Brasileirão Série A

Sem medo de Urubu, o Bahia quer confirmar a nova (e boa) fase derrubando o milionário Flamengo

Foto: Marcelo Malaquias / EC Bahia

Sem convencer mesmo depois da troca de técnico, o Flamengo recebe, nesta quinta-feira, na Ilha do Urubu, a partir das 21 horas, o renovado Bahia que parece ter encontrado seu caminho no Brasileirão depois que passou a ser comandado pelo veterano Paulo Cézar Carpegiani. Bom para o tricolor, ruim para meu nêmesis, Miguel Gonzalez, que caminha sem rumo pela redação do Ganhador lamentando sua sorte madrasta e dizendo coisas como “não é justo” a cada nova derrota dos times que ele insiste em defender em nossa rinha particular. Gostaria de dizer que “pilotando” o turbinado Flamengo, Miguel tem boas chances de vencer nosso duelo desta semana, mas minha mãe me ensinou que mentir é muito feio.

 

Trocar é a solução?

Flamengo e Bahia têm a troca de técnicos durante o Brasileirão como um ponto em comum.

O rubro-negro era comandado por Zé Ricardo desde a temporada passada até que o acúmulo de resultados decepcionantes – entre eles a eliminação na Libertadores ainda na fase de grupos –, acabaram com a trajetória do professor (hoje no Vasco) pelos lados da Gávea. O Flamengo, então, importou o badalado técnico colombiano Reinaldo Rueda que, à exemplo do café de sua terra, chegou causando um bom impacto inicial e depois mostrou-se bem comum. Tanto que, sem grandes diferenças para seu antecessor, Rueda perdeu a Copa do Brasil para o Cruzeiro – em mais uma surra minha no inocente Miguel Gonzalez – e foi eliminado da Copa da Primeira Liga. Zé Ricardo teria conseguido os mesmos resultados sem grande esforço.

Em defesa de Rueda deve-se dizer que, apesar das eliminações, a zaga do Flamengo passou a jogar de forma mais organizada e menos temerária – tanto que o Cruzeiro foi campeão, sim, mas nos pênaltis naquela que ficou conhecida como “a noite em que a Muralha caiu… sempre para o lado errado”.

O Bahia por sua vez, começou o Brasileirão com Guto Ferreira no comando, mas o treinador mudou-se para Porto Alegre tão logo Antônio Carlos Zago foi demitido do Internacional. Em seu lugar veio Jorginho que fez um trabalho marromeno até que uma série de resultados ruins o derrubaram. O auxiliar Preto Casagrande assumiu o time por algumas rodadas e oscilou entre boas e más apresentações até que Paulo Cézar Carpegiani chegou e em apenas 2 jogos no comando do clube, mudou o desenho tático da equipe, botou sufoco pra cima do Palmeiras no empate em 2 a 2 na sua estreia – Fernando Prass evitou o pior – e derrubou o líder Corinthians na Fonte Nova no último domingo.

Normalmente, trocar o técnico não é a melhor solução. No caso do Flamengo, pouco mudou. Ainda é cedo para falar com certeza, mas no caso do Bahia entretanto, o quarto treinador a assumir a equipe neste Brasileirão parece ter encontrado uma forma eficiente de jogar. Pior para o Urubu que vai para o jogo de amanhã com o sorridente Rueda ainda tentando encontrar um time para chamar de seu. Zé Ricardo faria o mesmo pela metade do custo, Miguel.

 

Desempenho

Durante boa parte do Campeonato Brasileiro o Flamengo figurou na parte de cima da tabela, sempre rondando o G-4. Na últimas rodadas, entretanto, o time perdeu embalo, se distanciou dos líderes e agora está na 7ª colocação, atrás do Botafogo e classificado para a pré-Libertadores graças ao título da Copa do Brasil do Cruzeiro, o 5º colocado.

Depois de um início interessante no Brasileirão (com direito a goleada), a irregularidade do Bahia foi levando a equipe para a parte de baixo da tabela. Embora não esteja completamente livre do fantasma do rebaixamento – o tricolor tem 35 pontos e está na 10ª posição, 3 pontos longe da Ponte Preta, 17ª colocada e primeira equipe com visto para a Série B – o gigante baiano subiu posições nas últimas rodadas e, pelo futebol apresentado, começa a sonhar com uma vaga na Sul-Americana do ano que vem.

Os números mostram que Flamengo e Bahia conquistaram exatamente os mesmos pontos nos últimos 5 jogos: 8 cada. A diferença é que enquanto que o Bahia vem de uma série de 4 jogos sem derrotas, o Flamengo passou por uma vitória, um empate, uma derrota, um empate e nova vitória (o 1 a 0 chorado diante da Chapecoense no último domingo). E futebol por futebol, o do Bahia diante do Corinthians na rodada passada e do Palmeiras na semana anterior foi muito superior.

Mas os números também trazem um alento para o torcedor rubro-negro e para o coração de Miguel Gonzalez: o Flamengo é o 7º colocado em aproveitamento como mandante neste Brasileirão, enquanto que o Bahia é o 18º como visitante (não que isso tenha importado na hora de buscar o empate diante do Palmeiras).

 

Nosso palpite

Sem dúvida é um jogo que promete fortes emoções. O Flamengo joga em casa, tem a torcida a favor e isso pesa. Como também pesa o “tijolo” que o milionário elenco carrega nas costas por conta das eliminações recentes, as chances nulas de ser campeão brasileiro e o futebol molenga que o time insiste em apresentar no Brasileirão.

O Bahia por outro lado, joga mais leve. É um time “barato”, de ambições modestas que – aparentemente – encontrou seu rumo com o novo técnico e tem condições, sim, de impôr um resultado adverso ao Flamengo em plena Ilha do Urubu. Em minha opinião, o Bahia leva essa e o Miguel seguirá resmungando pelos corredores da redação do Ganhador por pelo menos mais uma semana.

 

Jogos da 29ª rodada do Campeonato Brasileiro

Quarta-feira, 18 de outubro

  • 19:30 – Coritiba x Cruzeiro – palpite: Cruzeiro
  • 19:30 – Atlético-GO x Vasco – palpite: Atlético-GO
  • 21:00 – Atlético-MG x Chapecoense – palpite: Atlético-MG
  • 21:45 – Fluminense x São Paulo – palpite: empate
  • 21:45 – Corinthians x Grêmio – palpite: empate
  • 21:45 – Avaí x Botafogo – palpite: Botafogo

Quinta-feira, 19 de outubro

  • 20:00 – Palmeiras x Ponte Preta – palpite: Ponte Preta
  • 20:00 – Vitória x Atlético-PR – palpite: empate
  • 21:00 – Flamengo x Bahia – palpite: Bahia
  • 21:00 – Sport x Santos – palpite: Santos