Copinha

Copa São Paulo 2018 teve o Flamengo como grande campeão, mas equipes como São Paulo, Vitória e Internacional também fizeram bonito

Copinha São Paulo 2018
Foto: Staff Images / Flamengo

Em edição decepcionante para Corinthians e Palmeiras, Portuguesa volta a figurar entre os melhores do país

Com um número recorde de clubes participantes (128 ao todo), e um crescente interesse por parte do público, comprovado pelo aumento de 88% nas transmissões de partidas por streaming em relação ao ano passado, a Copa São Paulo 2018 foi um sucesso sob todos os pontos de vista, e coroou o Flamengo como o grande campeão pela quarta vez em sua história.

Dentro de campo o futebol ofensivo deu a tônica, e enquanto alguns dos grandes favoritos ficaram pelo caminho, teve time saindo do ostracismo para retomar um lugar de destaque em âmbito nacional.

Confira o que rolou de melhor na 49ª edição da Copinha.

 

Corinthians e Palmeiras decepcionam

Maior vencedor de Copas São Paulo, com um total de 10 títulos, e finalista das quatro edições anteriores, o Corinthians mais uma vez entrou na disputa como um dos grandes favoritos, mas caiu antes do previsto. O Timão não resistiu ao Avaí, que com gols de Rael e Allison quebrou uma invencibilidade de 31 partidas dos paulistas pela Copinha, decretando sua eliminação nas oitavas-de-final.

Embalado pelas conquistas da Copa do Brasil Sub-17, e do Paulistão Sub-20 em 2017, o Palmeiras tinha muita esperança de levar seu primeiro título da Copa São Paulo, mas apesar de ter conseguido avançar um pouco mais que seus rivais, foi outra equipe que decepcionou. O Verdão se manteve invicto até as quartas-de-final, e teve algumas atuações marcantes, como nas goleadas por 5×0 sobre o Moto Club, e 7×0 sobre o Taubaté, mas não soube se impôr diante da Portuguesa, ficou no empate em 1×1 no tempo normal, e acabou eliminado nos pênaltis.

 

Boa campanha leva Portuguesa de volta aos holofotes

Desde que se envolveu em um imbróglio judicial com a dupla Flamengo e Fluminense para tentar reverter o rebaixamento no Brasileirão de 2013, a Portuguesa vinha ocupando muito mais os noticiários por questões envolvendo tribunais do que propriamente pelo seu desempenho em campo. Na Copa São Paulo 2018, o tradicional clube do Canindé voltou a chamar a atenção de forma positiva, avançando até as semifinais depois de eliminar o Palmeiras. Não foi desta vez que a Lusa conquistou o tricampeonato, mas terminar entre os quatro melhores depois de fazer um jogo duro contra o time que viria a ser o campeão foi um feito e tanto para os garotos Rubro-verdes.

 

Vitória e Internacional encantam com futebol ofensivo

Apesar de sequer terem chegado até a final, duas equipes tiveram participação marcante na edição 2018 da Copinha, e encantaram o torcedor com aquilo que o futebol brasileiro tem de mais genuíno. Vitória e Internacional foram verdadeiras máquinas de fazer gols, e ao todo tiveram quatro jogadores na briga pela artilharia. No fim das contas, porém, ambas as equipes tiveram o mesmo algoz.

O Rubro-Negro baiano começou sua campanha de forma arrasadora, com goleadas por 5×2 sobre o Atibaia e 5×0 pra cima do Globo FC. Já na fase de mata-mata, voltou a apresentar um futebol exuberante para despachar o Ituano com uma vitória por 4×1. Os campeões nordestinos de 2017 fizeram um jogo duríssimo contra o São Paulo pelas quartas-de-final. Estiveram na frente duas vezes, mas cederam o empate na etapa complementar, e acabaram derrotados por 4×3 na disputa de pênaltis. Apesar de não ter triunfado, o Vitória mostrou que está bem servido de atacantes. Artilheiro, com seis gols, e vice, com cinco, Luan e Eron podem ser boas opções para o time principal em um futuro próximo.

O Internacional venceu suas duas primeiras partidas de forma protocolar, mas foi ganhando corpo ao longo da competição, tranformando-se no time das grandes goleadas. A primeira vítima foi o Osvaldo Cruz, impiedosamente massacrado por 6×1, ainda na primeira fase. A partir da terceira fase, veio a grande sequência, com triunfos sobre o Boavista (5×1), Desportiva Paraense (4×0), e Santos (4×0), que encheou os Colorados de esperança de mais uma vitória na semifinal diante do São Paulo. Para a tristeza dos gaúchos, em um jogo problemático, que precisou ser interrompido por conta de um temporal, o Tricolor paulista voltou a levar a melhor nos pênaltis após empatar por 1×1 no tempo normal. A exemplo do Vitória, o time fez artilheiro e vice. Brenner marcou seis gols, e Richard, cinco.

 

Tetracampeonato do São Paulo fica por um triz

Alicerçado pelas conquistas de uma Libertadores, uma Copa do Brasil, um Campeonato Paulista, duas Copas-RS e duas Copas Ouro nos últimos dois anos, o São Paulo acreditava que havia chegado a sua hora de quebrar o jejum de oito anos sem títulos da Copinha. O Tricolor fez uma grande fase de grupos, terminando como líder do Grupo 10, e time de ataque mais positivo, ao lado do Botafogo-RJ, com 13 gols. A equipe foi mais econômica no mata-mata, mas mesmo precisando dos pênaltis em algumas disputas, foi superando todos os adversários, incluíndo os surpreendentes Vitória e Internacional.

Os comandados de André Jardine pagaram o preço por um gol sofrido logo aos dois minutos da decisão, e mesmo com muita insistência, não chegaram ao gol de empate. No entanto, o saldo final foi positivo, o clube revelou bons jogadores, como Toró, Carlos Alberto e Igor Gomes, e deixou o torneio de cabeça erguida.

 

Flamengo é o grande campeão

O Flamengo entrou na Copa São Paulo 2018 menos badalado do que em edições anteriores, e sofreu por ter que ceder jogadores para o time profissional, que disputa o Campeonato Carioca. Contudo, um dos clubes brasileiros com melhor estrutura na categoria Sub-20, que possui um orçamento anual de cerca de R$ 17 milhões para as categorias de base, e conquistou duas Copinhas nos últimos sete anos, jamais poderia ser descartado.

Os destaques da campanha flamenguista foram as goleadas por 6×0 sobre o Ji-Paraná e 5×0 sobre o Elosport, além do triunfo por 1×0 sobre o Avaí, que havia eliminado o Corinthians. Na final, o time foi beneficiado por um gol logo aos dois minutos, e mostrou valentia para segurar a vantagem até o apito final.

De acordo com o diretor da base, Carlos Noval, a torcida Rubro-Negra tem bons motivos para ficar otimista: “A gente está muito tranquilo hoje, sabíamos há três, quatro anos que quando chegasse a geração 98, 99, 2000 estaríamos muito bem. A Nação pode ficar tranquila, estamos muito bem estruturados em todas as categorias para baixo.”

Os resultados devem aparecer em breve no time principal.