Pachuca e Monterrey prometem jogo duro na decisão da Copa México
Gigantes do país se encontram na final que será disputada em duelo único à 1h (de Brasília) desta sexta (22)
Descanso, Natal, festas? Tudo isso passa bem longe do México, que está em uma enorme euforia para a decisão da sua Copa nacional. Em formato bastante diferente do que ocorre no mundo todo, a Copa México reúne as principais equipes do país – mas em vez dos mata-matas habituais, os clubes passam antes por uma fase de grupos, para só depois começar os cruzamentos a partir das oitavas de final. A decisão ocorre em jogo único, e o duelo promete ser técnico e agressivo, como costumam ser as decisões.
As equipes que se enfrentam à 1h (de Brasília) desta sexta-feira são o Pachuca e o Monterrey. A partida ocorre no Estádio BBVA Bancomer, na cidade de Guadalupe, em Nuevo León, casa do Monterrey.
Monterrey conta com legião argentina
Sempre de portas abertas aos clubes com dinheiro que queiram levar seus bons jogadores, a Argentina está presente como poucas vezes se viu na história do Monterrey – os “raiados”, como são conhecidos os seus jogadores, pelas listras do uniforme.
A presença argentina se vê a partir do treinador – e ele é o Turco Mohamed, ex-jogador de Boca e Huracán e ex-técnico do Independiente. Com 47 anos, ele está no México como comandante desde 2014, quando desembarcou no país para treinar o América.
A legião azul e branca é representada pelo goleiro Juan Pablo Carrizo, que chegou a defender a seleção, pelos defensores Nicolás Sánchez, José Basanta e Lionel Vangioni (ex-Racing, Estudiante e River), pelo meia Néri Cardoso, com passagens pelo Boca, e pelo atacante Rogélio Funes Mori, também com trajetória no River.
Outro ex-River bastante conhecido é o uruguaio Carlos Sánchez, o grande nome da Libertadores conquistada pela equipe em 2015.
O caminho do Monterrey até a decisão da Copa México foi cumprido com bastante eficiência. Na fase de grupos, foram os líderes de uma chave que tinha também Pumas e Celaya. Somaram dez pontos, de três vitórias e um empate.
Depois, as vitórias vieram sobre Leones Negros (oitavas), Santos (quartas) e América (semis). É o melhor ataque do mata-mata, com oito gols, e também a melhor defesa, com só dois gols sofridos. O Monterrey é o atual vice-campeão do Campeonato Mexicano, ficando atrás apenas do Tigres.
Honda é o craque do Pachuca
Quem se lembra do japonês Keisuke Honda, ex-Milan? Pois ele é o grande destaque de um Pachuca que entra nesta final praticamente como uma zebra. A equipe do esforçado técnico uruguaio Diego Alonso não tem jogadores do mesmo nível que o Monterrey. Ainda assim, fez bonito no Mundial de Clubes, quando endureceu a partida contra o Grêmio – perdendo por 1×0 só na prorrogação – e ganhando de 4×1 do Al-Jazira na disputa do terceiro lugar.
O Pachuca superou sem problemas uma primeira fase da Copa México na qual dividiu o seu grupo com equipes pequenas como o Querétaro e o Cimarrones. O desempenho foi o mesmo do Monterrey: dez pontos, provenientes de três vitórias e um empate.
A equipe cresceu consideravelmente das oitavas de final em diante. Goleou o Atlético Zacatepec e o Tijuana, e na semifinal eliminou o Atlanta.
As grandes forças ofensivas da equipe vêm de novo de pés argentinos, com a dupla formada por Franco Jara, ex-San Lorenzo e Estudiantes, e Germán Cano, ex-Lanús.
A previsão é de lotação máxima nesta decisão. O mexicano é, disparado, o povo da América do Norte que mais gosta de futebol, e a força da modalidade no país é um grande indicativo de que a relação do país com a bola está apenas começando. Todos os 51.000 ingressos já foram vendidos, e as TVs mexicanas gastam longos minutos detalhando o esquema de segurança que vai mobilizar um contingente recorde de policiais no Estádio BBVA Bancomer, casa do Monterrey, que costuma ser muito forte quando atua lá.
Há, no país, o risco de confusões em jogos decisivos por conta deste ânimo exaltado. O consumo de cerveja é bastante livre – é uma própria fabricante, a Corona, que estampa seu nome como patrocinadora oficial da Copa México. Tal permissão dificulta o trabalho da polícia e, não raramente, termina em cenas lamentáveis como a selvagem briga que ocorreu na Libertadores de 2004, quando o São Caetano se classificou para as quartas de final, mas teve de fugir do Estádio Azteca para não ser massacrado pela torcida do América.
Jogo da final da Copa México
- Sexta-feira, 22 de dezembro, 01:00 – Pachuca x Monterrey – Palpite: Monterrey