Paixão Nacional: Segue a “dança das cadeiras”
Depois das demissões de Rogério Ceni e Wagner Mancini na semana passada, a 12ª rodada do Campeonato Brasileiro causou “estragos” no Atlético-PR, que empatou com a Chapecoense, na Arena Condá, no último final de semana, dias após a derrota, em casa, para o Santos (3 a 2 para o Peixe) na partida de ida das oitavas de final da Libertadores.
Os resultados “abaixo do esperado” foram o suficiente para que a diretoria do Furacão demitisse o técnico Eduardo Baptista, que assumiu o clube no Z-4 e, em menos de dois meses no comando da equipe, levou-a ao 14º lugar com 15 pontos. Em solidariedade, o gestor de futebol, Paulo Autori, se demitiu do clube. Já o meia Carlos Alberto, que estava no departamento médico tratando de uma lesão, rescindiu seu contrato com a equipe, ontem, depois que fotos dele saindo de uma casa noturna na última semana despertaram a fúria dos torcedores. Ele se junta ao atacante Grafite que, na semana passada, também rescindiu seu contrato com o Atlético-PR.
Isso é que é planejamento! Só que, não…
Cá com meus botões, me pergunto o que a diretoria do Furacão esperava – em menos de 2 meses de trabalho – com o elenco que tem. G-4? Difícil. Há pelo menos 6 times melhores que o Atlético no Brasileirão. Copa do Brasil, a médio prazo? Sim, seria possível, mas a derrota para o Grêmio não foi tão surpreendente assim – o placar talvez tenha sido “elástico” demais – mas, naquele momento, o Furacão enfrentava o vice-líder do Brasileiro, dono do melhor ataque e o time que apresentava o melhor futebol do país (melhor até que o do líder, Corinthians). Libertadores? Embora ainda tenha chances de passar pelo Santos na Vila Belmiro – e os torcedores que me perdoem, mas é a verdade –, ninguém acredita mesmo que o Atlético tem time pra vencer a competição. O que não quer dizer que o clube não deva almejar estas conquistas e se preparar para elas.
Mas a preparação vem do planejamento, da sequência de trabalho, da repetição e da montagem do time. Baptista pegou um time montado por outra pessoa e tenta adequá-lo ao seu modo de ver o futebol (e, de certo modo, vinha conseguindo isso). Da mesma forma que Cuca “sofre” para organizar o Palmeiras – que não foi montado por ele – e que sofrerá Dorival Júnior ao assumir um São Paulo planejado por outro treinador que entende o futebol de uma forma diferente da dele.
Cobrar resultados é consequência de todo trabalho. Mas cobrar sem que haja o tempo de desenvolvimento e maturação deste trabalho é estupidez – e nisso, nosso cartolas são mestres. Assim como perderam Chapecoense e São Paulo com a troca de comando, perderá o Atlético-PR, que, até se acostumar com um novo comandante, passará por instabilidades e perderá pontos em todas as competições que disputa. Do mesmo modo que afirmamos nas Caneladas da última quinta-feira (aqui) quando falamos dos casos de Rogério Ceni e Wagner Mancini, trocar o técnico não foi a melhor ideia de direção do clube.
Grande novidade…