Santos acaba com o tabu no Allianz Parque e segue firme à caça do líder Corinthians no Brasileirão; após 13 rodadas, o São Paulo deixa o Z-4
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Com mais sorte do que juízo, o Corinthians segue líder do Campeonato Brasileiro e, faltando 12 rodadas para o final do torneio, esbanja 8 pontos de vantagem para o Santos, que se consolidou na vice-liderança depois de derrubar o Palmeiras – e o tabu – debaixo de muita chuva no Allianz Parque Aquático. Fechando o G-4, o Grêmio conseguiu, no final, superar o Fluminense em Porto Alegre e segue na terceira posição.
Muito barulho por nada
O jogo mais esperado da 26ª rodada do Campeonato Brasileiro foi também o que teve o resultado mais inesperado.
Depois de dominar o primeiro tempo e não passar sustos no Parque Aquático que o Palmeiras carinhosamente chama de “arena” – sério: por tudo que custou o estádio, falar que há naquele gramado um sistema de drenagem é ridículo –, o Santos passou aperto na segunda etapa – curiosamente quando a chuva deu uma trégua – e, no momento em que era acuado pelos donos da casa, Guerra não conseguiu fazer a falta em Jean Mota que dominou a bola, passou para Bruno Henrique que teve calma para cruzar com precisão para Ricardo Oliveira, de cabeça, colocar o Peixe na frente. No final do jogo jogadores do Palmeiras reclamaram muito de que houve falta em Guerra no lance, mas, como foi exaustivamente mostrado pelas emissoras de TV, não houve absolutamente nada.
Atrás no placar, o Palmeiras caiu no velho desespero de sempre (“cucabol” para os íntimos), e pasosu a curzar bolas na área santista como se não houvesse amanhã. Faltando cerca de 15 minutos para o fim do jogo, Cuca tirou William e colocou Borja – é aquele mesmo que o técnico não bota fé mas acredita mesmo que, desmoralizado como está no clube, vai definir o jogo nos minutos finais. Claro que não deu certo e o Palmeiras, embora tenha criado algumas chances, mais uma vez não jogou como o time campeão que poderia ser, amargou uma nova derrota e deu adeus às chances de brigar pelo título – ainda mais porque o Corinthians, não jogou bem de novo e mesmo assim somou mais um ponto.
O Santos – que não foi brilhante – quebrou o tabu de nunca ter vencido o Palmeiras no Allianz Beach Parque e voltou para a Vila Belmiro como o principal perseguidor do Corinthians na reta final do Brasileirão.
Muita sorte e pouco elenco
O Corinthians que foi até o Mineirão encarar o Cruzeiro – campeão da Copa do Brasil – e que, mais uma vez, não jogou bem. Isso porque a Raposa de Mano Menezes, inteligentemente, fez o mesmo que times menos qualificados – estou falando com vocês Vitória e Atlético-GO – já fizeram neste returno com sucesso: deixou para o alvinegro a posse de bola e jogou no erro do líder do campeonato. Claro que deu certo e num rápido contra-ataque – daqueles que o Timão aplicava no primeiro turno – saiu o gol do Cruzeiro em cabeceio mortal de Rafinha.
Jogar com 9 contra 11 não estava dando certo – Kazim e Jadson eram eficientes como cadeiras de palha nos primeiros 45 minutos. Por isso Fábio Carille achou melhor tentar jogar num 10 contra 11 e colocou Marquinhos Gabriel no lugar de Jadson. O time melhorou, mas não o bastante. Falhando demais nas finalizações, o Timão não era perigoso. Até que o jovem (e muito bom) zagueiro Murilo teve a infelicidade de colocar a mão na bola na grande área, depois de uma cabeçada sem nenhum perigo de Kazim – a bola iria para o meio da área onde só tinha gente de azul. Pênalti indiscutível cobrado com perfeição por Clayson – outro que, a exemplo de Marquinhos Gabriel, vem pedindo passagem. Um empate chorado mas que mantém o Timão 8 pontos à frente do Santos e 9 do Grêmio que também venceu no domingo.
