda rodada.
Se passou certas dificuldades com os dois, é de se imaginar que sofra nas mãos potentes de Del Potro, que já chegou às semifinais em Roland Garros. Foi em 2009, quando levou Roger Federer inclusive a um emocionante quinto set.
STANISLAS WAWRINKA
Quem surge com grandes chances de cruzar Murray numa semifinal é o suíço Stanislas Wawrinka. “Stanimal” provou que está com a mão boa de sempre no saibro de Paris. Ganhou as duas partidas até aqui com toda a classe.
Wawrinka, afinal, foi campeão de Roland Garros em 2015, enquanto Murray apenas teve uma final para chamar de sua, quando perdeu fácil para Djokovic no ano passado, em 2016, quando esteve em plena batalha contra o sérvio pelo posto de número 1 do mundo.