Ouro no futebol masculino brilhou para quem apostou no empate; meninas da Alemanha dão lucro de 71%
A Rio 2016 se despediu com a medalha de ouro mais esperada para os torcedores brasileiros. Foi sofrido, angustiante, mas, no fim, a Amarelinha finalmente ganhou o tom dourado do lugar mais alto do pódio, depois que os comandados de Rogério Micale superaram a temida Alemanha, na decisão por pênaltis, em um Maracanã que também tirou o peso de pé frio com a possibilidade de um outro “maracanazo”.
Muitos encararam a partida como uma revanche do 7 a 1 alemão da semifinal da última Copa do Mundo. Mas a verdade é que a final olímpica do futebol, realizada no último sábado (20), era tida como uma rara chance para que a Seleção retomasse o caminho de glórias com uma conquista inédita, capaz de resgatar a confiança do torcedor. E, com certeza, a grande maioria dos 70 mil expectadores saiu do estádio Mário Filho com a alma lavada.
Antes do confronto, os números eram favoráveis ao Brasil. De acordo com o Oddsshark.com/br, a vitória canarinho estava cotada com a boa margem de lucro de R$ 2,08, enquanto o triunfo germânico tinha maior valorização: R$ 3,59. Mas o apostador perspicaz foi aquele que sabia da possibilidade de uma conquista independente de um empate no tempo normal. E foi o que aconteceu, com o título olímpico decidido nas penalidades máximas. Quem investiu na igualdade do marcador está feliz da vida, pois resgatou a aplicação com rendimento de 340%.
120 Minutos E Dez Pênaltis Até O Ouro
A partida foi digna de um embate entre as seleções mais vitoriosas do futebol mundial. Brasil e Alemanha, cada um ao seu estilo, lutaram até o fim pela única láurea que ambos ainda não tinham. A maior virtude do time de Micale foi o ímpeto ofensivo, com intensa pressão contra a bem armada equipe de Horst Hrubesch, que deixava clara a maior aplicação tática e entrosamento.
Se com a bola rolando não deu para superar a marcação dos alemães, Neymar tratou de reviver os melhores momentos de Zico no Maracanã, ao bater, com extrema perfeição, a falta que abriu o placar para os brasileiros, o que provocou uma verdadeira catarse nas arquibancadas. E engana-se que o décimo segundo jogador da Seleção foi o torcedor: a trave impediu dois gols da Alemanha na primeira etapa.
No segundo tempo, o Brasil voltou com ritmo um pouco menor. E o excesso de passes errados na saída de bola foi castigado com o gol de empate. Depois de boa trama perto da grande área, Lars Bender fez bom corta luz para Max Meyer, que bateu de primeira para o fundo das redes, sem chances para o goleiro Weverton. Um certo clima de apreensão tomou conta do estádio. O temor por ver o ouro escapar mais uma vez, e ainda por cima em casa, era um filme de terror que foi projetado no pensamento de todos os brasileiros.
Mas a garotada canarinho não se abateu e foi em busca da vantagem no marcador. Com Gabriel Jesus e Gabigol não vivendo seus melhores dias, Neymar chamou a responsabilidade para si. E também com boa atuação dos laterais, o Brasil sufocou. E na chance mais clara de desempatar, Luan invadiu a área, driblou um marcador, mas preferiu o chute, quando a melhor opção era servir o craque do Barcelona, sem marcação, na cara do gol.
Na prorrogação, Micale aumentou o fôlego da equipe com Felipe Anderson no lugar de Gabigol. E foi justamente o jogador da Lazio que desperdiçou as melhores chances no tempo extra. Na primeira, a zaga evitou o chute cara a cara com o goleiro. Na segunda, o arqueiro Horn evitou que a bola morresse no fundo das redes. Por fim, não teve jeito. O ouro olímpico do futebol masculino na Rio 2016 seria mesmo decidido nos pênaltis.
Nenhum time errou as quatro primeiras cobranças, até que Weverton, exímio pegador de penalidades, defendeu a batida de Petersen, fazendo com que o Maracanã explodisse em confiança. E como o camisa 10 não pode fugir à responsabilidade, Neymar foi firme em direção à marca da cal. Tomou distância e esperou alguns segundos após o apito. Foi para a bola enquanto os batimentos cardíacos da torcida dispararam simultaneamente. Veio a paradinha e, finalmente, o chute do ouro. Goleiro deslocado, rede estufada e o nó na garganta desatado. Depois de três finais perdidas, o Brasil conquistou o ouro olímpico, único título que faltava ao futebol pentacampeão.
ALEMANHA É OURO NO FEMININO
Por pouco, a Alemanha não fez a dobradinha no masculino e feminino no futebol, já que as meninas germânicas venceram a Suécia na final, também disputada no Maracanã, na sexta-feira (19). Menos dramática que a decisão entre os homens, as alemãs garantiram o ouro no tempo normal com o placar de 2 a 1. Os gols saíram no segundo tempo, com Marozsán e Sembrant, enquanto Schough descontou para as suecas.
E é impressionante como os números 7 e 1 tornaram-se uma marca do futebol alemão, pois, segundo o Oddsshark.com/br, a cotação, em caso de triunfo germânico, era de R$ 1,71 a cada real investido. Melhor para quem se rendeu à superstição. Mas elas eram mesmo as favoritas antes de a bola rolar.
Com relação ao bronze, a Nigéria, no masculino, e Canadá, no feminino, completaram o pódio olímpico.