“Muralha” Fluminense
Sem poder contar com 8 titulares, a equipe do técnico Renato Gaúcho precisava dar uma resposta/recuperação no Brasileirão com urgência. Mas encarar o paredão Diego Cavallieri na Arena do Grêmio não estava nos planos. Depois de 4 meses amargando a reserva no Fluminense, o goleiro voltou à titularidade e fez uma exibição de gala, segurando o ataque gremista por 85 minutos. Mas Beto Silva, que entrou no segundo tempo, conseguiu vencer Cavallieri aos 40 minutos do segundo tempo, fazendo o gol que garantiu os 3 pontos ao Grêmio e baixou a distância para o Corinthians para 9 pontos.
Pior para o Fluzão que, estacionado nos 31 pontos, caiu para a 15ª posição e está a apenas 1 do Avaí que, 17º colocado com 30 pontos, voltou a disputar uma vaga na Série B de 2018.
Mi casa, su casa
Jogando em casa, a equipe catarinense manteve seu histórico de bom anfitrião e perdeu por 2 a 0 para o Atlético-GO que com 25 pontos, continua arrastando as correntes do rebaixamento. O Avaí, por outro lado terá a pausa da data Fifa para treinar e procurar melhorar seu desepenho jogando na Ressacada – única maneira viável de escapar do rebaixamento nas 12 rodadas que faltam para o fim do campeonato. Difícil, mas não impossível.
Muito cedo para comemorar
O resultado em Santa Catarina foi melhor para o São Paulo que recebeu o Sport no Morumbi e, jogando mal como em jogos anteriores, arrancou a vitória com um gol no primeiro tempo (Marcos Guilherme) de um concorrente direto na luta contra o rebaixamento. Enfrentando o pior time do segundo turno – o Sport marcou apenas um gol e ainda não venceu no returno – o tricolor do Morumbi passou sufoco mais uma vez e viu o goleiro Sidão garantir os 3 pontos nos acréscimos com duas defesas espetaculares – daquelas que jogam a moral do jogador lá em cima e o enchem de confiança para os próximos jogos.
O resultado tira o São Paulo do Z-4, mas que a torcida não se anime: o time segue jogando futebol de rebaixado e vencer de um concorrente direto é o mínimo que os comandados de Dorival Junior podem fazer para evitar a queda. Já o Sport, torce hoje por uma vitória do Flamengo pra cima da Ponte Preta. Se a Macaca vencer, o Leão entra no Z-4 – e na minha opinião, se entrar, não sai mais.
Assim como o Coritiba, que empatou com o Bahia e parece ter dado entrada no visto de trabalho da Série B – e, se duvidar, ainda herda a lanterna do Atlético-GO.
Precisava vencer
Quem também se recuperou, mas é muito cedo para soltar rojões, foi o Atlético-MG – sob o comando da grife Oswaldo de Oliveira, o homem que treinou todos os grandes do Rio, de São Paulo e, agora, de Minas. Com dois gols de Robinho (você não está lendo errado, acredite), o Galo passou por seu primo, o Atlético-PR, e chegou aos 34 pontos – 4 acima do Z-4. Respira sem aparelhos, mas ainda na UTI, fespera pelas 12 rodadas que faltam e nas quais muita coisa pode acontecer.
Enquanto isso, Vasco e Chapecoense fizeram um jogo que não ajudou nenhum dos dois. O empate em 1 a 1 em São Januário mantém os times perigosamente perto do Z-4 que promete uma briga boa nas últimas rodadas.
Quem diria, hein?
E quem parece estar, finalmente, deixando o drama do rebaixamento para trás é o Vitória que mantém a boa fase sob o comando de Vagner Mancini – que burrada, hein, Chape? – e de virada, no Engenhão, bateu o Botafogo por 3 a 2, chegou ao 5º triunfo seguido como visitante – o mais indigesto do returno – e agora respira um pouco aliviado na 11ª posição da tabela. Méritos de Mancini que pegou um time em frangalhos e vem conseguindo resultados surpreendentes em pouquíssimo tempo. O Botafogo, jogou bem, mas deixou escapar mais uma chance de se aproximar do G-4 e pode ser posto para fora do G-6 caso o Flamengo vença a Ponte Preta hoje à noite no Moisés Lucarelli no encerramento da 26ª rodada do Campeonato Brasileiro.