Ousadia ou loucura? Técnico pede despedida de Ronda Rousey no UFC contra Cris Cyborg
O futuro de Ronda Rousey no UFC ainda é uma incógnita. Recém-casada, a americana ainda não se pronunciou a respeito de seu próximo passo no esporte desde que foi nocauteada por Amanda Nunes, em dezembro do ano passado, em apenas 48 segundos. Mas no que depender de seu treinador de boxe, Edmond Tarverdyan, Rousey, mesmo após duas derrotas por nocautes, ainda tem condições de bater a rival Cris Cyborg no MMA. Em entrevista ao programa The MMA Hour, ele revelou o desejo de ver a pupila no octógono ao menos mais uma vez, e que seja contra a brasileira.
A ideia é péssima. Mas parece uma jogada de risco e lucro alto. É claro que à essa altura da carreira, especialmente após duas derrotas acachapantes, colocar Rousey diante de Cyborg é quase uma sentença de morte para a americana. Por outro lado, é a chance de apagar numa tacada só os dois vexames somados contra Holly Holm e Amanda Nunes e, de quebra, encerrar a trajetória no MMA de forma especial. Afinal, um triunfo diante da maior rival, Cris Cyborg, diminuiria a importância das derrotas de sua caminhada.
Acontece que além de tantos motivos, a possível superluta entre Rousey e Cyborg esbarra no mesmo obstáculo que sempre impediu o combate de acontecer: o peso. Ronda nunca quis subir para o peso pena para encarar Cyborg, enquanto a brasileira sempre disse ser impossível atingir a divisão dos galos para lutar. Sem contar que agora que Cyborg é a campeã dos penas, não há motivo para o duelo acontecer. Nem mesmo interesse Cris parece ter. A brasileira revelou recentemente que até enfrentaria Rousey, mas que gostaria de ter feito isso quando a rival estava no auge, com status de invencível.
Edmond acredita que Cyborg é “lenta demais”. O que é quase uma piada. Cris tem a melhor trocação do MMA feminino atualmente e provavelmente nocautearia Rousey em questão de minutos, ou manteria a paciência para magoar a americana por dolorosos rounds completos. Especialmente agora, que Cyborg adotou uma postura mais calculada e menos instintiva.
Eu até gostaria de ver Ronda Rousey novamente no octógono, mas contra uma rival com um nível mais parecido com ao que ela se encontra atualmente. É complicado ter um prognóstico positivo para a americana em uma luta contra a maioria das tops do MMA feminino. Que ela escute parcialmente a vontade de seu treinador. Que volte, mas para uma luta muito menos ameaçadora. Ela merece uma despedida digna do esporte. Cyborg é um nome mais do que arriscado para isso.