Futebol: Podcast

A 25ª rodada do Brasileirão derruba mais um técnico enquanto que o Corinthians ajuda a manter o São Paulo preso no Z-4

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Em uma rodada de poucas emoções, o Corinthians segue com a famigerada “sorte de campeão” enquanto que Santos e Botafogo mostraram que a Libertadores é coisa do passado e o Atlético-MG após nova derrota, demitiu o técnico Rogério Micale e abraçou a crise com todas as forças. Aperte o play e ouça nosso comentário para a rodada do final de semana do Brasileirão da Série A.

 

Clássico sem polêmicas não é clássico

A 25ª rodada do Campeonato Brasileiro foi de uma chatice sem fim e como não poderia deixar de ser, São Paulo e Corinthians fizeram o clássico da reclamação na matinê da competição – e o gênio que marcou o clássico para as 11 horas da manhã de um domingo merece um troféu.

Dominando o jogo a maior parte do tempo – foi sem dúvida a melhor apresentação do time sob o comando de Dorival Júnior – o São Paulo saiu na frente com um gol de Petros (que segue jurando de pés juntos que chutou no gol) ainda no primeiro tempo, mas cedeu o empate no final do segundo, na boa finalização de Clayson depois de uma baita confusão na área tricolor na qual niguém conseguia dominar a bola.

Claro que o clássico teve um caminhão de reclamações da arbitragem (alguém esperava algo diferente?):

  • Um pênalti, acertadamente, não marcado a favor do São Paulo (a bola rebatida por Balbuena bate na barriga de Pablo e sobe acertando o braço dele, mas seu movimento é de tirar a mão e não de desviar a bola);
  • Um gol corretamente anulado do São Paulo. Lucas Pratto se aproveitou que Balbuena apoiou a mão em seu ombro para atrapalhar seu movimento e desabou na pequena área (num lance típico em toda cobrança de escanteio e que árbitro nenhum marca falta). Ao cair dificulta a saída de Cássio, o que gerou a falta. O detalhe é que se Lucas Pratto não desaba no chão, Cássio, que saiu muito mal no lance, teria tomado o gol de todo jeito;
  • Um “recuo” de bola de Pablo para Cássio que, na minha opinião, vendo o lance várias vezes na TV, não foi intencional – como eu explico no podcast;
  • E, finalmente, a suposta falta de Rodriguinho em Junior Tavares na jogada que terminou no gol de Clayson – não foi falta, Rodriguinho se aproveitou da preguiça de Tavares que ficou esperando a bola sair pela linha de fundo.

É óbvio que são jogadas que dependem apenas da interpretação – e, na minha assim como na do juiz, não houve nada. Se o São Paulo não tivesse feito um Brasileirão tão medíocre até aqui, não estaria esperneando tanto por conta de um empate em um clássico. É um resultado normal – tanto que o Corinthians considerava, antes do jogo, o empate como algo positivo. Tivesse jogado bola no primeiro turno, o São Paulo não estaria mendigando pontos agora. Todo o resto é cortina de fumaça.

Mas, a boa notícia é que o São Paulo, finalmente, fez uma apresentação consistente sob o comando de Dorival Júnior. Isto é animador para o resto do campeonato

Pelos lados do Corinthians, Gabriel, que fez gestos obscenos para a torcida do São Paulo, deve pegar um merecido gancho de alguns tantos jogos. Bom para o líder do Brasileiro se livrar da “gabrieldependência” em seu sistema defensivo.

 

Brasileiro é “plano B”

Pensando apenas na Copa do Brasil, o Flamengo foi a campo com um time “alternativo” e cheio de preguiça no sábado. Melhor para o Avaí que gostou de ficar fora do Z-4 e saiu na frente em plena Ilha do Urubu, com Pedro Castro. Mas, infelizmente, faltou qualidade para a equipe catarinense segurar o resultado e Rodinei empatou para o Flamengo no segundo tempo. Resultado mais do que justo para um jogo bem mais-ou-menos.

De “surpresa” no Flamengo apenas a opção de Reinaldo Rueda pelo goleiro Diego Alves no lugar de Muralha como uma medida de segurança – se Muralha se machucasse no final de semana, o Flamengo precisaria ir para a final da Copa do Brasil com seu 4º goleiro. Com bem dizia Jorge Benjor: canja de galinha não faz mal a ninguém. E que venha a final da Copa do Brasil!

