Lyoto Machida é confirmado no UFC Belém: bom para o UFC, nem tanto para o lutador
Nesta semana, foi confirmado que Lyoto Machida será o astro principal do UFC Fight Night que acontece em Belém, Pará, dia 3 de fevereiro. O brasileiro era, de fato, o nome mais cotado para liderar o show. Ele vai enfrentar o americano Eryk Anders. O problema é que o espaço de tempo entre o nocaute sofrido contra Derek Brunson e o retorno em fevereiro é curto. O brasileiro certamente aceitou o desafio mais movido pelo coração do que pela cabeça.
Para quem não sabe, Lyoto é baiano. Mas, apesar de ter nascido em Salvador, Bahia, criou uma identificação grande com Belém do Pará. Foi lá que ele viveu por anos com a família Machida. Ele treinava lá quando se tornou campeão meio-pesado do UFC, em 2009. Logo, naturalmente é o nome certo para encabeçar o evento do UFC de 3 de fevereiro. Haverá casa cheia para recebê-lo e o evento será um sucesso.
O problema de Machida ser o astro principal do UFC Belém é que o carateca foi nocauteado de forma brutal por Derek Brunson na luta principal do UFC São Paulo, no fim de outubro. Ou seja: depois de ficar um ano e meio sem lutar, aos 39 anos, Lyoto voltará ao octógono com pouco mais de três meses após sofrer um trauma grave na cabeça diante de Brunson. Pode ser á decisão ideal para o Ultimate, mas não me parece uma decisão inteligente para Lyoto Machida.
É claro que com a experiência que tem, Lyoto conhece seu corpo e sabe o que está fazendo ao aceitar o combate com Eryk Anders. Mas aí é aquela história. A organização deveria proteger os lutadores deles mesmos. Nem sempre eles são racionais e pensam a longo prazo. Sofrer um novo trauma grave três meses depois daquele sofrido contra Brunson pode encurtar sua carreira e até causar danos a longo prazo.
A questão é que nem o UFC nem o lutador parecem ter tido escolha. Azar de ambos. O evento precisa de Lyoto para vender bem e prestigiar a estreia na região Norte do Brasil e o lutador fatalmente queria marcar presença no show que acontece em sua casa no país.
Ao menos Eryk Anders é um rival que se encaixa à situação de Machida no momento. O americano está invicto, soma apenas duas lutas no UFC, mas ainda não é um rival expressivo ou tão ameaçador como os tops da divisão dos médios. Pode ser uma boa luta de recuperação para o brasileiro. Ou, na pior das hipóteses, o empurrão que vai deixar Machida de cara com o assunto “aposentadoria”.