Paixão Nacional: Dossiê
Quando todo mundo achava que ele havia morrido, o famigerado “dossiê contra a arbitragem” prepara seu retorno triunfal pelas mãos do São Paulo após o clássico contra o Corinthians no último domingo pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro. É a segunda vez que o tricolor paulista elabora um documento apontando “graves erros” de arbitragem nesta edição do Brasileirão – a primeira foi logo após a 18ª rodada, criticando a atuação de Péricles Bassols no duelo contra o Coritiba.
Desta vez, o alvo sãopaulino é o árbitro Wagner Nascimento Magalhães e sua decisão de anular o gol de Éder Militão no segundo tempo – marcando falta de Lucas Pratto em Cássio – e por não considerar recuo na jogada em que Pablo, pressionando por Marcos Guilherme, afasta a bola na direção do goleiro corintiano que a segura com as mãos. Comentei estes e outros lances do jogo aqui, e continuo mantendo a minha opinião sobre este assunto.
Não importa o campeonato – Brasileirão, La Liga, Ligue 1 – sempre haverão erros de arbitragem. A maior parte das regras do futebol são de “interpretação”. Isso quer dizer que vai de cada árbitro decidir o que pode e o que não pode de acordo com o seu entendimento e a sua interpretação da regras. Isso não vai mudar nunca – nem com árbitros de vídeo. O fator “entendimento” de cada juiz sempre estará presente.
E por mais que o capitão sãopaulino Hernanes diga – como disse ao UOL – que as “mãozinhas estão ajudando demais o Corinthians” ou que o zagueiro Rodrigo Caio – também no UOL – acredite realmente que toda a imprensa do Brasil “é corintiana” e que por este motivo os árbitros entram pressionados nos jogos, a verdade é uma só: o São Paulo está onde está por culpa única e exclusiva de seus erros. Principalmente da diretoria que ao invés de contratar um técnico trouxe um cabo eleitoral e que, depois de eleita, transformou o clube num armazém de secos e molhados, vendendo seus melhores talentos e contratando muito abaixo do necessário. Colhe, merecidamente, o que plantou até aqui. Se querem fazer dossiês, que façam sobre seus erros e consertem-os. Todo o resto é cortina de fumaça para acalmar a torcida.
E cortina de fumaça não evita rebaixamento.