 

Girando a chave e subindo

Em um jogo bem movimentado, o Santos curou a ressaca da Libertadores – a eliminação na última quarta-feira – conquistando sua 4ª vitória sobre o Atlético-PR neste ano. O resultado deixou o Peixe na vice-liderança do campeonato há 10 pontos do líder Corinthians. O Atlético-PR segue no meio da tabela sonhando ainda com uma vaga no G-6.

Santos vice-líder só pode significar uma coisa: nova derrota do Grêmio. Isso mesmo. Embora tenha sido melhor taticamente durante toda a partida, o Grêmio retorna da Fonte Nova com mais uma derrota na bagagem. Desta vez o mistão tricolor caiu diante do Bahia em um pênalti à brasileira cometido por Edílson em Allione – o lateral-direito tricolor escorregou e acabou atingindo o meia do Bahia num lance em que eu, particularmente. Não teria marcado nada. Rodrigão converteu para o Bahia que com os 3 pontos se afastou mais um pouco do Z-4.

O Grêmio, por sua vez, perdeu a vice-liderança e agora se vê no terceiro lugar com a mesma pontuação do Palmeiras, 4º colocado que ontem em outro jogo mais ou menos da rodada venceu o Fluminense por 1 a 0 no Maracanã.

 

Vence e não convence

O Verdão foi melhor durante quase todo o primeiro tempo no Rio de Janeiro. A defesa do Fluminense dava espaços demais até que na metade do primeiro tempo, o contestado Egídio – “contestado” porque teve a coragem de cobrar (e perder) um pênalti no jogo de volta contra o Barcelona de Guayaquil pela Libertadores – marcou um golaço que definiu o placar. O Fluminense bem que tentou fazer alguma coisa no segundo tempo – voltou melhor dos vestiários – mas a verdade é que o time é muito ruim. Se fosse um pouco melhor teria complicado a vida do Palmeiras que voltou para o segundo tempo cheio de sono. Em termos de tabela, o resultado serviu para acabar com a diferença de pontos entre Palmeiras e Grêmio e deixou o Verdão há apenas 1 ponto do Santos, o novo vice-líder. Já o tricolor começa a se preocupar: o novo tropeço deixa a equipe das laranjeiras a apenas 3 pontos do Z-4. Todas as luzes de alerta do Flu estão acesas neste momento.

 

Os jogos mais interessantes estavam onde ninguém esperava

Naquele que deve ter sido o melhor jogo da rodada – ou, pelo menos o jogo com mais emoções – o Botafogo mostrou que a Libertadores é coisa do passado e bateu, de virada por 3 a 2, o Coritiba no Couto Pereira. O resultado coloca o alvinegro de volta no G-6 e afunda o Coxa mais um pouquinho no Z-4, dividindo mesa com São Paulo, Ponte Preta e Atlético-GO.

Atlético-GO aliás, que foi capaz de arrancar 3 pontos do Corinthians no Itaquerão mas que não teve forças para superar o mistão do Cruzeiro jogando no Olímpico. Poupando os titulares para a decisão da Copa do Brasil nesta quarta-feira contra o Flamengo, a Raposa não precisou suar muito a camisa para passar por cima do lanterna do Brasileirão e agora ocupa a 5ª posição na competição.

E o Vitória, surpresa do returno ao lado do Avaí, não tomou conhecimento do Atlético-MG em pleno estádio do Horto e goleou o Galo por 3 a 1. O resultado confirmou a boa fase do time baiano no segundo turno. Além de poder festejar a semana fora do Z-4; poderá dizer lá em casa que afundou o alvinegro em uma crise gigantesca e ajudou a derrubar Rogério Micale com menos de 2 meses de trabalho. Fico imaginando agora quem será louco o bastante para assumir o Galo neste final de campeonato e trabalhar com Daniel Nepomuceno, o presidente do clube que, à exemplo da Rainha de Copas administra na base do “cortem a cabeça”. Tem que ter muito boleto atrasado pra encarar a bagunça administrativa que é o Galo.

E encerrando os jogos do final de semana, a Chapecoense fez a lição de casa, derrotou a Ponte Preta em um jogo meia-boca, fugiu do Z-4 e deixou a Macaca em uma situação complicada no Brasileirão: em 18º lugar com os mesmos 28 pontos do São Paulo. As coisas não estão fáceis em Campinas. Não mesmo. Vamos ver se Eduardo Baptista consegue repetir a boa campanha do ano passado com a Ponte.

 

Fechando a rodada

E a 25ª rodada do Campeonato Brasileiro termina hoje (segunda-feira) com o encontro de Sport e Vasco, na Ilha do Retiro a partir das 20 horas.